sábado, 18 de fevereiro de 2012
Palavras para a minha Mãe - José Luis Peixoto
O doce colo da mãe - Trent Gudmundsen
mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.
José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"
2 comentários:
Eu e minha mãe também somos assim.
Um beijo, Viviana
Boa noite minha querida maninha, que tudo esteja bem por aí…Cheguei agora a casa, Foi bom…O Miguel também foi. Na Suíça tudo vai bem…A Susana trabalhou até ás cinco da Manhã, e está constipada, só dormiu 2 horas.
Há! Quantas palavras ficam por dizer!!!...Especialmente á mãe, mas também ao pai, e tantas, tantas, tantas outras… Nunca pensamos que a vida é fugaz, e, que num ápice se vai, e passou a oportunidade. Depois persegue-nos o Se, se eu tivesse dito…Penso que não há ser humano algum a quem isso não aconteça.
Tem, tenhamos todos uma noite tranquila.
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