Açores - Terceira - Estrada das Doze Ribeiras.
O meu filho Pedro lê habitualmente, o blogue da amiguinha Adriana, uma jovem Missionária das Caldas da Raínha a servir a Deus nos Açores juntamente com o seu marido, pastor da igreja Baptista local.
O Pedro leu esta história e enviou-ma via e-mail.
Gostei muito dela, não só por a forma como está escrita mas também pelo conteúdo, e por isso decidi publicá-la aqui para partilhá-la com os amigos que por aqui passarem.
O tempo de Deus
Ela era a mais nova de uma família de nove irmãos, da ilha do Pico. Hoje, penso que na casa dos 70, recorda esta história ainda ao pormenor. O seu pai, homem íntegro e humilde, foi um dia evangelizado pelo missionário Cox, era aquela mulher ainda criança. O pai converteu-se a Cristo e, a partir daí, passou a abrir as portas da sua casa para fazer estudos bíblicos, numa ilha onde não havia nenhuma igreja evangélica. Chegava a andar 50 km a pé para ir levar o Evangelho a outros. Na escola, os meninos chamavam-na de "filha do protestante". O rótulo era de tal forma pesado que chegou a dizer ao pai que não queria ir mais à escola, e que tinha medo, pois as crianças chamavam-na de "protestante". Foi então que o pai lhe ensinou a resposta: "Diz-lhes que protestamos contra a mentira". A partir daí, nunca mais a incomodaram. O pai faleceu muito cedo, era ela ainda uma adolescente. Com a morte do pai, a mãe, católica, não deu seguimento à educação cristã-evangélica que os filhos vinham recebendo e passou a encaminhá-los para a igreja católica. Entretanto, a mãe faleceu em poucos anos. Casou nova, com o seu primeiro e único namorado, um faialense, que se mantém ao seu lado até hoje. Viveu toda a sua vida dentro da tradição católica e era uma católica fiel e dedicada. Porém, recordava sempre com carinho os ensinos e o testemunho que o seu pai lhe passou em criança. Há cerca de uma dúzia de anos atrás, foi com uma amiga (que se havia convertido) passar um fim-de-semana à sua ilha de origem - o Pico. À noite, a amiga pegou na Bíblia e começou a lê-la em voz alta. O seu coração começou a arder com aquela Palavra. De repente, parecia estar a reviver aqueles serões, em criança, quando o pai lia a Bíblia para a família. A amiga convidou-a para ir à sua igreja, no Faial. No domingo seguinte, entrou pela primeira vez na Igreja Baptista. Cantavam o hino "Foi na cruz, foi na cruz, onde um dia eu vi meu pecado castigado em Jesus". Era um dos hinos que o pai cantava. Nesse dia, teve um encontro real com Deus. Converteu-se e é até hoje um dos pilares da nossa igreja. É uma inspiração para mim e para todas as mulheres da igreja. E pensar que tudo começou com uma semente plantada no coração de uma criança que deu fruto mais de cinquenta anos depois. O seu pai teria gostado de saber. O missionário Cox também. De facto, o tempo de Deus não é o nosso. Deus seja louvado!
Adriana
http://meusrapazainhes.blogspot.com/
Adriana
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3 comentários:
Vivi:
Que história mais linda e comovente!!!
De como Deus guarda e cuida até que a semente dê o seu fruto, no devido tempo...
Isto nos dá esperança para esperarmos a semente brotar em nossos filhos, parentes e amigos.
É orar e esperar o tempo dEle
bjs, querida
Querida carmen
Também achei linda e comovente esta história.
Por isso mesmo é preciso "semear"; colocar a semente na terra e agurdar que o Senhor dê o crescimento.
Um grande abraço
viviana
Obrigada pela partilha, querida irmã. É, de facto, uma história linda e a sua protagonista é uma irmã encantadora, uma grande amiga que o Senhor me deu nesta terra.
Um beijinho para si.
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