quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Natividade do Sol - um poema de António Madalena
NATIVIDADE DO SOL
Na madrugada, o manto, todo constelado
D´estrelas deslumbrantes, rola pelo chão.
A aurora rompe o véu de renda e de brocado
E ergue-se, em triunfo, do leito de açafrão.
Findou, da triste noite, o efémero reinado
Que a terra mergulhou em densa escuridão,
Apolo surge altivo, num trono recamado
De pedras preciosas, saindo dum vulcão.
Que mágico cenário! Além, no oriente,
Fornalha colossal, o céu incandescente,
Perdeu a palidez do calmo amanhecer.
Nasceu, enfim, o SOL - o astro - rei fecundo,
Que paira no infinito a iluminar o mundo,
Lançando sobre a Terra poalha d´oiro a arder...
António Ferreira de Sousa
(António Madalena)
No livro - Fogos Fátuos - 1943
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