DESENCANTO
Era em Maio.
Mais branca e vaporosa
Não havia no mundo outra roseira.
Com que afago
Ela via acender-se cada rosa
Reflectida no lago!
Tanta vez se mirou! Tanta vez se achou bela,
Que duma flor, bem sua, a pétala singela
Desprendeu-se, ligeira,
Como cílio de neve...
Mas na face do lago um sulco de água leve
Fendeu, partiu ao meio a imagem da roseira!
(Pedro Homem de Mello - no livro - Segredos)
Não havia no mundo outra roseira.
Com que afago
Ela via acender-se cada rosa
Reflectida no lago!
Tanta vez se mirou! Tanta vez se achou bela,
Que duma flor, bem sua, a pétala singela
Desprendeu-se, ligeira,
Como cílio de neve...
Mas na face do lago um sulco de água leve
Fendeu, partiu ao meio a imagem da roseira!
(Pedro Homem de Mello - no livro - Segredos)
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