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"Ó selvagem vento oeste, tu que que és o alento do Outono,
Tu que arrastas com a tua invisível presença,
As folhas mortas, como fantasmas a fugir dum feiticeiro.
Faz de mim a tua lira, mesmo que seja como a floresta,
Que importa, se as minhas folhas caírem como as dela?
O tumulto das tuas poderosas harmonias
Receberá de ambos um profundo timbre outonal,
Embora doce e triste. Sê, Espírito selvagem,
A minha Alma! Sê tu eu próprio, ó impetuoso!
Conduz os meus pensamentos mortos pelo universo fora,
Como folhas murchas, para apressar um novo nascimento.
E pela magia destes versos,
Espalha, como se fossem as cinzas e as centelhas
Dum fogo inextinguível, as minhas palavras pela humanidade!
Sê, através dos meus lábios, para a terra adormecida
A trombeta duma profecia! Ó vento,
Se o Inverno chega, pode a Primavera tardar?"
Shelley - no livro - A Alegria de Viver com a Natureza
de Edith Holden
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