A árvore da pera abacate - abacateiro
Foi já há muitos, muitos anos, que aprendi na Escola Bíblica Dominical o significado da frase - Graça de Deus . Quer dizer, "favor não merecido".
Quando digo "gracinhas" é mesmo isso, favores não merecidos. Também lhe costumo chamar "presentinhos", porque os considero como dádivas, pequenas surpresas que o Senhor usa para alegrar e dar encanto aos meus dias.
Posto isto, passo a partilhar com os amigos aqui, apenas três "gracinhas" das muitas com que Deus me brindou anteontem. É á quarta-feira que eu e a minha irmã mais nova vamos á casa da aldeia.Como já aqui escrevi,tenho lá no jardim diante da porta, entre as várias árvores um abacateiro, que dá muitas peras abacates, das quais eu, há pouco tempo, aprendi a gostar e a comer. Quando estão bem maduras, bem roxas e macias, lavo-as, corto ao meio no sentido horizontal, retiro o bonito caroço que é tão perfeito que parece mesmo uma bola de jogar, com uma collher de sobremesa retiro a polpa saborosa e macia que deixa um gostinho muito agradável na boca. A polpa sai com toda a facilidade, restando apenas uma finíssima casca, quase transparente, em formato de barco.
Procedi á apanha dos frutos há vários meses; restaram no entanto, muitos nos ramos mais altos onde não consegui chegar. Agora, que a árvore renovou toda a folhagem, e que já nasceram os pequeninos frutos novos, os frutos velhos, lá no alto, estão bem madurinhos e pesados, enormes, com cerca de bem 300 gramas cada um, e de tão maduros vão caindo, um hoje, outro amanhã e assim por diante. Aqui, entra a primeira "gracinha": Ao chegar lá, estava á minha espera uma belíssima pera abacate caída ao lado da porta. A primeira coisa que fiz foi lavá-la e comê-la á colher, sentada no murinho do jardim; um ritual que vai fazendo parte de todas as minhas chegadas lá. Que bem que me soube! Uma delícia!
O gatinho doente é o da direita
A segunda "gracinha" consistiu em eu ter tido a oportunidade de "abrir" um olhinho do gatinho da primeira ninhada, que estava fechado por uma conjuntivite, não tratada. A minha irmã, ao vê-lo, pensou que já estivese cego, pois não abria o olho. Foi quando eu me prontifiquei a ir ferver um pouco de água e com um algodão limpei, descolei e abri o olho do bichinho, enquanto a minha irmã o segurava. Ficámos tão contentes! Podem imaginar! Na próxima ida vamos levar o medicamento apropriado para o tratar.
Um canteirinho de hortelã pimenta, de chocolate - na horta
A terceira "gracinha", foi, quando ao fim do dia me dirigi á minha horta para a regar, naquele que foi , segundo ouvi, o dia mais quente do ano...não poderia deixar de ir regar pois tenho plantinhas a nascer, com pouca raíz, e logo, com toda a probabilidade de morrerem de sede. Pedi ao Zé que tinha chegado do trabalho para ir comigo. Tinha tido um dia muito cheio, e tanto ele como eu estávamos cansados...e seria preciso tirar do rio (ou ribeira) muitos regadores de água...ele tira, e eu rego.
Pois bem, qual não foi o nosso espanto quando ao chegarmos apercebemo-nos que "alguém" tinha acabado de regar, muito bem regadinha...a nossa horta!
Não havia por ali ninguém. Já todos os vizinhos de horta se tinham ido embora.
Mas, ao olhar a horta do meu vizinho do lado sul - Sr. Júlio, reparei que ele tinha regado umas cebolas que acabara de plantar. Então, foi ele...que teve a gentileza de regar a minha horta. O Zé, olhando, disse: "mãe, repara como está tudo tão bem regado".
Sorrimos um para o outro, tivemos um lindo pensamento para o nosso vizinho de horta, e eu, enquanto atravessava a linda pontezinha de madeira, olhando a água fresca e limpída que corria, agradeci ao Senhor esta "gracinha", ou seja, este favor não merecido. Sim, porque foi Ele que segredou ao ouvido do Sr. Júlio para me regar a horta.
O meu Deus é assim...está sempre a surprender-me!
2 comentários:
Olá Viviana!
Que ternura envolveu a sua actividade na casa da aldeia! Plantas e animais estarão sempre à sua espera.Diz-se que as plantas também sentem...
Depois a forma como descreve estes factos é tão interessante, que eu até me pareceu que estava lá no local a assistir.
"Para a semana mais haverá", eu fico à espera.
Beijinho, extensivo à mana, que comunga da mesma bondade da Viviana.
O olhar dos filhos de Deus é diferente do das outros humanos. Nós conseguimos ver a mão do Criador!
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