quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Entre o Sono e o Sonho...
http://olhares.aeiou.pt/leito_do_rio_sao_francisco_foto692775.html
Foto de Wania Pedroso
Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito,
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme, onde o rio corre-
Esse rio sem fim.
(Fernando Pessoa)
"Poema tardio de Pessoa, datado de 11/9/1933, "entre o sono e o sonho" trata de um tema querido a Pessoa ortónimo: a incapacidade prática de atingir na vida real o que se imagina poderá ser a vida ideal.
Passa neste poema a ideia de fragmentação e de divisão. São estes dois fortes alicerces, a fonte da angústia do poeta quando analise a sua própria vida. Se por um lado a sua personalidade é marcada por um forte idealismo, um forte "sonhar", ela é também dominada por uma fraca capacidade de concretizar esse sonhar em realidade. Ou, por outro lado, é o "sonhar" demasiado intenso sequer para poder ser concretizado - é demasiado inalcançável.
A fragmentação, por outro lado, "a casa que hoje sou", é um prédio solitário com demasiadas divisões, onde habita a alma de um poeta sem esperança de dar a volta a uma vida demasiada cruel."
(http://omj.no.sapo.pt/Forum/poema_entre_o_sono_e_o_sonho.htm)
4 comentários:
Olá, Viviana!
Fernando Pessoa foi um Homem que sonhou para lá do "horizonte"!
Quando lemos Pessoa, temos sempre a sensação de que estamos perante alguém que vive um século para além do nosso!
É um poeta de todos os tempos, passados, presente e futuro!
Um abraço,
Renato
P.S. Então a Viviana e a maninha Esperança, conhecem o quartel onde estive alguns meses em Leiria (R.A.L.4)!
Olá Viviana
Passei para lhe deixar o meu abraço de Bom Ano 2010.
Espero encontrá-la poe aqui mais vezes.
Licas
Olá Renato, meu bom amigo
È verdade.
Conhecemos muito bem o quartel 4 de Leiria.
E o sete tambem.
A certa altural lá por volta do ano 1958/59, nós as duas trabalhámos lá pertinho.(do 4)
Era muito engraçado...
Os "magalas", como então se chamavam, mandavam muitos piropos ás moças; mas coisas giras, sem maldade.
Os tempos eram outros.
Hoje não há nada disso.
Acabou tudo.
Não eram só os soldados, eram os rapazes em geral.
Tinham até um assobio próprio...
Um abraço
Viviana
Olá Licas
Obrigada boa amiga.
Tudo de bom para si.
Um beijo
viviana
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