Responsabilidade Fiscal
No seu recente livro - Lucros da Fé - o pastor Alan Pallister, diz-nos:
«Nos relatos históricos da Bíblia existiam impostos ainda antes de existir moeda cunhada.
Êxodo 30:13 estipula o valor de meio siclo, que cada israelita deveria pagar, em prata, sendo o siclo a unidade oficial de peso do Tabernáculo.
Depois, na época de Salomão, a tendência é para o aumento de impostos...
...Ao ler-mos os evangelhos, o tema dos impostos não passa despercebido. Podemos é não reparar que, neste período, na Judeia, são cobrados dois tipos de impostos diferentes, devido ao facto de o povo se encontrar debaixo do domínio romano...
...Na época de Jesus havia dois impostos sobrepostos que tornavam muito difícil a gestão financeira das famílias, constituindo um peso enorme e, aparentemente, injusto para os cidadãos israelitas. Contudo, em ambos os casos, Jesus ensina a responsabilidade dos seus seguidores os cumprirem...
...Está profundamente enraizada na mente do povo a ideia de que pagar impostos é um dever pesado perante um Estado que deseja "tirar-nos" tudo o que puder. Assim, mesmo que cumpramos as nossas obrigações, sempre iremos procurar uma maneira de não deixar que nos "tirem" mais do que o mínimo possível. Não é habitual considerarmos os serviços essenciais, cuja manutenção depende do pagamento desses mesmos impostos.
João Pedro Martins, economista e antigo director do Desafio Miqueias, lembra-nos no seu livro «Revelações» os benefícios que temos em pagar impostos.
"Os impostos representam a principal fonte de receita dos Estados ocidentais para se poder implementar e manter serviços públicos essenciais, com eficiência e qualidade, em áreas como a saúde, transportes e segurança.
A fuga aos impostos é um virus que contamina todas as camadas sociais. Quando deixamos de exigir uma factura para evitarmos o pagamento do IVA, para lá do benefício imediato da redução do preço, acabamos por ser cúmplices de um sistema que envolve o não pagamento de IRC por parte do prestador de serviços, distorce a base tributária e impede a justa distribuição do rendimento e a afetação de recursos a áreas estratégicas e nas quais apenas o Estado pode investir por se tratar de sectores tradicionalmente deficitários.»
Quando refletimos na situação dolorosa dos primeiros seguidores de Cristo, ao terem de pagar impostos, abrangidos por dois sistemas sobrepostos, sofrendo inevitavelmente muitas privações injustas, iremos encarar a possibilidade de desobediência civil neste campo - nunca a fuga! Só em última instância. Iremos considerar o cumprimento das nossas responsabilidades fiscais um elemento fundamental da nossa mordomia cristã, indispensável para quem deseje encontrar, como cidadão terrestre, a verdadeira prosperidade.
(Pastor Alan Pallister - no livro - Lucros da fé)
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