sexta-feira, 4 de novembro de 2016

De Frei Agostinho da Cruz a seu irmão Diogo Bernardes

Frei Agostinho da Cruz . Fonte da imagem: http://arquivodarrabida.blogspot.pt.

A SEU IRMÃO DIOGO BERNARDES

Do Lima, donde vim já despedido,
Cavar cá nesta Serra a sepultura,
Não sinto que louvar possa brandura,
Sem me sentir turbar do meu sentido.

A laã de que me vem andar vestido,
Torcendo em várias partes  a costura,
Os pés que nus se dão à pedra  dura,
Nem me deixam ouvir, nem ser ouvido.

O povo cujo aplauso recebeste.
Vendo teu brando Lima, dedicado
A Príncipe Real, claro, excelente

Louvará muito mais  quanto escreveste;
De mim, meu caro irmão, menos louvado,
Louva comigo a Deus eternamente.

(Frei Agostinho da Cruz - no livro - Poesias Selectas)

Nota:

Frei Agostinho da cruz, retirou-me muito jovem para o Convento da Arrábida, onde viveu como Eremita, até morrer.

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