ECONOMIA

"Recolhei os pedaços...para que nada se perca".

                                    Ev.de S. João 6:12

"Por duas vezes Jesus, tendo compaixão de multidões famintas que o buscavam, realizou o milagre de multiplicar pães e peixes, transformando  uma simples merenda em provisões para milhares.

Tudo feito em plena ordem, pois aquelas grandes massas de povo - homens, mulheres e crianças -  assentadas sobre a relva, iam recebendo o alimento de que se fartaram, a ponto de sobejarem, da primeira vez doze e da segunda sete cestos.

Mas o que há de singular em ambos os episódios é a lição de economia que Jesus deixou frisante: "recolhei os pedaços para que nada se perca.".

Aquele que podia, inopinadamente,  de migalhas alcançar  superabundância, iria fazer caso de restos insignificantes? Não tinham já todos comido? Todos já não estavam fartos? Podiam então ser despedidos, irem para  suas casas devidamente saciados da fome  pelo pão perecível, mas também providos do pábulo (sustento) espiritual, o pão imperecível, a que Jesus recomendou buscassem com mais solicitude ainda."

Mas haviam ainda eles de ter fome. Os próprios discípulos e mesmo Jesus haviam de alimentar-se. A economia divina de milagres de certo modo impedira Jesus estar repetindo as multiplicações, pelo que seria necessário guardar o que tinham, não desperdiçar, nem malbaratar o que representava bênção de Deus já na forma de alimento, já na forma  de qualquer bem natural.

Nessas duas oportunidades Jesus recomenda a economia como uma atitude correta do indivíduo, mesmo diante da prodigalidade divina, mesmo em virtude dela."

(S.J. Ribeiro - no livro - Ninguém falou como Jesus)