terça-feira, 29 de julho de 2014

HORAS MORTAS - um poema de António Ferreira de Sousa

Fonte da imagem:opiniaoreversa.blogspot.com
HORAS MORTAS

HORAS MORTAS, crepúsculos da vida
Pedaços  d´existência atribulada.
Levadas pelo vento, à desgarrada,
Qual folha pelo Outono sacudida,

Voai! Voai velozes que é perdida
Aquela doce esp´rança já sonhada...
Fugi, numa carreira alucinada,
Deixai-me achar, por fim, uma guarida.

As minhas Horas Mortas são lamentos
Que eu oiço e mais ninguém. Os meus tormentos
Só eu posso sentí-los e sofrê-los...

Ó Tempo! Corre célere a meu lado!
Eu s`tou já velho e fraco, já cansado...
Polvilha- me de neve os meus cabelos!...

   (António Ferreira de Sousa)
          António Madalena

No livro -  Fogos Fátuos - 1943

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