O PREÇO DO DISCIPULADO
«Durante os cerca de três anos que o Senhor Jesus passou na terra,
exercendo o seu ministério do anúncio da chegada iminente do reino de
Deus, e da proclamação do evangelho da salvação, agregou junto a si um
considerável número de seguidores, denominados de discípulos (isto é,
aprendizes) .
Embora as razões variassem de pessoa para pessoa, o certo é que todos os
que que o seguiam podiam ouvir, tanto os seus penetrantes ensinos,
assim como as suas perturbadoras denúncias, dirigidas, particularmente,
contra as elites religiosa de então.
Depois de um curto, mas significativo, período de “retiro” para fora dos
territórios da Judeia e da Galileia , Jesus procurou certificar-se do
grau de compreensão que as multidões, incluindo os próprios discípulos,
tinham acerca da sua pessoa.
Pedro, auxiliado por uma revelação sobrenatural, afirmou ser Ele “o
Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:15,16). Com a firme resposta de
Pedro, foi evidente que o grupo destes seguidores, próximos, estava
preparado para encarar, com valentia, os tensos episódios que se
avizinhavam e que teriam lugar em Jerusalém.
Contudo, o Senhor Jesus não deixou de informar os apóstolos sobre a
dramática realidade que os aguardava na cidade santa e que culminaria
com a sua própria morte.
Depois de uma áspera repreensão feita a Pedro, o Senhor Jesus passou a
desafiar todos os presentes, mostrando-lhes o custo do verdadeiro
discipulado e as exigências de uma vida de compromisso e de lealdade
plena.
Ao fazer isso, Ele apresentou três atitudes radicais, que se traduzem
nos requisitos necessários a todo aquele que deseja ser seu discípulo:
- Atitude de auto-negação - Para o Senhor Jesus, o verdadeiro
discípulo é aquele que renuncia aos seus direitos e privilégios
pessoais, e passa a viver em função das orientações daquele que o
alistou, vivendo para satisfazer a sua vontade.
Auto-negação significa a renúncia de tudo o que concorre com a lealdade devida ao Senhor que nos comprou com o seu próprio sangue, sacrificando-se por nós, indignos pecadores. - Prontidão para a morte - A assunção da decisão de seguir
Jesus requer, por parte daquele que se prontifica a fazê-lo, uma atitude
de predisposição volitiva total, capaz de o levar a correr sérios
riscos, mesmo que a morte seja o preço a pagar por essa lealdade.
A cruz é símbolo de dor, de brutalidade, de tortura; é símbolo de morte. Carregar a cruz é caminhar para a morte.
Com estas palavras, o Senhor Jesus estabeleceu um dos princípios mais penetrantes do discipulado cristão, isto é, a vida e a morte devem ser encaradas à luz da relação e do serviço a Cristo (Filipenses 1:21). - Dedicação diária - O terceiro requisito apresentado pelo
Senhor é a dedicação diária que o verdadeiro discípulo deve demonstrar,
revelando, deste modo, a sua determinação em aprender cada vez mais aos
pés do seu Mestre.
Embora hoje a presença física de Jesus não seja uma realidade, o requisito acima referido continua em vigor, visto que Ele ainda fala (e ensina) por meio da sua Palavra. É, portanto, possível “segui-lo” através da obediência dos seus ensinos, sob a infalível orientação do Espírito Santo.
Que a nossa dedicação ao Senhor Jesus seja sincera, real e completamente
radical, fazendo da promoção do seu reino na terra, o motivo do nosso
serviço, e da proclamação da sua glória, a razão da nossa vida. Soli Deo
Gloria! »
(Pastor Samuel Quimputo - Igreja Ev. Bapt. de Sete - Rios - Lisboa)
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