Um rouxinol a cantar. |
POEMA
É um rouxinol que canta.
Molha o bico em amor e solidão,
E levanta
O mais alto que pode o coração.
A ninguém mostra as penas verdadeiras;
Dá beleza de si...
(A desgraças caseiras
Nem a lua sorri...)
Dobra e redobra a sua alada mágoa,
Como um herói de circo a voar nas alturas;
E reflecte na água
As reais amarguras...
(Miguel Torga - Coimbra, 3 de Maio de 1943)
2 comentários:
Tão bonito quanto o trinado do rouxinol.
Beijinhos, bom resto de Domingo e uma noite descançada.
Dilita
Querida Dilita
Vindo do coração e da "pena" de Miguel Torga...
Só podia ser mesmo lindo.
Cada vez admiro mais este grande poeta português.
"Conheci-o" aos vinte e poucos anos, através da minha professora de Enfermagem - Enfª Soares de Albergaria.
Pena já ter partido.Mas, deixou-nos um bom e completo legado.
Um abraço e um bom dia
Viviana
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