segunda-feira, 30 de julho de 2012

Triste-Feia é........o nome de uma rua da encantadora Lisboa

É verdade. Soube ontem, pela televisão, que na encantadora cidade de Lisboa, há uma rua que se chama :Triste-Feia. Só isto. Nem sequer tem a palavra rua.

                                       Lisboa - Triste-Feia (Alcântara)

Eis a sua história, segundo os registos da Câmara Municipal de Lisboa:

Freguesia: Prazeres
Início do Arruamento em: confluência da Rua Maria Pia, Rua da Costa e Rua Prior do Crato.

Historial:

Segundo Norberto Araújo, esta era a designação popular desta artéria que foi depois municipalizada e que evoca a moradia nesta ladeira de uma rapariga pouco favorecida pela beleza. É um topónimo antigo cuja data de atribuição se desconhece. Para esclarecer o significado do topónimo citamos Appio Sottomayor na sua comunicação às 3ªs Jornadas de Toponímia de Lisboa - «A Toponímia das Ruas que o não são»- : « E ficou para o fim aquela rua sem indicação de rua que tomo como a mais reveladora da delicada poesia natural que brotava de quem punha nomes aos sítios lisboetas. Fica esta em Alcântara, paredes meias com a estação de Alcântara Terra e é irmã siamesa da Rua da Costa. Chama-se, muito singelamente, Triste Feia. O nome desencantado teve, no entanto, honras de citação pelo poeta António Nobre, quando este escreveu: 'Ó Lisboa das ruas misteriosas!/ da Triste Feia, de João de Deus,/Beco da Índia, Rua das Formosas/Beco do Fala-Só (os versos meus...)'. Da mulher que foi a Triste Feia não se sabe o nome exacto nem , rigorosamente, o tempo em que viveu. O que se sabe ao certo é que foi o povo, foram os seus vizinhos quem imortalizou as suas características. Diz a tradição que ali moraram três irmãs, sendo duas delas raparigas normais e com o viço próprio dos verdes anos; a terceira, porém, possuía feições tão pouco agradáveis à vista que os rapazes que passavam em busca de conversadas fugiam comentando : 'que focinho de porca!', 'que medonha seresma!'. Claro que as irmãs casaram e ela ficou sozinha, vendo chegar a velhice e agravar-se a fealdade. Mas, ao que rezam as crónicas, a simpatia nada tinha a ver com os atributos físicos. Assim, muita gente vencia a relutância por um ser tão feio e conseguia entabular conversa e até quase travar amizade. Mas a vida da pobre era passada quase sempre sentada à sua porta, numa melancolia doente. O certo é que morreu - e ninguém a esqueceu. Ficou o sítio conhecido pelos desagradáveis atributos da mais notável moradora. E Triste Feia se manteve até hoje. sem o designativo de rua que não precisa.»

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1 comentário:

esperança disse...

Olá! Maninha querida! As coisas que eu sempre vou aprendendo contigo, todo a a vida tem sido assim…Hoje fico a saber que existe em Alcântara a Triste-Feia, não sabia, assim como não sei o nome de muitas outras Ruas de Lisboa, embora cá more há quase 50 anos. Obrigada por mais esta.
Tem, tenhamos todos, uma noite tranquila.