terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

LAGRIMA - Um poema de Bulhão Pato

Uma bela rosa que o meu filho Pedro me ofereceu..

LAGRIMA

  Eu perguntei o que era amor à rosa,
«É como nós: corolla avelludada,
«De uma  côr attrahente, voluptuosa
«Porém, toda de espinhos circundada»:

  Os malmequeres brancos consultei
Sobre se sim ou não era eu amado;
Uma por uma as folhas arranquei
E d´um malmequer branco desfolhado.

  A derradeira respondeu-me : «Não!»
Banhou-se-me de pranto o coração...
Se é fraqueza chorar nos meus amores,

  Lagrimas verte o monte, que é granito,
E o céu, o próprio céu, que é infinito,
Chora também no calice das flores!

  (Bulhão Pato - no livro - Poesias escolhidas - 1932)

2 comentários:

dilita disse...

Querida Viviana

Tão bonito, quanto a rosa aveludada!
Perfeito o conjunto!

(Pareço estar esquecida, mas não estou.)
Beijinhos.
Dilita.

Viviana disse...

Querida Dilita:
Olá! boa amiga.
Que bom que gostou.
Quando menos esperamos, encontramos "coisas" linda.
O meu abraço
Viviana