quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

INFÂNCIA - Um poema de Casimiro de Abreu

O poeta brasileiro Casimiro de Abreu.

INFÂNCIA

Ó  anjo da loura trança,
           Que esperança
Nos traz a brisa do sul!
 -    Correm brisas das montanhas
             Vê se apanhas
A borboleta de azul!...

Ó anjo da loura trança,
          És criança,
A vida  começa a rir.
 -  Vive e folga descansada,
         Descuidada
Das tristezas do porvir.

Ó anjo da loura trança,
      Não descansa
A primavera inda em flor;
Por isso aproveita a aurora,
           Pois agora
Tudo é riso e tudo amor.

Ó anjo da loura trança
          A dor lança
Em nossa alma agro descrer.
 -   Que não encontres na vida,
           Flor querida,
Senão contínuo prazer.

Ó anjo da loura trança,
          A onda é mansa,
O céu é lindo dossel.
E sobre o mar tão dormente,
          Docemente
Deixa correr teu batel.

Ó anjo da loura trança,
          Que esperança
Nos traz a brisa do sul!...
 -   Correm brisas das montanhas...
            Vê  se apanhas
A borboleta azul!...

(Rio de Janeiro -  1858
Casimiro de Abreu - 1839 / 1860) 

4 comentários:

esperança disse...

Lindo!!! Simplesmente lindoooooooo…


Maninha querida que estejas benzinho e tenhamos todos uma noite tranquila.

Luana disse...

Belo!

Viviana disse...

Olá, L.

Também achei lindo!
Sabe que o poeta escreveu este poema aos 19 anos e morreu aos 21?
Que pena...
Quantas mais coisas belas poderia ter escrito?

Um abraço
Viviana

Viviana disse...

Querida maninha Esperança

Eu sei de quem te lembraste ao ler o poema...
Embora tenha olhos azuis, as tranças são castanhas.

Um beijinho e um bom dia
Viviana