quarta-feira, 17 de maio de 2017

ESCRAVA - Um poema de Florbela Espanca

A poetisa portuguesa - Florbela Espanca.   
ESCRAVA

Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu Senhor,
Eu te saúdo, olhar do meu olhar,
Fala da minha boca a palpitar,
Gesto das minhas mãos tontas de amor!

Que te seja propício o astro e a flor,
Que a teus pés se incline a Terra e o Mar,
Plos séculos dos séculos sem par,
Ó meu Deus, ó meu dono,ómeu Senhor!

Eu, doce e humilde escrava, te saúdo,
E, de mãos  postas, em sentida prece,
Canto teus olhos de oiro e de veludo.

Ah! esse verso imenso de ansiedade,
Esse verso de amor que te fizesse
Ser eterno por toda a eternidade!...

(Florbela Espanca - no livro - Sonetos)

2 comentários:

Rosa disse...

Olá viviana.



Lindo o poema.

Sempre interessantes os escritos da sr Florbela Espanca.


Viviana, uma boa tarde, fresquita e meio chuvosa por aqui.


Abraços.

Viviana disse...

Querida Rosa

Sabe que quis ler o poema ao Zé e emocionei-me?
Não consegui.

Grande, grande Florbela!

Um abraço, boa amiga
Viviana