quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Origem da Lenda da Romaria minhota de S. Bento da Porta Aberta

Fonte da Imagem: flickriver.com
 

São Bento da Porta Aberta

A porta ficara fechada a noite inteira, mas a imagem de São Bento, que tinha sido colocada na capela, a qual fora recentemente inaugurada, apareceu pela manhã em cima de uma árvore no adro! Os do Cossourado, paredes de Coura, foram logo chamar o padre, tanto mais que julgavam ser aquilo obra de algum brincalhão. Vá lá, não entendiam que quem tivesse deitado mão a tão valiosa imagem, em vez de a deixar ali, a não levasse para outro local. Bem, o padre lá dirigiu as manobras para o santo ser apeado com os necessários cuidados e depois colocaram-no no altar principal da igreja. E quanto á porta do templo, quatro voltas á chave. Porém, no dia seguinte, logo pela manhã, lá estava de novo a imagem em cima da árvore! Então, a população ficou maravilhada, já não acreditando em brincadeiras ou malvadez. E a reposição foi feita. E não é que aquilo se repetiu dias a fio? Sucediam-se multidões para sentir aquela deslocação. As pessoas interrogavam-se sobre o que é que queria o santo com aquelas deslocações. Seria porque preferia a árvore que dava sombra ao recinto? Outro lembrou-se de que fosse porque a igreja era abafada, pois não tinha janelas para a entrada de ar, mas não passou sem alguém alvitrar que o São Bento queria era ver quem passava no caminho! Outros  mais moderados, aventavam que a porta era demasiado fechada e nem permitia que quem passasse pudesse ver o santo em dias em que não estivesse aberta. A discussão foi  bem grande. Finalmente a porta foi substituída por uma outra de grades.
Grades largas, que permitiam olhar lá para dentro, ver bem o São Bento. Porém não tanto que permitissem a entrada de animais  ou de ladrões. E, montada a  porta, no dia seguinte, logo pela manhã, foram vê-la.  E o Santo estava no seu altar. E de lá nunca mais saiu, pelo que deram á capela e ao local, o nome de São Bento da Porta Aberta!

José Viale Moutinho - no livro - Portugal Lendário
        TESOURO DA TRADIÇÃO POPULAR

Nota:

Lembro-me, de que quando era criança pequena, e vivíamos em Vilela -Cabeceiras de Basto - o meu pai não, porque era crente evangélico convertido na Argentina - mas a família dele, fazerem todos aqueles prepatrativos para irem todos os anos á Romaria do São Bento da Porta Aberta.


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