sexta-feira, 5 de maio de 2017

Um Poema de Miguel Torga

Um rouxinol a cantar. 
POEMA

É um rouxinol que canta.
Molha o bico em amor e solidão,
E levanta
O mais alto que pode o coração.

A ninguém mostra as penas verdadeiras;
Dá beleza de si...
(A desgraças caseiras
Nem a lua sorri...)

Dobra e redobra a sua alada mágoa,
Como um  herói de circo a voar nas alturas;
E reflecte na água
As reais amarguras...

(Miguel Torga - Coimbra, 3 de Maio de 1943)

2 comentários:

dilita disse...

Tão bonito quanto o trinado do rouxinol.
Beijinhos, bom resto de Domingo e uma noite descançada.
Dilita

Viviana disse...

Querida Dilita

Vindo do coração e da "pena" de Miguel Torga...

Só podia ser mesmo lindo.

Cada vez admiro mais este grande poeta português.

"Conheci-o" aos vinte e poucos anos, através da minha professora de Enfermagem - Enfª Soares de Albergaria.

Pena já ter partido.Mas, deixou-nos um bom e completo legado.

Um abraço e um bom dia
Viviana