quarta-feira, 27 de março de 2019

"...Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram."


«Ele nunca os abandonou, mas eles, temendo covardemente por as suas vidas, fugiram dele no exato momento do início dos Seus sofrimentos. Este é apenas um exemplo didático da fragilidade de todos os cristãos,  se  forem deixados por conta própria; eles são, no máximo, como ovelhas que fogem quando o lobo aparece.Todos haviam sido alertados do perigo e tinham prometido morrer, ao invés de  deixar o seu Mestre; e, ainda assim,  foram tomados por  um pânico súbito e saíram correndo. Pode ser que eu,  ao iniciar este dia, tenha preparado a minha mente para suportar uma provação em nome do Senhor, e me imagino estar certo de demonstrar perfeita fidelidade, mas deixe-me desconfiar de mim mesmo, para que, por ter o mesmo coração perverso de incredulidade, eu não abandone  o meu Senhor como fizeram os apóstolos. Uma  coisa é prometer e outra bem diferente é cumprir. Teria sido  sua honra eterna estar ao lado de Jesus corajosamente; eles fugiram da honra; que eu não os imite! Onde mais eles poderiam estar tão seguros quando perto do seu Mestre, que poderia chamar doze legiões de anjos na mesma hora?  Eles fugiram da sua verdadeira segurança. "Ó, Deus,  que eu também não faça papel de tolo."  A graça  divina pode fazer de um  covarde, um bravo. O pavio fumegante pode  explodir como fogo no altar, quando o Senhor deseja. Esses mesmos apóstolos que foram tímidos como lebres, tornaram-se audazes como leões depois que o Espírito desceu sobre eles, e, da mesma forma, o Espírito Santo, pode fazer do meu espírito covarde um espírito corajoso para confessar o meu Senhor e testemunhar a Sua verdade.
   Que angústia deve ter envolvido o Salvador quando viu os Seus amigos tão infiéis! Esse foi um ingrediente amargo na Sua taça; mas aquela taça está seca; que eu não coloque  outra gota nela. Se eu abandonar o meu Senhor, vou crucificá-lo  outra vez e envergomhá-lo abertamente. "Ó Espírito bendito, guarde-me de um fim tão vergonhoso".»
   (Spurgeon - no livro - Manhã e Noite- a minha meditação de hoje de manhã)

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