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Poesia Depois da Chuva
A Maria GuiomarDepois da chuva o Sol - a graça.
Oh! a terra molhada iluminada!
E os regos de água atravessando a praça
- luz a fluir, num fluir imperceptível quase.
Canta, contente, um pássaro qualquer
Logo a seguir, nos ramos nus, esvoaça.
O fundo é branco - cal fresquinha no casario da praça.
Guizos, rodas rodando, vozes claras no ar.
Tão alegre este Sol! Há Deus. (Tivera-O eu negado
antes do Sol, não duvidava agora.)
Ó Tarde virgem, Senhora Aparecida! Ó Tarde igual
às manhãs do princípio!
E tu passaste, flor dos olhos pretos que eu admiro.
Grácil, tão grácil!... Pura imagem da Tarde...
Flor levada nas águas, mansamente...
(Fluía a luz, num fluir imperceptível quase...)
Sebastião da Gama, in 'Pelo Sonho é que Vamos'
Nota:
Publico mais este poema de Sebastião da Gama,
para que não venhamos a esquecer, este homem de alma bela,
que partiu aos 28 anos, vitima de Tuberculose renal da qual
sofria desde a adolescência.
Deixou-nos em herança, " Coisas muito bonitas.".
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