quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Não a encontrarei mais nas ruas da aldeia
A casa.
Vista lateral da casa.
A roseira com as rosas.
As iniciais de João Vicente.
O pátio atrás da casa.
Durante dezenas de anos encontrava-a com frequência nos caminhos e ruas da aldeia, a "tratar da vida". Era linda, vistosa, sempre sorridente e pronta a parar para cumprimentar com a sua voz suave e um olhar atencioso, aqueles com quem se cruzava."Vivia bem" e pertencia a uma das famílias proeminentes da aldeia.
A sua casa, fica á beira do caminho, praticamente no centro da aldeia. É uma casa tradicional, térrea, com um jardinzinho á frente e um pátio lageado atrás, como é uso da terra, com vasos com plantas e um canteiro. Do outro lado da rua, em frente, estava uma grande casa côr-de-rosa de primeiro andar, muito antiga, onde viveram os seus pais e onde funcionou duramnte muitos anos, no rés-do-chão, a Missão Baptista dirigida pelo meu marido, o pastor Jorge Leal. Há alguns anos atrás essa casa foi vendida e demolida e hoje encontra-se no seu lugar, uma enorme casa. A Missão passou para uma casinha pequena em frente.
Esta senhora sobre quem escrevo, chamava-se Susete Vicente.Desde o início da Missão ela esteve connosco frequentando os cultos com muito interesse.Tinha uma sede enorme de conhecer a Palavra de Deus. Um dia, há muitos anos, depois de ouvir uma pregação por o querido pastor António dos Santos, ela fez uma decisão por Cristo. O meu marido diz que ela era uma cristã esclarecida.
Este último sábado, recebi um telefonema do meu irmão, informando que a Dª Susete tinha partido para Deus, sem ninguém estar á espera. Foi uma pneumonia que a vitimou; assim, de um dia para o outro. Fiquei triste e estou triste. Como eu gostava de a poder voltar a encontrar nas ruas da aldeia... Não me lembro bem quando a vi a última vez, mas já foi há muito tempo. Ela passou os dois últimos anos da sua vida num Lar juntamente com o marido, aqui perto, em Morelena.
Quantas saudades da sua casa, do seu jardim, do seu pátio, das suas coisas... ela deve ter tido.
Ontem, fui á aldeia e fui "revisitar" e fotografar a sua casa e as suas coisas. Tudo fechado, mas tudo bonito, pintado e primorosamente arranjado. Lá estavam as suas rosas abertas, como que á espera que ela as viesse olhar. Lá estava num banco de pedra, no pátio, um gracioso vaso de louça com belíssimos ciclames de cabecinha bem levantada para o séu. A propósito de ciclames, ofereci-lhe um bouquet deles...que fiz questão de colher no meu jardim, onde tenho tantos, de várias cores...e depositei esse bouquet na sua sepultura, junto á "montanha" de flores que tanta gente lhe levou.
Agradeço ao Senhor por ter conhecido e privado de perto com a Dª Susete. Uma grande e fiel amiga com quem aprendi muitas coisas e de quem recebi muito.
Continuarei a passar por a sua casa fechada. Continurei a admirar as suas rosas e os seus ciclames, e os pequenos azulejos com uma ave, por cima de cada janela.
Estou certa que um dia destes, quando ao Senhor aprouver, a gente encontra-se.
Até logo, minha querida amiga.
2 comentários:
Luz, paz para sua amiga que partiu, e conforto para vc amiga, essa é uma separação que não consigo aceitar...
beijooo.
Boa tarde querida maninha de coração lindo,
O teu poste de hoje é triste, mas é o que todos nós temos de mais certo, é a ordem da vida
Pena a D. Susete ter passado os últimos dois anos da sua vida, fora da casinha dela, minha casa minha brasa, Deviam pagar uma fortuna aonde estava, e o marido está. Eu não tinha dinheiro para isso, mas também não queria, pois nada, por melhor que seja, é como a nossa casa, para os familiares é mais confortável.
Eu sou da opinião que o dinheiro que se paga dá para ter uma pessoa a ajudar em casa, ou duas, uma para a noite quando estão sozinhos. Como sabes na família do João pedro há dois casos assim, e estão muito bem, uma tem uma empregada interna, outro de 88 anos tem uma de dia e outra á noite. Se os filhos têm trabalho? Á têm, mas nada que não possam fazer.
Tem, tenhamos todos um bom resto de dia.
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