Continuação
"Aos 17 anos, por causa do encerramento das escolas do Magistério, escreve, num semanário de Portalegre, um artigo em que ataca o ministro João Franco, a que respondeu o director dum jornal monárquico, com o qual manteve polémica durante 3 meses.
Sócia da «Liga Republicana das Mulheres Portuguesas», aos 20 anos escrevia artigos, numa revista desta Liga, ao lado das escritoras Ana de Castro Osório e Maria Veleda, com as quais, manteve relações pessoais de amizade, e cujas casas frequentava, em tertúlias intelectuais com outras amigas.
Sempre revoltada contra as injustiças sociais e sonhando com uma humanidade mais perfeita e mais feliz, vivia em contínua busca do que satisfizesse a sua alma idealista: experimentou o anarquismo, andou pelo espiritismo, conheceo o teosofismo e outros «ismos», nada correspondendo ao seu ideal. Desiludida, pensou em pôr termo à existência.
É então que entra no Tabernáculo Baptista do Porto, onde era pastor o Dr. António Maurício. O que ali viu e ouviu era completamente novo para ela. Fora católica, na infância, mas ignorava aquela Mensagem. Converteu-se. A doutrina de Cristo, como ali a conhecia agora, correspondia inteiramene áquilo com que sempre sonhara. Tudo então mudou para ela. Tinha 30 anos.
Integra-se na igreja, colabora nos trabalhos, é convidada para professora do Colégio Baptista Luso - Americano e desempenha também funções de governante do Seminário Baptista.
Em 1925, com 35 anos, partiu com a família Luper, para os Estados Unidos, onde estudou no Jacksonville Baptist College. Após uma permanência de 14 meses, regressou a Portugal, a instâncias de sua mãe e também pelo desejo de anunciar à sua família e ao seu povo a mensagem de Cristo.
Fixando-se em Chança, voltou à actividade comercial, tomando para si um estabelecimento que era dos seus pais. A todos falava do Evangelho, logo promovendo reuniões em casas particulares, a que se seguiram outras, públicas, com certa regularidade, num celeiro do pai. Em 1928 adquiriu uma casa para os cultos, transferidos depois para nova sala, onde, em 3 de Maio de 1937, foi organizada a Igreja Baptista de Chança, tendo sido realizado um memorável serviço de baptismos, na Ribeira de Seda, a que assistiu uma multidão calculada em 1.500 pessoas. Foi ainda por sua acção que a Igreja se transferiu, em 1953, para as actuais instalações, antiga morada de seu pai."
(No panfleto: Dª Maria José Pires dos Santos - da autoria do Pastor Dr. João António Marques)
Continua na próxima terça-feira - querendo Deus
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