«Nos dias que correm, ninguém poderia dizer que nós os cristãos estamos espiritualmente famintos. Graças aos cuidados e fidelidade dos servos de Deus, somos generosamente alimentados, instruídos, encorajados, animados, estimulados, apoiados e rodeados de cuidados. Circunda-nos um mundo religioso de sermões, debates, artigos de revistas, hinos, mensagens, livros, reuniões e conferências, visando a nossa participação e crescimento. E contudo, sabemos muito bem, se quisermos ser honestos, que todas estas coisas têm um efeito diminuto nas nossas vidas. Qual a razão disso?
Se meditarmos um pouco sobre o assunto, verificaremos que muitos de nós estamos a viver em "dois mundos". Dividimos as nossas convicções, actividades e alvos em duas categorias. Em primeiro lugar, as nossas experiências religiosas: o que cremos, aquilo que cantamos, os assuntos pelos quais oramos, e o que defendemos e argumentamos.
A segunda categoria contém o nosso mundo de valores e acções seculares: o nosso uso do tempo livre; as acções que realizamos para impressionar as pessoas; a nossa atitude para com colegas que são melhores ou piores do que nós no trabalho e como conseguimos e usamos o nosso dinheiro.
Mantemos estes dois mundos rigorosamente separados e, embora possamos sentir vagamente que algo está errado, não suspeitamos de que sofremos de uma grande desordem - uma espécie de esquizofrenia espiritual. Na igreja, e ocasionalmente entre amigos cristãos, falamos sobre dedicação, entrega, rendição, avivamento, uma vida em fogo para Deus e outras e outras expressões de lealdade e amor a Deus. Mas tanto estas palavras como os actos que lhe corrrespondem são pouco visíveis fora das paredes da igreja».
George Verwer - no livro Fome de Autenticidade
1 comentário:
Aplaudo!
Durante 80% do primeiro parágrafo estive de sobrolho franzido. Depois, o acordo foi total. Infelizmente é isso mesmo.
Obrigada pelo artigo, estou de acordo.
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