Ainda a propósito do meu amigo Inácio

                     A  florinha no meio das pedras  do muro do caminho. Foto do Zé.

Ontem á noite tive que ir tratar um assunto á casa da aldeia. Foi a primeira vez que lá fui á noite, depois da partida para o céu, do meu amigo e vizinho Inácio.
Quando da minha porta olhei a casa dele, sem luz acesa, toda fechada e em absoluto silêncio, senti uma enorme tristeza e disse para o Zé:  Olha a casa do meu amigo, como está só e triste...Ele disse baixinho,numa voz carinhosa: "pronto...lá vêm as lágrimas outra vez." Então eu pensei que o meu amigo Inácio está agora bem melhor. Já não precisa daquela casa para nada, nem de ninguém ...inclusivé, de mim. Para mim é estranho não o incluir mais,  como fiz ao longo dos últimos quatro anos, na minha oração da noite, quando pouso a cabeça sobre a almofada, e oro por familiares e amigos. O lugar dele está vago.

Agora, demanhã, peguei num livro de C. S. Lewis, intitulado Dor,  no qual o autor trata o tema da dor da perda da  sua esposa, livro este  que me passou pelas mãos, quando anteontem  arrumava uma prateleira da biblioteca, tendo-o selecionado para ler, e,  ao abrir ao acaso, verifiquei  que o autor diz a certa altura:   "Após a morte de um amigo, anos atrás, tive durante algum tempo um vivo sentimento de certeza de que a sua vida  continuava e mesmo que melhorara".

Tal qual o meu pensamento de ontem á noite, quando olhava a casa do meu amigo Inácio.

Curioso! Muito curioso! Eu ter pegado neste livro.