segunda-feira, 30 de junho de 2014

O horto ou, a horta, de Ferreira de Castro

O escritor Ferreira de Castro
O horto ou, a horta, de Ferreira de Castro

No livro - In Memoriam de Ferreira de Castro - uma das muitas preciosidades que constituem a nossa biblioteca cá de casa, encontrei um texto da autoria de Agostinho Gomes, o qual, pela sua beleza e simplicidade, decidi repartir aqui com os amigos.

" Dos animais, falava de igual forma, com particular complacência. Amava-os. Poupáva-os. Protegia-os.
Algumas vezes contava-me histórias de bichos, talvez por saber-me em sincronismo de afeições.
Um dia, foragido da vida tumultuária da cidade, isolara-se a um deslado, num enquadramento de montanha e mar, como porto de refúgio. Para espairecimento de sentidos e companheirismo de dor germinal da terra, dera-lhe para a bucólica de criar um pequeno horto. Revia-se, antecipadamente, no regozijo do verde tenro dos legumes, no alagado ventre das abóboras, na inflorescência de umas rosas, em fímbria de canteiro...
Simplesmente, ainda mal orvalhada a terra pela rega, em marcha lenta, mas intencionada, um batalhão de caracóis, arremetia à plantação deixando a renda filigranada das folhas impotentes para a sobrevida.
Mesmo que empíricos, bem conhecia os meios de extirpação da praga. Meio à flutuação liquida - não - liquida?,  a Bondade ditava-lhe o perdão: a bicharada tinha,  também,  o seu direito de viver! E, então, contratava meninos  (outra maneira de os fazer viver!)  que se azafamavam na apanha,  pagos por exemplar colhido, e os iam  depositar lá ao longe, onde o pasto não minguasse.
Trabalho e intenção baldados: os bichos voltavam ao assédio. E os olhos e a alma ficavam-lhe  baços da frustração deste gozo simples de partejar a terra...
Os bichos, sabêmo-lo, vivem lado a lado do homem, na Obra de Ferreira de Castro. Não raro, a animalidade deste  emparelha, anda à compita, supera o instintivismo daqueles.

(Agostinho Gomes - no livro - In Memorian de Ferreira de Castro - página 159)

domingo, 29 de junho de 2014

Porque hoje é Domingo (298)

 O meu amado e saudoso irmão Moisés Valador, na Casa de Oração lendo a Palavra Sagrada.

Convida-se a louvar  a Deus por amor da sua graça

Bendize, ó minha alma , ao Senhor, e tudo que há em mim bendiga o seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,  e não te esqueças  de nenhum dos seus benefícios...
...Como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem (respeitam)Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se que somos pó.
Porque o homem, são seus dias como a erva; como a flor do campo, assim floresce:
Pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não conhece mais.
Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre aqueles que o temem,  e a sua justiça sobre os filhos dos filhos.
Sobre aqueles que guardam o seu concerto, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprirem.

  (Livro dos Salmos cap. 103:1 e 2; 13 a 18)

sábado, 28 de junho de 2014

Uma mostra das belezas que encontrei, na "Casa da aldeia".

Anteontem, visitei uma vez mais a "Casa da aldeia" - a casa  onde moravam os meus saudosos e muito amados pais.
Dei uma volta por os jardins e  e encontrei estas coisas lindas:


O salgueiro chorão está enorme
Foi plantado pelo amigo e vizinho Zé, que já partiu para a eternidade.

A  lima - limão,  continua, há meses, carregada de frutos e...muitas flores.
Foi plantada por mim - trazida pelo Jorge dos Açores.

A roseira de santa Terezinha trepou por cima do abacateiro até quase ao telhado da casa.
Esta é uma das várias flores de sardinheira que há por lá.
Esta é uma outra
Estes são os sininhos
Uma das belas rosas
A buganvília branca deu também flores de cor rosa.
O abacateiro está todo vestido de folhas renovadas e pequeninos frutos.
Esta é outra buganvília.
O pátio, atrás da casa,com a figueira enorme e o maracujá tomate A casinha branca é a arrecadação.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Imagens - Um poema de Ilga K.Knorr

"A trepadeira (buganvília) ergue-se a florir" à porta de entrada.Foto tirada por mim.

IMAGENS

Voltei à casa de muros cinzentos
da antiga casa que me viu nascer,
à sombra espessa do plátano amigo,
da fonte clara onde fui beber.

No velho muro que circunda o sítio
a trepadeira ergue-se a florir,
o perfume agreste espalha, e o vento
sussurra manso, manso a sorrir.

Escuto  aves que à gerações habitam
os curvos galhos da roseira em flor.
Vejo recantos que em meu ser palpitam,
imagens dos meus pais, sagrado amor...

(Ilga K. Knorr - no livro- A Escalada da Vida)

Nota pessoal:

As palavras do poema, tem muito a ver, com o meu sentir quando, como hoje de manhã, visitei a casa onde moravam os meus saudosos e amados pais...na aldeia de Maceira - Pero Pinheiro.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

"Páscoa Branca" - Excerto - de llse Losa

Ao ler o texto lembrei-me desde menino - o meu neto Nuno
..."Uma criança fala, e as suas palavras vão de alma a alma, em linha recta, sem curvas, sem desvios. Palavras sem fechaduras, sem chaves, sem rótulos, mas livres como pássaros, nuas como adolescentes banhando-se em fontes de floresta, imensas como o mar onde navegam barcos que não buscam margens nem destinos. E não há idade encerrada num ciclo iniciado nas trevas e terminando nas trevas. Sonhamos como se tivéssemos chegado da luz, vivêssemos na luz, regressássemos à luz…"

(Ilse Losa in “Páscoa Branca”, Caminhos Sem Destino, p.200
(Ediões Afrontamento, Porto, 1991)

terça-feira, 24 de junho de 2014

Se soubéssemos olhar a vida... Michel Quoist

Fonte da imagem: http://um-blog-para-todos.blogspot.p

SE SOUBÉSSEMOS OLHAR A VIDA

"Se soubessémos olhar a vida com os olhos do próprio Deus, então veríamos que nada no mundo é profano; tudo, ao contrário, participa da construção do Reino de Deus.
Assim, pois, ter fé não é somente erguer os olhos a Deus para contemplá-lo; é, também, olhar a terra, mas com o olhar de Cristo.
Se tivéssemos deixado que Cristo penetrasse em todo o nosso ser, se tivéssemos purificado bastante o nosso olhar, o mundo já não seria para nós um obstáculo; seria  um perfeito convite a trabalharmos para o  Pai, a fim  de que, em Cristo, venha o  Seu  reino na terra como no Céu.
É preciso pedir a Deus fé para saber olhar a Vida."

(Michel Quoist - no livro - Poemas para Orar)

segunda-feira, 23 de junho de 2014

In Memoriam - Miguel Gaspar - jornalista

O jornalista Miguel Gaspar.Fonte da imagem:http://www.entornointeligente.com
Miguel Gaspar, director adjunto do PÚBLICO, morreu na madrugada deste domingo aos 54 anos. Estava internado há algumas semanas, em Lisboa, e tinha um cancro no pâncreas.
Teve uma vida dedicada à imprensa, como o próprio definiu na biografia publicada no site do PÚBLICO. Passou quase toda a sua vida nos jornais diários. “Muitos anos no Diário de Notícias e desde 2007 no PÚBLICO.
Veio directamente do curso de Filosofia para o jornalismo, em 1986.
Em 2005, foi distinguido com o Prémio de Crítica de Televisão da Casa da Imprensa.

"O Miguel faz-nos muita falta. Para pensar, para planear e para discutir as coisas pequenas e as coisas grandes do mundo. E, para além de tudo isso, para nos fazer rir, como ninguém, quando, com uma única frase, virava o mundo ao contrário", diz Bárbara Reis, directora do PÚBLICO. 
Para António José Teixeira, director da SIC Notícias, onde Miguel Gaspar era comentador habitual em matéria de política nacional, "há poucos jornalistas com o perfil do Miguel, ele era um jornalista muito completo".
"Era um espírito crítico, muito livre na sua observação do mundo", continua António José Teixeira, que o convidava regularmente para comentar a actualidade na televisão. "Era convicto nas ideias que tinha, lutava por elas. Era muito despojado, um homem modesto e ao mesmo tempo entusiasmado. Ele lia muito, tinha muitas referências e partilhava-as, não era arrogante nem sobranceiro, pelo contrário. Chamávamo-lo muitas vezes à televisão porque nos interessava esse lado distanciado e solto", conta. "O Miguel aceitava todos os desafios, podia ser um jogo de futebol, um filme, um debate político ou um assunto de política internacional."
A jornalista Marina Almeida diz acerca de Miguel Gaspar:
"O Miguel era um agregador de equipas, ele motivava-nos imenso, punha-nos a trabalhar”,
 “Era uma alegria no trabalho, o Miguel puxava pelo melhor de nós.”

Miguel Gaspar foi critico de televisão durante dez anos.
Nuno Azinheira diz dele: "Ele era uma pessoa fantástica, inteligente e culta".
"[Tinha] uma capacidade de análise que nos obrigava a pensar." "Faz muita falta ao jornalismo, diz Eurico de Barros.

Miguel Gaspar deixa dois filhos: O João, de 20 anos, e  o Tiago, de 19 anos. O velório é a partir das 16h deste domingo, na capela mortuária do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Na segunda-feira, a missa de corpo presente será às 16h30, presidida pelo sacerdote e poeta José Tolentino de Mendonça. O funeral seguirá para o cemitério de Barcarena onde o corpo será cremado.

  (http://www.publico.pt)

Nota pessoal:
O jornalista Miguel Gaspar era um dos poucos jornalistas que eu tinha muito gosto em ouvir.
Tinha por ele consideração e estima. Parecia-me ser um homem honesto, isento, conhecedor,
respeitador das personagens que comentava, que não usava a maledicência como comentário, contrariamente, à maioria dos comentadores que conheço.
Lamento a sua partida  antecipada. Lamento  que os seus filhos João e Tiago, ainda tão jovens, fiquem sem o seu pai.  Lamento que a comunicação social fique mais pobre, sem a presença de Miguel Gaspar.

Ao Miguel (também tenho um filho Miguel - um pouco mais novo que o jornalista), mas, como dizia, ao Miguel...quero dizer, OBRIGADA, muito OBRIGADA!

 Deixa entre nós, uma boa lembrança, uma boa memória, um bom exemplo.
Oro, ao Deus de amor e de infinita bondade,  para que console e encoraje, e enxugue as lágrimas de dor e saudade que virão por aí.
Como o sábio e exemplar Job, digo:

"O SENHOR O DEU, O SENHOR O TOMOU.

BENDITO SEJA O NOME DO SENHOR".

  (LIvro de Job cap. 1:21b)

domingo, 22 de junho de 2014

Porque hoje é Domingo (297)


A grandeza e a glória do Messias


O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa.
Abundantemente florescerá, e também jubilará de alegria e cantará; a glória do Líbano se lhe deu, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.
Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes.
Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.
Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão.
Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.
E a terra seca se tornará em lagos, e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos.
E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão.
Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele; porém só os remidos andarão por ele.
E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido.

 Livro do profeta Isaías cap.35:1 a10)

sábado, 21 de junho de 2014

Água corrente (canto popular)

A Ribeira das Jardas - ainda perto do local do seu nascimento - aqui pertinho de casa
 A foto é do meu filho Pedro Leal - tal como eu- um apaixonado da Ribeira.

Água clara da corrente
Que vais tu a lamentar?
São lembranças da nascente
Ou pressa de ir ter ao mar?

Correndo, correndo,
Sem nunca parar,
Em busca do rio, 
Caminho do mar,

 
De noite e de dia,
A água a correr,
ao rio irá dar,
Ao mar há-de ir ter.

Que dizes tu ribeirinho?
Que dizes, que eu não te entendo?
Não te cansas no caminho,
A toda a hora correndo?


Correndo, correndo,
Sem nunca parar,
Em busca do rio, 
Caminho do mar,

De noite e de dia,
a água a correr,
ao rio irá dar
ao mar há-de ir ter.

Lava roupa à lavadeira,
Põe a azenha a trabalhar,
Não vás assim de carreira,
Tens tempo de ver o mar…


Correndo, correndo,
sem nunca parar,
em busca do rio, caminho do mar.  

De noite e de dia,
a água a correr,
ao rio irá dar
ao mar há-de ir ter.

In Livro de leitura da 4ª. classe edição 1931

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Do poeta Pedro Homem de Mello

Azulejos em Afife - Fonte da imagem: http://pt.wikipedia.org/
Afife (Viana do Castelo) foi a terra de adopção do Poeta, Professor, e Folclorista, Pedro  da Cunha Pimentel Homem de Mello, nascido no Porto, a seis de Setembro de 1904 e falecido na mesma cidade, em  cinco de Março de 1984.
Viveu em Afife durante anos, num local paradisíaco, no Convento de Cabanas, junto ao rio com o mesmo nome, onde escreveu parte da sua obra, "cantando" os costumes e as tradições de Afife e da Serra de Arga.
  (http://pt.wikipedia.org)

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Pontes de Portugal (5) - Ponte de Eixões - Gerês


Ponte dos Eixões -  Campo do Gerês - Trás-os Montes - Fonte da imagem: /pt.wikipedia.org/
As antigas pontes atraem-me. Quando as contemplo, ao pormenor, serenamente,  gosto muito do que vejo;  medito então nas circunstâncias  em que foi construída e do quanto representou para o povo que ali vivia, e ainda hoje, para quem por lá passa.
Depois, fixo os olhos e a alma, na natureza em redor. Emociona-me tanta beleza...por exemplo a limpidez da água, os variados tons de verde da vegetação envolvente, a solidez das pedras e o trabalho  esmerado, (para a altura) de modo que, decorridos tantos e tantos anos, ainda se mantêm firmes e intactas no seu lugar.
Ainda, me enche o olhar, a preservação do meio ambiente ao redor. O homem não estragou.
Por tudo isto, vou apresentado, aqui neste espaço, de vez em quando, algumas das muitas e belas pontes espalhadas por esse  "torrão á beira-mar plantado" - o nosso lindo e amado Portugal.

 Apresentando a Ponte de Eixões - Campo do Gerês

A Ponte Medieval de Eixões, situada na Freguesia de Campo do Gerês, sobre a Ribeira de Rodas, possui dois arcos de volta perfeita formados por aduelas estreitas, construídos sobre as bases sólidas de paredões bem aparelhados alicerçados no leito rochoso e nas margens.
Apesar da inscrição do ano 1745 patente num dos arcos,, considera-se haver indícios para recuar a sua existência a tempos anteriores.
   (http://puraexperiencia.blogspot.pt/)

Campo do Gerês é uma freguesia portuguesa do concelho de Terras de Bouro, distrito de Braga, também conhecida por São João do Campo, com 62,38 km² de área e 162 habitantes (2011)1 , logo com densidade de 2,6 hab/km².
Esta antiga aldeia está situada junto à Mata da Albergaria em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, a 15 km da sede do concelho. Alberga o Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna, para preservação da memória da localidade submersa, em 1971, devido à construção de uma barragem.(/pt.wikipedia.org/)

terça-feira, 17 de junho de 2014

AO VENCEDOR...


Fonte da imagem: http://arrazmaz.blogspot.pt/

"Àquele que vencer e fizer a minha vontade até ao fim
darei autoridade sobre as nações.
Eu lhe darei a mesma autoridade que recebi de meu Pai.
Também lhe darei a estrela da manhã.
Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz ás igrejas."
   (Livro do Apocalipse cap.2:27 a 29)


«Estamos em pleno clima da copa. As pessoas estão em festa vestindo roupas amarelas, agitando bandeiras, cantando, numa demonstração de alegria. Os jogadores bem treinados estão a postos para a grande conquista do título de campeão mundial de futebol.


Enormes investimentos foram feitos pelos países num todo, e em particular pelo país recepcionista, em obras gigantescas e estádios bem equipados.

A televisão nos dá uma visão das cores vivas desta festa sem par, das pessoas entrevistadas com seus palpites, e cada um desejando que seu país ganhe a copa. Uma verdadeira euforia.

Enquanto assistia a abertura da copa com a participação de estudantes e artistas com suas danças, à minha mente veio outro grande acontecimento, contemplado pelo apóstolo João na sua visão narrada em Apocalipse. Uma festa promovida por Deus, e, portanto perfeita, com a entrega de um prémio infinitamente superior à taça de ouro da copa  “a estrela da manhã”.

Milhões dos que festejam a copa não fazem a ideia do que será ganhar a estrela da manhã das mãos daquele que é a sua personificação. A estrela da manhã nasce de madrugada, antes do- por- do- sol. O Senhor Jesus Cristo sendo a brilhante estrela da manhã virá buscar seus filhos e leva-los ao céu, antes de aparecer como o sol de justiça para reinar sobre a terra. Neste dia de glória ele dará ao vencedor a estrela da manhã, não levando em conta suas obras, mas como recompensa de sua fé verdadeira.

Vamos comemorar, sim, os festejos da copa e exultar caso nosso país seja o vencedor, mas que tenhamos no coração o desejo de participar das bodas do Cordeiro, e receber o mais precioso troféu, “a estrela da manhã”, das mãos daquele que morreu em uma cruz e se tornou um grande Salvador».

Que assim seja

Orlando Arraz Maz- no blogue -http://arrazmaz.blogspot.pt/

Nota:

Ao ler, e meditar, sobre este oportuno e interessante texto, imediatamente senti o desejo de o "trazer comigo" e partilhá-lo aqui, com os amigos.
Obrigada, querido e estimado irmão pastor Orlando Arraz Maz.


segunda-feira, 16 de junho de 2014

A paz sem vencedor e sem vencidos. Um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen

 Fonte da imagem:http://mundodaluha.blogspot.pt/

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos

 a paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Sophia de Mello Breyner Andrese

domingo, 15 de junho de 2014

Porque hoje é Domingo (296)


A Oração de Habacuc

Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide;
o produto da oliveira minta, e os  campos não produzam mantimento;
as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais  não haja vacas.
Todavia, eu me alegrarei no Senhor: exultarei no Deus da minha salvação.
Jeová, é o Senhor, é a minha força, e fará os meus pés  como os das cervas (corças), e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor, sobre  os meus instrumentos de música.)

   (Livro do  profeta Habacuc cap. 3:17 a 19) - Bíblia Sagrada

sábado, 14 de junho de 2014

Perito português - Duarte Nuno Vieira - distinguido com o Prémio "Nobel" dos CSI

Duarte Nuno Vieira

Duarte Nuno Vieira, ex-presidente do Instituto de Medicina Legal, passou a estar no grupo dos melhores "CSI" do mundo.
Foi distinguido pela Academia Americana de Ciências Forenses com o Prémio Douglas  Medal dos cientistas forenses. Este prémio é o mais prestigiado prémio internacional de Ciências Forenses. Foi criado em 1999 pela Academia Americana de  Ciências Forenses e é atribuído apenas de três em três anos. Duarte Nuno Vieira vai receber o seu "Nobel" em Outubro deste ano, em Seul, Coreia do Sul, onde vai abrir  com um discurso  a Conferência Mundial da Associação Internacional  de Ciências Forenses. Regressou ontem da Palestina, onde esteve a dar formação em "Clinica Forense", a ensinar a fazer autópsias e a apoiar a reestruturação dos serviços  médico-legais palestinianos. Mas o seu trabalho como Consultor da ONU para os Direitos Humanos e para a Reabilitação das Vitimas de Tortura, têm-no levado a viajar por muitos países do mundo à procura de violações  do direito humanitário e de sinais escondidos de tortura. A este respeito diz: "Há muitos tratados de Direitos Humanos mas há um contraste flagrante entre a lei e a realidade". Duarte Nuno sublinha que as violações são transversais, não acontecem só em países pobres. Acontecem também em países do chamado primeiro mundo. No entanto, sublinha, "há cada vez mais profissionais qualificados prontos a intervir".
Como cidadã portuguesa e, como enfermeira, muito me regozijo com a atribuição deste importante prémio a este "Grande Português", conhecido e valorizado além-fronteiras, pelo seu empenho e determinação em contribuir para um maior conhecimento e valor, das ciências forenses.
Muitos Parabéns! Professor Doutor Nuno Dias Vieira.
Muito obrigada! por se preocupar com os outros, e por tanto fazer para tornar este nosso mundo, um pouco melhor.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Mais encantos com o tempo

Fonte da imagem:http://amigossolidariosnoluto.blogspot.pt/

"QUE SAUDADES SÃO AS ÁRVORES VELHAS,
E AS VELHAS RUAS TÊM OUTRO ENCANTO;
PORQUE NÃO HEI-DE SER COMO ELAS
QUE TÊM MAIS ENCANTOS COM O TEMPO"?

(Graça Pereira)

quarta-feira, 11 de junho de 2014

"Lança o teu cuidado sobre o Senhor e Ele te dará força..."

Salgueiro, ou chorão.
"Lança o teu cuidado sobre o Senhor e Ele te dará força..."

"Tenho chorado até me secarem as lágrimas;
o meu coração está quebrantado, tenho o espírito profundamente deprimido,
vendo o que aconteceu ao meu povo...
Então o meu povo  chorou perante o Senhor.
Ó gente de Jerusalém, deixem  as lágrimas escorrerem como um ribeiro;
não deixem de chorar, não dêem descanso aos vossos olhos, noite e dia.
Levanta-te de noite e clama a Deus;
derrama o teu coração, como se fosse água, perante o Senhor;
levanta para Ele  as mãos; intercede pelos teus filhos
que morrem de fome  nas ruas.
Os meus olhos derretem lágrimas de dia e de noite, 
em fios que nunca acabam,
por causa da destruição do meu povo.
Oh! Se o Senhor olhasse desde os céus e respondesse ao meu rogo!
O meu coração confrange-se perante aquilo que aconteceu ás gentes de Jerusalém."

Livro de Lamentações de Jeremias cap. 2:11; 2:18;, 19; 3:48 a 50)

No livro - Quando o nosso mundo desaba
Uma publicação de Núcleo - Centro de Publicações Cristãs

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Mater Dolorosa - Um poema de Pedro Homem de Melo



Dançando o Chula. Fonte da imagem: http://www.semibreves.pt/
Saio sempre recompensada quando, me envolvo  com os livros, que nas muitas  prateleiras esperam um pouco de atenção, de cuidado.
Desta vez dei de olhos com as "BODAS VERMELHAS" do grande e  saudoso poeta, que foi Pedro Homem de Melo, com um prefácio de Júlio Dantas. Deste livro seleccionei o poema -  MATER DOLOROSA, que com muito gosto partilho aqui com os amigos.

MATER  DOLOROSA  
                            A meus Pais

A mãe do Poeta chora.
E a sua canção inquieta
Parece pedir perdão
Aos homens sem coração
Por ter um filho Poeta...

»Na praia, em pequeno, um dia
Meteu-se à  onda bravia,
Que à flor da espuma trazia,
Um peixe, côr de luar...
Mas a onda fez-se mansa,
Teve dó dessa criança
Cujo crime era sonhar...

Duma vez à sua porta
Vieram cantar os Reis.
- Ai! a de branco! a de branco!
Fulvo  cabelo, aos anéis...
Flor, entre os dedos, singela...
E ele então,  logo perdido,
Foi pela rua, atrás dela,
No rastro do seu vestido...

Aos vinte anos, cismador.
Esqueceu que havia as Sortes,
Magrinho, falho de côr...
Por isso os mais, que eram fortes!)
(Os que tinham ido às sortes!)
Lhe chamavam desertor.

Em tardes de romaria
Todo o mundo o viu bailar!
Quando o seu corpo bulia
Subiam torres no ar...
Por fim, calava-se a dança.
E ele,  de novo, sozinho,
Era, de novo, a criança,
Que a onda brava, depois mansa
Recolhera no caminho...

Formou-se em Doutor de Leis.
Que pode a idade e os estudos?
Seus olhos ficaram mudos
A letra ficou nas leis.
Seus olhos só viam dança...

 - Ainda era a mesma criança
Que ouvira cantar os Reis!»

E a mãe do Poeta chora.
Com sua canção inquieta,
Parece pedir perdão
Aos homens sem coração
Por ter um filho Poeta...

Pedro Homem de Melo
No Livro - Bodas Vermelhas

Nota:

Recordo que, durante muito tempo, faz muitos anos, o Poeta apresentou um interessantíssimo Programa  de Danças e Cantares Portugueses, na Rádio Televisão Portuguesa.
Programa este com grande audição.

domingo, 8 de junho de 2014

Porque hoje é Domingo (295))

 No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos;
 E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.
 E os dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus.
 E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras?
 Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia;  e era já quase a hora décima. 
 Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João, e o haviam seguido.
 Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo).
 E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro). 
 No dia seguinte quis Jesus ir à Galiléia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me.
 E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
 Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
 Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? ( Disse-lhe Filipe: Vem, e vê.
 Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo.
 Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira. 
 Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel.
 Jesus respondeu, e disse-lhe: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás.
 E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem. 


  (Ev. de S. João cap. 1:35 a 51)

sábado, 7 de junho de 2014

Estamos no mês de Junho



Rosa brava - Rosa sempervirens. Fonte da imagem: http://profs.ccems.pt/
"Toda cintilante com o esplendor do orvalho,
  a roseira-brava espraia-se na verdura".
    (Scott.)

E assim, como a correr, a correr, chegámos ao mês de Junho, o do meio do ano. Quase sem dar-mos por isso, constatamos que metade do ano de 2014, já lá vai. Para a maioria das crianças e jovens, o ano léctivo acabou ontem...hoje, começam as férias.

Por aqui, na Europa, todos gostamos do mês de Junho, e sorrimos, quando ele chega. Trás com ele o início das idas à praia, das férias, das colheitas, dos dias longos,  e tantas outras coisas agradáveis.

Algumas curiosidades sobre o mês de Junho:

No antigo calendário latino, Junho era o quarto mês. Diz Ovídeo que o seu nome se deve a Juno, mas outros autores relacionam a palavra com o consulado de Junius Brutus. É, no entanto, provável que tenha relação com a agricultura e que,  originariamente, o termo indicasse o mês em que as colheitas amadurecem.
Os anglo- saxões chamavam-lhe "Mês seco" e também  "Mês do solstício", e,  por último, e em contraposição a Julho, "Primeiro mês ameno". O solstício de verão ocorre no mês de Junho.
    (Enc.Brit)

Adágios de Junho

"Se em Maio houver névoa e em Junho calor,
 os meses terão todo o seu esplendor."

    "Junho chuvoso, ano formoso."

"Se Junho for húmido e quente
 verás o camponês contente.".

(No livro - A Alegria de Viver com a Natureza - Diário de Edith Holden)

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A SINTRA QUE FERREIRA DE CASTRO TANTO AMOU

A tranquila Barragem do Rio da Mula - em Sintra.
Visito este lugar com frequência.
Fonte da imagemhttp://cnpgb.inag.pt/gr_barragens/ 
O mágico Palácio  da Pena - em Sintra - que  olho vezes sem conta... desta janela...
Fonte da imagem: http://www.planetware.com/

A SINTRA QUE FERREIRA DE CASTRO TANTO AMOU

De Cibita, como lhe chamavam os gregos e os tùrdulos, deriva o nome  de SINTRA. Cintia era então, para  sábios e poetas, o promontório da lua. O promontório da lua: Fantástica, misteriosa designação...

Que realidade. escondida, que verdade ignorada entreviram, lucidamente, os nossos longínquos antepassados? ...

...Nós sabemos, nós sentimos que só eles tinham razão, que Sintra não é um lugar como outro qualquer, que Sintra caíu entre nós por qualquer morta aventura, que Sintra não nos pertence, e nós não a merecemos porque não cremos na sua estranha origem.
Condições climatéricas, natureza do terreno,  constituição geológica?
Mentira, horrível mentira! A força que alimenta os fetos, erguendo-os até ao céu, e dando-lhes natureza de árvore, a seiva que  oferece ás flores tão belos matizes, as mil  tonalidades de verde, a harmonia duma paisagem em que os rochedos e os penhascos se conjugam com as camélias e com os cisnes brancos, o sangue que palpita nas veias da serra de Sintra, vêm da lua, da nuvem,  de toda a parte, menos deste mundo. Os que amam Sintra, os adeptos da sua doce religião pagã, sabem-no bem. É um mundo diferente, onde a beleza é o ar que se respira, e a poesia é a própria respiração.
...Que poder sobrenatural se desprende das faldas luxuriantes da serra?
Sintra é a terra das interrogações, das surpresas.
Porque é que naquele recanto nevoento, se juntam plantas e flores dos cinco continentes?
Porque é que as nuvens vêm cobrir, a todo o instante, os seus píncaros, que não ultrapassam, no entanto, os quinhentos e quarenta  metros? As nuvens buscam o promontório da lua, saudade dum planeta  ou duma estrela onde estiveram um dia.

...Abandonemos inteligência, lógica, raciocínio. Sintra é para sentir e só sentindo, se pode conhecer..Abandonemos regras e ciências; é a única maneira  de possuir a eterna poesia de Sintra.
  ( António Quadros -  no livro - IN MEMORIAM DE FERREIRA DE CASTRO

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Palavras sentidas por Michel Quoist


Uma bela candeia -  fotografada por mim no Sabugo - Sintra

Desde toda a eternidade Deus pensa em nós, e em Seu amor, que tudo cria,  nem por um só instante Ele desvia  de nós a sua tenção. Na pessoa dos nossos irmãos, devemos reencontrar a Ideia de Deus - e respeitá-la. Devemos ser para eles  atenciosos à imagem do Grande Atencioso...
...É verdade, Senhor, que sem cessar  pensas em nós,
É verdade que desde sempre, antes que existíssemos,
Antes mesmo que o mundo existisse 
Sonhas comigo,
Pensas em mim,
E me amas.
E é  verdade que o Teu Amor me fez
Modelo único e não objecto em série,
Protótipo e não produto de uma indústria,
O primeiro e o último.
Indispensável à Humanidade.
É verdade, Senhor, que para  a minha vida idealizaste um
   destino original.
É verdade que para mim só, tens um projecto eterno.

Um plano maravilhoso que desde sempre carregas no coração,
como um pai acalenta os mínimos pormenores da
vida  do filho desejado.
É verdade que, debruçado sobre mim, sem cessar nunca, Tu
me guias para o realizar,
clarão em meu caminho, força para a minha alma.
É verdade que ficas triste quando me afasto, quando fujo
do caminho, mas acorres para me levantar se tropeço, se caio.
Senhor,
Tu, o divino Atencioso,
o divino Paciente,
o divino Presente,

Faz que nem por um instante eu esqueça a Tua Presença.
Não te peço que abençoes o que decidi viver, eu próprio.
Dá-me a graça de descobrir e de viver aquilo que sonhaste
para mim.
Fase, Senhor, que, vivendo da  Tua Graça, eu despose um
um pouco, na minha atenção para com os outros, a  Atenção
que Tu tens para connosco..
Faz que de joelhos eu adore neles  o mistério do  Teu Amor
Criador,
Que eu respeite a  Tua ideia neles, sem sequer impor a
minha.
Que eu deixe percorrer a estrada que Tu lhes apontaste,
sem procurar arrastá-los para o meu caminho,
Que eu reconheça que eles são indispensáveis ao mundo, e
que não posso passar sem o mais pequeno deles.
Que eu não me canse nunca de contemplar, e me enriquecer
com os tesouros que a eles confiaste.
Ajuda-me a louvar-Te na caminhada que eles seguem, a
reencontrar-Te na existência deles.
E que nem um só instante da sua vida se desdobre,
Que nem um cabelo  lhes caia da cabeça, sem que,  Contigo,
eu esteja a prestar atenção.

(Michel Quoist - no livro - Poemas para Orar)