Vi-o a primeira vez no verão passado, sentado num daqueles bancos altos, ao balcão de um café, na aldeia onde fica a casa dos meus saudosos pais, e onde eu tinha ido passar uns tempos, para poupar o meu coração doente, que me impedia de subir os três andares que dão acesso aqui á minha casa.
Ele estava a tomar o pequeno - almoço. Havia várias pessoas ali, mas reparei que ele estava só, não vi ninguém falar com ele. Chamou-me a atenção porque tinha um aspecto andrajoso, e um ar triste, muito triste. Reparei que, como as calças estavam subidas por estar sentado, não tinha peúgas ou meias, e os pés estavam arroxeados com o frio da manhã.
Eu estava sentada a uma mesa com o meu marido, e tomava-mos o pequeno - almoço. Quando olhei para ele, alguma coisa de especial aconteceu comigo, de tal modo que senti uma enorme compaixão por ele.
Tomei o pequeno - almoço e saí, mas fui para casa a pensar nele.
No dia seguinte ele lá estava no mesmo lugar.
Ao terceiro dia, 4ª feira, o café fecha para descanso semanal, e nós fomos ao café Central tomar o pequeno - almoço, Só uma nota: ia-mos tomar o pequeno - almoço ao café para o meu marido poder ler o jornal, pois na aldeia não havia lugar de venda.
Era nosso hábito, depois do pequeno - almoço dar-mos uma volta pela aldeia para fazer um pouco de exercício. Naquela 4ª feira quando voltávamos de andar, vimos uma ambulância que levava para o hospital o João (nome fictício), porque se tinha sentido mal de noite com falta de ar.
Uma vizinha disse-me que ele dormia dentro de uma caminoneta velha, lá em baixo num parque de estacionamento de uma empresa.
Quando olhei a ambulância, levantei os meus olhos ao céu e roguei ao Senhor que o acompanhasse e guardasse de todo o mal. ( eu sempre faço isso quando vejo uma ambulância a caminho do hospital)
No dia seguinte, eu entrei no café e contei á proprietária o sucedido na véspera, e estávamos a falar ainda, quando, para nosso espanto, vimos o sr. João a entrar no café, ainda com muita dificuldade em respirar e com muito mau aspecto. Como de costume sentou-se ao balcão e tomou o pequeno - almoço.
Eu, sentada a uma mesa, não tirava os olhos das costas dele e pensava que teria que falar com ele, a fim de ajudá-lo naquilo que eu pudesse.
Quando me levantei da mesa, dirige-me a ele e disse-lhe esta frase, com a minha voz e o meu coração repassados de ternura e compaixão: O senhor está doente, não está?
Nunca irei esquecer aquele momento. Ele levanta os olhos do balcão, suavemente, e com um olhar mais triste do mundo, olha-me no rosto, com uns olhos cor de mel, dos mais lindos que já vi… e responde-me que sim, que está doente. Eu apresentei-me, disse-lhe que era filha da senhora Argentina (era assim que a minha mãe sempre foi conhecida e tratada na aldeia, por ela ter nascido na Argentina) e então, ele esboça um sorriso e diz-me que era muito amigo dos meus pais e que se criou com o meu irmão, de quem sempre foi muito amigo e ainda hoje é. Disse-me então: “Fizeram-me muito mal… tiraram-me tudo…” Creio que ele viu que podia confiar em mim e abriu-se, e falou-me, ainda que por alto, da sua triste e longa história, com os olhos cheios de lágrimas. Eu ouvi-o com toda a atenção, comovida e com o meu coração a arder de compaixão.
Depois de o ouvir, tentei encorajá-lo e criar nele esperança, falando – lhe da misericórdia e amor de Deus, e disse-lhe ainda, que através da oração o Senhor poderia agir e tirá-lo daquela situação triste. Recordo-me que lhe disse que tinha a certeza que a situação iria melhorar, e ele ainda iria voltar a trabalhar, coisa que ele já não fazia há cerca de seis anos. Prometi-lhe que iria orar por ele e iria pedir a todos os meus amigos, irmãos, e familiares, para orarem por ele. Antes de me retirar, apertei-lhe a mão calorosamente.
Fui o mais rápido que eu pude para casa, e nem fui caminhar. Mal entrei em casa, corri para o quarto, ajoelhei ao lado da cama, e numa súplica fervorosa derramei a minha alma perante o Senhor, rogando - lhe com muitas lágrimas que tivesse compaixão do meu amigo João e que o ajudasse, restituindo-lhe toda a sua dignidade de ser humano.
Depois, entrei em contacto com todos os meus amigos, irmãos e familiares, e contei-lhes a triste história deste meu amigo, e pedi-lhes encarecidamente que orassem por ele. Usei o e-mail., o blogue, o telefone, tudo. O que é certo é que dentro de pouco tempo, havia muita, muita gente a orar por ele.
Pedíamos ao senhor, que lhe desse uma cama para dormir, uma casinha, pequenina que fosse,para ele se resguardar do frio, da chuva e do calor.
A partir daquele dia, todos os dias me encontrava com ele e aos poucos, ele foi-me contando toda a sua triste história de vida. E eu sempre a encorajá-lo, a dizer-lhe para ter confiança e ter fé em Deus.
Nascido e criado na terra, a vida sorriu-lhe e tornou-se empresário de uma oficina de mármores, que é do que quase toda a gente da aldeia vive, pois é uma zona de transformação de mármores.
Mais tarde rumou ao Algarve, onde teve vários negócios comerciais. Vivia bem, nessa altura e na sua casa havia sempre lugar para mais um, inclusive muitas pessoas da sua aldeia, a quem convidava para passar uns tempos e aproveitar as belas praias do Algarve.
De um momento para o outro, como que por mistério… as coisas começaram a correr mal e ficou sem nada. Por lá ficou uns tempos a viver da misericórdia de alguns. Decidiu voltar á aldeia, sem nada, triste e deprimido.
Sem dinheiro, sem saúde, sem amigos, sem apoios… rapidamente se transformou num pobre, a viver da caridade alheia. A única coisa que possuía era uma velha camioneta de carga, dentro da qual viveu durante seis anos.
Um dia, eu ia a passar numa rua perto da minha casa, ia com o meu marido, a minha irmã e o meu cunhado, para almoçar-mos num restaurante ali perto, para comer um bom “cozido á portuguesa “, quando o vi sentado num degrau com a cabeça encostada á parede. Aproximei-me dele e vi que chorava convulsivamente, só, completamente só.
As pessoas passavam e ninguém ligava. Quando vi que chorava, o meu coração derreteu-se… abracei-o com muita força e chorei com ele, sentada no degrau. Já não queria saber do cozido á portuguesa para nada, eu queria era ficar ali com ele. Eu disse - lhe: Está muito triste não é? Ele acenou com a cabeça dizendo que sim. Perguntei-lhe se o poderia ajudar nalguma coisa e ele acenou a cabeça dizendo que não. Que só deus o poderia ajudar. Então levantei-me e fui andando e chorando até ao restaurante, onde a comida não me soube a nada, pois só me lembrava dele.
Criaram-se laços de afecto tão grandes… que ele para mim é como um irmão, um grande, grande amigo.
Entretanto voltei para a minha casa em Mira – Sintra e de vez em quando ia lá á aldeia. Passada cerca de uma semana, ao anoitecer, eu fui á janela olhar as flores e o jardim e, reparei numa luz acesa numa pequenina casa, que ficava junto á minha, mas que funcionou sempre como garagem, mas que agora alguém me tinha dito que a transformaram para a arrendar aos emigrantes que vieram de vários lugares.
Quando vi a luz acesa, fiquei muito contente, tão contente, que fiquei a imaginar quem seria que iria lá viver. Bom, fui dormir e no dia seguinte ao passar á porta para ir tomar o café, qual não é o meu espanto quando vejo sair de lá o meu amigo João, muito bem arranjado, barba feita e com sorriso no rosto. Eu não queria acreditar! Ele tinha finalmente uma casinha! Convidou-me para entrar, e mostrou-me uma cama confortável, com lençóis limpinhos, cobertores quentinhos. Olhando á minha volta, não lhe faltava nada!
Disse-lhe então: Deixe-me abraçá-lo! Porque eu estou muito feliz.
Quando cheguei a casa, ajoelhei no mesmo lugar quando supliquei misericórdia, e com a voz entrecortada por muitas lágrimas, agradeci, agradeci, ao meu Deus.
Nós orámos, e o Senhor usou uns sobrinhos dele, para lhe proporcionar aquela casa e aquele bem - estar. Do Centro de dia, vêm todos os dias trazer-lhe o almoço e o jantar; lavam-lhe e tratam-lhe das roupas e vêm á 5ª feira limpar-lhe a casa
Entretanto, como já tinha a casa, começámos a rogar ao senhor por trabalho para ele.
Passada uma semana , cheguei lá e ele não estava. Pensei que tivesse doente e estivesse no hospital, mas não, quando perguntei por ele, disseram-me que estava a trabalhar. Imaginem a minha alegria! Corri para casa e fui ajoelhar no mesmo lugar para agradecer.
Começámos então a orar para o Senhor cuidar da sua alma, e libertá-lo de todos aqueles maus pensamentos que o apoquentavam. Daí a uns dias ele veio dizer-me que gostava muito de ter uma Bíblia, Claro que lhe arranjei logo uma Bíblia e fui entregá-la no café, onde ele estava á mesa com um grupo de amigos. Ficou tão contente, tão contente!
Depois disso vendo-me dirigir para uma casa de uma família crente, onde se realizam cultos todos os domingos á noite, disse-me que gostaria de lá ir. Eu respondi-lhe que teríamos todo o gosto em recebê-lo lá.
Passados uns dias ele apareceu e gostou muito de estar lá, e agora vai sempre que pode. Ali, arranjou mais um grupo de amigos e irmãos.
Agora, estamos a orar para que o Senhor complete a obra na sua vida, salve a sua alma, e lhe tire da mente alguns pensamentos ruins que ainda o perturbam.
O meu amigo João, parece outra pessoa! Não tem nada a ver com aquele João que eu conheci sentado ao balcão do café, naquela 2 ªfeira do mês de Agosto, do ano 2007.
Porque é que vos conto isto tudo?
È apenas, e tão - somente, para vos mostrar, e provar… que o nosso Deus, é Deus de Amor e de infinita Misericórdia! E que responde ás nossas orações, quando são feitas dentro da sua vontade!
A Ele toda a Glória! Todo o Louvor! Toda a Adoração!
Pelos séculos dos séculos Ámen
sábado, 31 de maio de 2008
sexta-feira, 30 de maio de 2008
O que eu ando para aí a dizer...
Entrei no autocarro e sentei-me no meu lugar habitual, que é aquele (único) em que os passageiros ficam virados um para o outro.
È verdade! Já agora, porque será que eu gosto tanto de me sentar ali!?
Provavelmente terá a ver com o que eu vou contar.
A certa altura, logo no inicio da viagem, entra uma senhora de cerda de 65/70 anos e senta-se á minha frente.
Olhei para ela, sorri, e disse-lhe:
-A senhora está tão elegantemente vestida!...
Tem um tailleur tão bonito!
E também está muito bem penteada!... -
Ela olhou para mim com um sorriso aberto, fixou-me e disse:
Ah!... a senhora é aquela senhora que aqui há tempos, na paragem do autocarro, lá em baixo na estação, me disse que eu tinha um chapéu muito bonito!’
Oopss! - pensei eu - Acho que começo a ser conhecida por andar a dizer “estas coisas” por aí ás pessoas!...
Sim, respondi, fui eu… lembro-me muito bem!
A senhora tinha um chapéu redondinho, branco, com um laço de fita de seda azul, e disse-me que a senhora é que o tinha feito, aliás, que fazia todos os seus chapéus!
Sim, era…respondeu-me ela.
Desatámos as duas a rir… e o “pessoal” todo a olhar para nós…
Não voltei a encontrá-la depois disto, mas se a encontrar… vai ser muito bom!
E vou voltar a dizer, se for caso para isso…que ela está muito bonita!
È verdade! Já agora, porque será que eu gosto tanto de me sentar ali!?
Provavelmente terá a ver com o que eu vou contar.
A certa altura, logo no inicio da viagem, entra uma senhora de cerda de 65/70 anos e senta-se á minha frente.
Olhei para ela, sorri, e disse-lhe:
-A senhora está tão elegantemente vestida!...
Tem um tailleur tão bonito!
E também está muito bem penteada!... -
Ela olhou para mim com um sorriso aberto, fixou-me e disse:
Ah!... a senhora é aquela senhora que aqui há tempos, na paragem do autocarro, lá em baixo na estação, me disse que eu tinha um chapéu muito bonito!’
Oopss! - pensei eu - Acho que começo a ser conhecida por andar a dizer “estas coisas” por aí ás pessoas!...
Sim, respondi, fui eu… lembro-me muito bem!
A senhora tinha um chapéu redondinho, branco, com um laço de fita de seda azul, e disse-me que a senhora é que o tinha feito, aliás, que fazia todos os seus chapéus!
Sim, era…respondeu-me ela.
Desatámos as duas a rir… e o “pessoal” todo a olhar para nós…
Não voltei a encontrá-la depois disto, mas se a encontrar… vai ser muito bom!
E vou voltar a dizer, se for caso para isso…que ela está muito bonita!
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Dar e receber
Ide para os vossos campos e jardins e aprendereis que o prazer da abelha consiste em retirar o mel da flor. Mas também a flor tem prazer em dar o seu mel á abelha. Pois para a abelha a flor é uma fonte de vida. E para a flor a abelha é mensageira de amor. E, para ambas, abelha e flor, o dar e o receber com prazer é uma necessidade e um êxtase.
Kalil Gibran
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Plantaram duas árvores mortas
Neste espaço havia um canteiro, que ia de um lado ao outro da rua e fora feito pela Câmara de Sintra.
Eu e mais duas vizinhas do meu prédio começámos a plantar flores e arbustos, e o canteiro ficou muito lindo e estava bem cuidado; cuidámos deles muitos e muitos anos.
Da minha janela do terceiro andar regava-o com uma mangueira. No verão tinha que regá-lo pelo menos uma vez por semana para as plantas se aguentarem.
Um belo dia, há aproximadamente 3 anos, a Autarquia resolveu fazer obras na rua, tendo ficado como está hoje.
Sem qualquer aviso prévio, um dia de manhã cedo, vejo as máquinas de uma empresa a destruírem o canteiro e a arrancarem as plantas e os arbustos e levarem-nos para um aterro longe daqui.
Podem imaginar como eu fiquei! Tentei deter os homens mas era tarde demais. Fartei-me de chorar e corri para o presidente da Junta, que fica aqui perto da minha casa, contar-lhe a situação. Ele não tinha qualquer informação sobre o assunto e imediatamente telefonou para a Câmara de Sintra, a pedir explicações ao engenheiro responsável pela obra, tendo ele respondido que que era uma decisão para ir para a frente.
O presidente pediu então para, pelo menos, plantarem uma árvore de cada lado da rua e colocarem junto de cada uma um banco de jardim, tendo e engenheiro concordado com a idiea do presidente da Junta.
Eu e mais duas vizinhas do meu prédio começámos a plantar flores e arbustos, e o canteiro ficou muito lindo e estava bem cuidado; cuidámos deles muitos e muitos anos.
Da minha janela do terceiro andar regava-o com uma mangueira. No verão tinha que regá-lo pelo menos uma vez por semana para as plantas se aguentarem.
Um belo dia, há aproximadamente 3 anos, a Autarquia resolveu fazer obras na rua, tendo ficado como está hoje.
Sem qualquer aviso prévio, um dia de manhã cedo, vejo as máquinas de uma empresa a destruírem o canteiro e a arrancarem as plantas e os arbustos e levarem-nos para um aterro longe daqui.
Podem imaginar como eu fiquei! Tentei deter os homens mas era tarde demais. Fartei-me de chorar e corri para o presidente da Junta, que fica aqui perto da minha casa, contar-lhe a situação. Ele não tinha qualquer informação sobre o assunto e imediatamente telefonou para a Câmara de Sintra, a pedir explicações ao engenheiro responsável pela obra, tendo ele respondido que que era uma decisão para ir para a frente.
O presidente pediu então para, pelo menos, plantarem uma árvore de cada lado da rua e colocarem junto de cada uma um banco de jardim, tendo e engenheiro concordado com a idiea do presidente da Junta.
Na sequência destes acontecimentos, enviei uma exposição ao Presidente fa Junta de Freguesia, ao Presidente da Câmara de Sintra e ao Engenheiro responsável pela obra.
Apenas o Presidente da Junta me respondeu e dentro de um curto prazo, dos outros dois aguardo ainda uma resposta.
Estou a pensar que quando fizer 3 anos (Setembro) sobre o acontecido, escrever-lhes novamente a perguntar se eles acham que os cidadãos não têm direito a uma resposta.
E assim vão as nossas autarquias!
Destruiram o meu canteiro, atiraram com as minhas plantas e arbustos para o aterro , plantaram duas árvores mortas e os prometidos bancos nunca chegaram
Na foto, vimos 4 homens a plantar uma árvore no local, mesmo por baixo da minha janela tendo tambem plantado uma outra do outro lado da rua, ambas mortas...acabando as duas por serem arrancadas por os miúdos da escola.
Nunca nasceu uma folhinha sequer em cada uma delas!
terça-feira, 27 de maio de 2008
Dificuldade em aceder á internet
Amigos,
Desde ontem á noite que estou com muita dificuldade em aceder á Internet.
Só o consigo por breves minutos, por isso não pude ter o prazer de visitar os vossos blogues.
Se eu deixar de aparecer por algum tempo, já sabem o motivo.
Um grande abraço para todos
Viviana
Desde ontem á noite que estou com muita dificuldade em aceder á Internet.
Só o consigo por breves minutos, por isso não pude ter o prazer de visitar os vossos blogues.
Se eu deixar de aparecer por algum tempo, já sabem o motivo.
Um grande abraço para todos
Viviana
Inocência
Vou aqui como um anjo, e carregado
De crimes!
Com asas de poeta voa-se no céu…
De tudo me redimes,
Penitência
De ser artista!
Nada sei,
Nada valho, nada faço,
E abre-se em mim, a força deste abraço
Que abarca o mundo!
Tudo amo, admiro e compreendo.
Sou como um sol fecundo
Que adoça e doira, tendo
Calor apenas.
Puro,
Divino
E humano como os outros meus irmãos,
Caminho neste ingénua confiança
De criança
Que faz milagres a bater as mãos.
(Miguel Torga)
De crimes!
Com asas de poeta voa-se no céu…
De tudo me redimes,
Penitência
De ser artista!
Nada sei,
Nada valho, nada faço,
E abre-se em mim, a força deste abraço
Que abarca o mundo!
Tudo amo, admiro e compreendo.
Sou como um sol fecundo
Que adoça e doira, tendo
Calor apenas.
Puro,
Divino
E humano como os outros meus irmãos,
Caminho neste ingénua confiança
De criança
Que faz milagres a bater as mãos.
(Miguel Torga)
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Desafio aceite
Respondendo ao desafio da minha amiga Flor:
Família – Instituição criada por Deus no Jardim do Éden, a fim de que o ser humano possa através dela, atingir o seu crescimento e desenvolvimento plenos.
Uma bênção maravilhosa.
Homem - Ser criado á imagem e semelhança de Deus para o louvar e glorificar.
Mulher – Uma prenda valiosíssima que Deus ofereceu a Adão a fim de que ele não estivesse só. Deu-lhe o privilégio de ser mãe, e desta forma a continuadora da espécie humana.
Sorriso - Manifesta o estado de espírito da pessoa, que pode ser: alegre, triste, desanimado etc etc. Manifesta também simpatia, amizade e amor.
Um dos sorrisos mais lindos que conheço, é o da minha neta Margarida (2 anos).
Perfume - O perfume que eu mais desejo espalhar, é o “Suave Perfume de Cristo”.
Depois há outros perfumes que eu gosto: O da flor da aboboreira, da alfazema e do goivo.
Paixão – È uma coisa bonita, mas com conta, peso e medida. A paixão desenfreada,
Quase sempre acaba mal.
Há outras paixões que não as amorosas. A minha por exemplo, é a
Que sinto por o meu Mestre e Senhor Jesus Cristo.
Amor - Uma das mais belas invenções de Deus.
Quando é puro e verdadeiro faz milagres extraordinários nas pessoas.
Todo o ser humano precisa de amor, sem ele é impossível ser feliz ou realizar-
Se como pessoa.
Olhos – São as janelas da alma. O olhar mais lindo que existe é o das crianças.
Sal - Serve para temperar, preservar e conservar.
O senhor Jesus disse que os cristãos são o sal da terra e a luz do mundo.
Chuva – A chuva é uma bênção para todos os seres vivos. Eu gosto muito da chuva porque ela rega, refresca, revigora, revitaliza, enche os rios, lagoas e lagos, limpa o ar, as ruas e os telhados, e dá -nos águinha para beber.
Eu não me importo de me molhar e andar á chuva.
Mar – O mar, para mim é um grande mistério e uma enorme atracção.
Quando estou sentada na areia á beira – mar, gosto de pensar e tentar descobrir o que está por baixo da água. Imagino coisas fantásticas lá.
Também gosto de olhar o horizonte e pensar sobre o que está lá do outro lado.
Por vezes fecho os olhos e num instante eu já estou do outro lado do Atlântico!
Livro - Considero os bons livros, bons amigos..
Gosto muito de ler, sobretudo poesia e livros sobre a natureza.
Mas o meu livro principal é a Bíblia., que eu já leio desde os meus sete anos.
A Bíblia é a Palavra de Deus através da qual Deus se revela ao ser humano.
Filmes – Já apreciei mais os filmes do que agora.
Para dizer a verdade, já não me lembro quando fui a última vez ao cinema.
Nem tampouco os filmes que são apresentados na Televisão, eu costumo ver.
Música - Gosto muito de música mas não de todo o tipo. Há até alguma que eu não
Tolero mesmo, como por exemplo Hard Rock.
A minha preferida é a música clássica dum modo muito especial Grieg,
Dvorak e Granados.
Preciso quase tanto de música como do ar que respiro.
Dinheiro - È um mal necessário.
Não ando a correr atrás dele nem o valorizo por aí além.
Gosto muito de repartir com os que têm menos do que eu., e quanto mais
Reparto, com mais fico! Curioso, não?
Silêncio - Sou das que acho que o silêncio vale ouro.
Preciso do silêncio como do pão para a boca.
Aprecio muito estar quieta no meu canto, a pensar, a reflectir a meditar…
Creio que é no silêncio que eu oiço melhor a voz de Deus.
Solidão – Felizmente não sei o que é a solidão.
Imagino... mas saber por experiência própria… não.
Dum modo geral tenho sempre gente á minha volta.
Mas, conheço, porque visito, muitas pessoas, sobretudo idosos, que vivem em
Total e completa solidão.
Flores – As flores são das coisas que eu mais amo, e creio até que não haverá (ou
Haverá?) quem mais goste delas do que eu. Gosto de todas, das dos jardins e
Das do campo. Acho-as todas muito belas e fantásticas!
Na minha casa há jarras com flores por todo o lado.
Sonhos – Eu tenho muitos sonhos! Quando deixamos de sonhar, morremos.
Apesar dos meus 67 anos… não paro de sonhar.
Cidade - A cidade de que eu mais gosto é Lisboa.
Acho-a muito linda! Assim ancorada junto ao Tejo.
Cheínha de luz e de vida!
País - Portugal é o País de que eu mais gosto. No entanto também gosto muito da
Argentina, pois foi lá que eu nasci e é onde ainda tenho a maior parte da família.
Também tenho um carinho especial pela Finlândia, que é a terra da família da
do pai da minha mãe e onde ainda vivem muitos familiares.
Ainda a Alemanha, está também no meu coração, pois é a terra da mãe da minha
Mãe, ou seja, minha avó.
Não viver sem - Deus, sem família, sem amigos, sem a chuva, sem as flores, sem
A música, sem o meu gato, sem os meus passarinhos, sem as minhas
Caminhadas…
Nunca deixarei de ser – Grata a Deus, por o seu imenso amor para comigo, nunca
Deixarei de ser verdadeira, nunca deixarei de ser solidária,
Nunca deixarei de ser alegre, nunca deixarei de cantar, nunca
Deixarei de sonhar…
Qualidades –È difícil ser eu a falar das minhas qualidades, mas vou tentar.
Creio que sou e sempre fui trabalhadora; sou verdadeira, não minto;
Sou solidária com os que sofrem ou têm menos do que eu; sou alegre,
Gosto de dar umas boas gargalhadas, aliás, sou conhecida no meio da
Família pelas gargalhadas que dou.
Defeitos - Sou exigente, comigo e com os outros (será defeito?).
Creio que sou demasiado faladora, Mas, atenção, por norma não falo da
Vida dos outros.
Gósto - De caminhar, de flores, do mar, dos campos, das montanhas, dos animais,
Das pessoas, das árvores, de filhoses, de rabanadas, de canja de galinha,
De sopa da pedra, de condoitro, dos bolos fofos de Belas…
Não passarei – junto de um cão perigoso, perto de um touro bravo…
Detestas – Que me tentem enganar, que me passem á frente, numa fila de auto – carro,
Que sejam injustos comigo, comer caracóis, beber aguardente, que fumem
Ao pé de mim, chegar atrasada…
Pessoa – Uma pessoa que eu admiro muito é o nosso cientista António Damásio.
Possui talvez, a nível mundial, o maior conhecimento acerca do funciona-
Mento do cérebro humano, e é , creio eu, a pessoa mais humilde e simpática da
Terra.
Desafios – Não só gosto de enfrentar desafios, como também admiro muito os que os
Enfrentam. Desde sempre o meu lema foi: Se os outros são capazes, porque
eu não hei-de ser!?
E como estes desafios servem para se ficar a conhecer um pouco mais da pessoa que ele responde, vou passar o “trabalho de casa” para as minhas amigas:
Ana Maria, Anita, Isabel, Fátima André, Francine,Vilma e Rosângela
domingo, 25 de maio de 2008
Porque hoje é Domingo...(6)
Saltério
Louvai ao Senhor com harpa, cantai a Ele com saltério de dez cordas.
Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.
Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.
sábado, 24 de maio de 2008
A beleza da Primavera
É Primavera e os campos estão espantosamente belos, com a profusão de verde e tons coloridos, que "jorram" dos milhares de flores que dançam a suave coreografia, encenada por uma brisa leve e fresca.
As aves nos seus ninhos - verdadeiras obras de arte - tecidos palha a palha, pena a pena, pelos seus bicos admiravelmente habilidosos, as aves, criam os filhotes com um cuidado e abnegação surpreendentes...
Por isto tudo e muito mais... eu amo a Primavera, e por mim, seria Primavera pelo menos metade do ano! A outra metade poderia ser sol e chuva em partes iguais!
Mas... e este mas, tem muito que se lhe diga! O Deus - Criador - Todo-Poderoso - é que é mestre neste assunto e quem sabe o porquê de haver Primavera, Verão, Outono e Inverno.
Prostrada diante dEle, humildemente O adoro, O louvo, O glorifico, com um coração profundamente agradecido.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
A vida que não cansa
Por vezes temos a sensação que a vida nos cansa.
Sentimos que ela nos tolhe, nos amarra, nos aprisiona.
Então, há em nós como que um grito contínuo por uma libertação.
Uma libertação que são sabemos definir, mas que sentimos que existe algures mais além, em algum lugar!
Eu creio que este grito, este anseio, esta contínua expectativa, esta constante esperança num “amanhecer melhor”… é a prova de que fomos criados por um Deus - Todo – Poderoso, para quem caminhamos, e para quem iremos um dia voltar, e aí sim, terá lugar a verdadeira e eterna vida que não cansa, que não nos tolhe, que não nos aprisiona, mas que nos dá uma eterna e total libertação.
Sentimos que ela nos tolhe, nos amarra, nos aprisiona.
Então, há em nós como que um grito contínuo por uma libertação.
Uma libertação que são sabemos definir, mas que sentimos que existe algures mais além, em algum lugar!
Eu creio que este grito, este anseio, esta contínua expectativa, esta constante esperança num “amanhecer melhor”… é a prova de que fomos criados por um Deus - Todo – Poderoso, para quem caminhamos, e para quem iremos um dia voltar, e aí sim, terá lugar a verdadeira e eterna vida que não cansa, que não nos tolhe, que não nos aprisiona, mas que nos dá uma eterna e total libertação.
quinta-feira, 22 de maio de 2008
83º aniversário da Igreja Baptista de Morelena
Ontem, a Igreja Baptista de Morelena, completou 83 anos de existência.
Foi organizada como Igreja no dia 21 de Maio do ano de1925
Tudo começou quando um crente, Arduíno Adolfo Correia, que era Colportor Bíblico( vendedor de Bíblias) para ali foi residir, por conselho médico, por motivos de saúde da sua esposa Irmã Cristiana Correia.
Mal se instalaram, começaram a dar testemunho da sua fé em Cristo, e não tardou muito que um pequeno grupo de pessoas aceitassem a mensagem do Evangelho.
Entretanto o Irmão Arduíno pediu apoio Pastoral para o grupo, á Primeira Igreja Baptista de Lisboa, tendo Pastor desta, Paulo Irwim Torres, passado a colaborar com aqueles irmãos.
Foi organizada com seis membros, e o Pastor Paulo Irwim Torres foi o seu primeiro Pastor.
Outros Pastores exerceram ali o seu ministério, tais como, o Pastor Luís Caetano Lourenço, o Pastor Joaquim Lopes de Oliveira e presentemente o Pastor João Serafim Regueiras.
Quando se fala da Igreja Baptista de Morelena, há um nome de um irmão que logo é lembrado. O saudoso e mui querido irmão Joaquim Jacinto Gaspar, que com a sua esposa a mui saudosa irmã Alice Brás Gaspar, em tempos difíceis… em que o Pastor só podia visitar a igreja uma vez por mês… este casal de irmãos, asseguraram o trabalho com uma dedicação e entrega extraordinárias.
Esta Igreja, localizada em Morelena - Pêro Pinheiro - Sintra, tem dado ao longo destes 83 anos, um valioso testemunho do Evangelho de Cristo em toda aquela zona envolvente.
È uma Igreja dinâmica, cheia de vida, com Templo próprio, tem muitos casais jovens, muitas crianças e um bom grupo de jovens. Possui também um Grupo Coral com cerca de 30 vozes, dirigido pela Irmã Augusta Torres, filha do seu primeiro Pastor.
È uma Igreja solidária, sempre disponível para apoiar outras Igrejas, ou Organizações de Evangelismo ou de Solidariedade Social. Sempre atenta ao que se passa no meio onde está inserida, orando pelos Enfermos, visitando, apoiando, e ajudando os necessitados, independentemente de frequentarem a Casa de Oração ou não. Todos são tratados da mesma forma. No próximo dia 31 de Maio, está convidada a tomar parte na Inauguração do Centro de Dia e Lar para os Idosos, de Morelena, para a Construção do qual, os seus membros deram uma generosa e dedicada colaboração.
È nesta Igreja do Senhor Jesus Cristo, que eu culto-o e sirvo o meu Deus.
Não lhe chamo “a minha Igreja”, porque ela na verdade, não é minha, nem do Pastor, nem de ninguém… ela pertence ao Senhor.
Não me canso, nas minhas orações, de agradecer, louvar e exaltar o nome do Senhor, por Ele ter tido a bondade de fazer surgir esta Igreja, e de ao longo destes 83 anos, ter cuidado dela, providenciando tudo o necessário para que ela cumpra a sua missão de anunciar as Boas – Novas da salvação aos perdidos.
Ao finalizar, digo como o Apóstolo Paulo: A Esse, (Deus) glória na Igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre Ámen. (Epístola aos Efésios 3:21)
Foi organizada como Igreja no dia 21 de Maio do ano de1925
Tudo começou quando um crente, Arduíno Adolfo Correia, que era Colportor Bíblico( vendedor de Bíblias) para ali foi residir, por conselho médico, por motivos de saúde da sua esposa Irmã Cristiana Correia.
Mal se instalaram, começaram a dar testemunho da sua fé em Cristo, e não tardou muito que um pequeno grupo de pessoas aceitassem a mensagem do Evangelho.
Entretanto o Irmão Arduíno pediu apoio Pastoral para o grupo, á Primeira Igreja Baptista de Lisboa, tendo Pastor desta, Paulo Irwim Torres, passado a colaborar com aqueles irmãos.
Foi organizada com seis membros, e o Pastor Paulo Irwim Torres foi o seu primeiro Pastor.
Outros Pastores exerceram ali o seu ministério, tais como, o Pastor Luís Caetano Lourenço, o Pastor Joaquim Lopes de Oliveira e presentemente o Pastor João Serafim Regueiras.
Quando se fala da Igreja Baptista de Morelena, há um nome de um irmão que logo é lembrado. O saudoso e mui querido irmão Joaquim Jacinto Gaspar, que com a sua esposa a mui saudosa irmã Alice Brás Gaspar, em tempos difíceis… em que o Pastor só podia visitar a igreja uma vez por mês… este casal de irmãos, asseguraram o trabalho com uma dedicação e entrega extraordinárias.
Esta Igreja, localizada em Morelena - Pêro Pinheiro - Sintra, tem dado ao longo destes 83 anos, um valioso testemunho do Evangelho de Cristo em toda aquela zona envolvente.
È uma Igreja dinâmica, cheia de vida, com Templo próprio, tem muitos casais jovens, muitas crianças e um bom grupo de jovens. Possui também um Grupo Coral com cerca de 30 vozes, dirigido pela Irmã Augusta Torres, filha do seu primeiro Pastor.
È uma Igreja solidária, sempre disponível para apoiar outras Igrejas, ou Organizações de Evangelismo ou de Solidariedade Social. Sempre atenta ao que se passa no meio onde está inserida, orando pelos Enfermos, visitando, apoiando, e ajudando os necessitados, independentemente de frequentarem a Casa de Oração ou não. Todos são tratados da mesma forma. No próximo dia 31 de Maio, está convidada a tomar parte na Inauguração do Centro de Dia e Lar para os Idosos, de Morelena, para a Construção do qual, os seus membros deram uma generosa e dedicada colaboração.
È nesta Igreja do Senhor Jesus Cristo, que eu culto-o e sirvo o meu Deus.
Não lhe chamo “a minha Igreja”, porque ela na verdade, não é minha, nem do Pastor, nem de ninguém… ela pertence ao Senhor.
Não me canso, nas minhas orações, de agradecer, louvar e exaltar o nome do Senhor, por Ele ter tido a bondade de fazer surgir esta Igreja, e de ao longo destes 83 anos, ter cuidado dela, providenciando tudo o necessário para que ela cumpra a sua missão de anunciar as Boas – Novas da salvação aos perdidos.
Ao finalizar, digo como o Apóstolo Paulo: A Esse, (Deus) glória na Igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre Ámen. (Epístola aos Efésios 3:21)
quarta-feira, 21 de maio de 2008
O nascimento do pequenino canário
Ontem, de manhã bem cedinho, tive a bênção de assistir a uma coisa fantástica, que foi ver nascer um pequenino canário.
O que senti naquele momento é inexplicável!
Um misto de alegria, de espanto e de deslumbramento!
Só a cabeça e o pescoço estavam fora do ovo, todo o resto do corpo ainda estava lá dentro.
Então, aquele minúsculo ser, fazia todo o esforço que podia para se libertar do ovo. Esticava o máximo a cabecinha e o pescoço, fazendo pequenos movimentos, até que caía cansado para a frente; descansava um pouco e retomava a tentativa para nascer e por fim lá conseguiu libertar-se.
Imediatamente de pois de nascer, esticou o pescoço e abriu o biquinho pedindo comida á mãe, que quanto a mim, estava ainda... mais feliz e deslumbrada do que eu.
Agora mesmo, o Jorge estava a cuidar dos canários – é um casal – e enquanto preparava a papa especial para as crias, lá estava a mãe a alimentá-lo, dando-lhe a comidinha no bico.
Foi o primeiro de quatro ovos a nascer. Aguardamos a cada momento que os outros nasçam e façam companhia ao irmão mais velho.
O que senti naquele momento é inexplicável!
Um misto de alegria, de espanto e de deslumbramento!
Só a cabeça e o pescoço estavam fora do ovo, todo o resto do corpo ainda estava lá dentro.
Então, aquele minúsculo ser, fazia todo o esforço que podia para se libertar do ovo. Esticava o máximo a cabecinha e o pescoço, fazendo pequenos movimentos, até que caía cansado para a frente; descansava um pouco e retomava a tentativa para nascer e por fim lá conseguiu libertar-se.
Imediatamente de pois de nascer, esticou o pescoço e abriu o biquinho pedindo comida á mãe, que quanto a mim, estava ainda... mais feliz e deslumbrada do que eu.
Agora mesmo, o Jorge estava a cuidar dos canários – é um casal – e enquanto preparava a papa especial para as crias, lá estava a mãe a alimentá-lo, dando-lhe a comidinha no bico.
Foi o primeiro de quatro ovos a nascer. Aguardamos a cada momento que os outros nasçam e façam companhia ao irmão mais velho.
terça-feira, 20 de maio de 2008
Amigos que sejam para sempre
Deixe que seus amigos
façam parte de sua vida.
Dividindo com eles
todos seus momentos
sejam de tristezas ou alegrias
pois eles são os unicos bens que valor realmente tem
em todas suas passagens
seja na infancia
seja na adolescencia
seja na maioridade
ou na terceira idade
Tudo nessa vida passa
nada de material permanece ou fica.
Tudo muda,
a sempre presente e eterna mudança,
mas os sentimentos ficam
os verdadeiros amigos sempre ficam
e tenho a sensação que tambem permanencem além do além
pois amizade envolve amor
e Amor é a unica coisa que fica, permanece
do principio ao final de todos os tempos…
( Joe’A)
Publicado por Amor e Poesia
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Hospitais Portugueses - como são tratados "uns" e outros
1 -
O primeiro-ministro foi ontem assistido no Hospital de Santo António, no Porto.
José Sócrates mostrou sintomas de febre e foi aconselhado pelo pessoal do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) que geralmente o acompanha a, nas palavras de um seu assessor, "dar um salto" às urgências daquele hospital.
O INEM receava que José Sócrates padecesse de alguma doença contraído na América Latina.
Suspeitava-se de uma cólica renal, sendo assistido por um urologista.
Luís Bernardo, assessor de imprensa do primeiro-ministro, disse ao DN que se concluiu que o primeiro-ministro apenas mostrava sintomas de gripe.
Sócrates esteve à noite no hospital entre 15 a 20 minutos e depois seguiu para Braga, para uma sessão com militantes do PS para discutir a revisão do código laboral lançada pelo Governo.
(Diário de Notícias de ontem)
2 -
No passado dia 1 de Maio, o cidadão português Jorge Leal, teve que recorrer ao Serviço de Úrgência do Hospital da Amadora, por se encontrar muito doente, com febre alta (40 graus) e muito queixoso.
Aguardou, deitado numa maca num corredor, cerca de 8 horas para ser atendido: 5 horas até ser observado e mais 3 para fazer exames médicos e saber os resultados.
Foi-lhe diagnosticada uma infecção urinária.
Não foi observado por nenhum medico Urologista.
Durante quase uma semana permaneceu com febre da ordem dos 39/40 graus, e muito abatido fisicamente. Ainda não recuperou totalmente dessa situação.
A semana passada ao ser observado pela sua médica de família, esta, sendo colocada a par da sua ida ao Hospital, assegurou que ele , pela febre tão alta, que não cedia ao antibiótico e pelo restante quadro de sintomas, muito provávelmente sofrera uma Pielonefrite (infecção grave do rim) e não apenas uma infecção urinária.
Apresento aqui estas duas situações, com o objectivo de divulgar a abismal diferença de tratamento para cidadãos Políticos, e cidadãos comuns.
Ver aqui
domingo, 18 de maio de 2008
sábado, 17 de maio de 2008
As pessoas sensíveis
As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão."
Ó vendilhões do templo
Ó constructores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.
Sophia de Mello Breyner Andresen
(Livro sexto)
(Foto de Augusto Peixoto)
sexta-feira, 16 de maio de 2008
O meu começo do dia
Acordei, abri a janela da cozinha e olhei o sol nascente.
Dá-me imensa alegria olhar naquela direcção! Sinto que toda aquela luz alegra e revigora o meu espírito.
Olhei para cima da minha cabeça, e vi que o céu estava azul, muito azul!
Olhei para baixo, e vi o chão ainda molhado e limpinho, da chuva de ontem.
Olhei para a árvore florida que está por baixo da janela, e vi que nos ramos, saltitavam e gorjeavam os pardais.
De repente, vi que um bando de pombas, voavam rápidas por sobre a árvore lá em baixo.
Olho o canteiro de ervas aromáticas, que está no parapeito da janela da cozinha, e reparo que com estes últimos dias de chuva, as plantas cresceram, e até o” arbustozinho” do chá de Lúcia – Lima, floriu, apresentando cachos de pequenas flores de um tom rosa muito lindo.
No rosto, sinto a frescura e a leveza da brisa matinal, que perpassa suavemente junto de mim.
Olho ao longe o horizonte e vejo como tudo brilha e reluz.
O ar está lavado e limpo. A poluição que pairava lá em cima, foi levada pela chuva e agora tudo parece mais brilhante e fresco.
Vim para dentro, deixei a janela aberta e comecei tranquila e feliz, o meu lidar diário.
Dá-me imensa alegria olhar naquela direcção! Sinto que toda aquela luz alegra e revigora o meu espírito.
Olhei para cima da minha cabeça, e vi que o céu estava azul, muito azul!
Olhei para baixo, e vi o chão ainda molhado e limpinho, da chuva de ontem.
Olhei para a árvore florida que está por baixo da janela, e vi que nos ramos, saltitavam e gorjeavam os pardais.
De repente, vi que um bando de pombas, voavam rápidas por sobre a árvore lá em baixo.
Olho o canteiro de ervas aromáticas, que está no parapeito da janela da cozinha, e reparo que com estes últimos dias de chuva, as plantas cresceram, e até o” arbustozinho” do chá de Lúcia – Lima, floriu, apresentando cachos de pequenas flores de um tom rosa muito lindo.
No rosto, sinto a frescura e a leveza da brisa matinal, que perpassa suavemente junto de mim.
Olho ao longe o horizonte e vejo como tudo brilha e reluz.
O ar está lavado e limpo. A poluição que pairava lá em cima, foi levada pela chuva e agora tudo parece mais brilhante e fresco.
Vim para dentro, deixei a janela aberta e comecei tranquila e feliz, o meu lidar diário.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
As Phisalis
Hoje quero apresentar-vos a minha última aquisição para o meu pomar: A phisalis.
A phisalis é oriunda da Amazónia e dos Andes, e é uma planta arbustiva que pode chegar aos dois metros de altura.
A planta é muito parecida com o tomateiro vulgar e cresce rapidamente, sendo muito resistente, não precisando de grandes cuidados.
Os frutos são delicados, pequenos e redondos, com coloração que vai do amarelo ao alaranjado. Está envolto numa folha fina e seca, em forma de balão, e quando o fruto já está bem maduro, esta folha seca fica arrendada, com efeitos finíssimos parecendo autêntica filigrana dourada. São extremamente belos.
Os frutos têm um sabor doce, levemente ácido, rijos e parecendo pequeninos tomates, mas com um sabor totalmente diferente.
Os phisalis são consumidos ao natural, usados na preparação de doces, geleias, sorvetes, bombons e em molhos de saladas e carnes.
São ricos em vitamina A, C, Fósforo e ferro alem de Alcalóides e flavonoides.
Purificam o sangue, fortalecem o sistema imunitário, aliviam dores de garganta e ajudam a baixar a taxa do colesterol.
A phisalis é oriunda da Amazónia e dos Andes, e é uma planta arbustiva que pode chegar aos dois metros de altura.
A planta é muito parecida com o tomateiro vulgar e cresce rapidamente, sendo muito resistente, não precisando de grandes cuidados.
Os frutos são delicados, pequenos e redondos, com coloração que vai do amarelo ao alaranjado. Está envolto numa folha fina e seca, em forma de balão, e quando o fruto já está bem maduro, esta folha seca fica arrendada, com efeitos finíssimos parecendo autêntica filigrana dourada. São extremamente belos.
Os frutos têm um sabor doce, levemente ácido, rijos e parecendo pequeninos tomates, mas com um sabor totalmente diferente.
Os phisalis são consumidos ao natural, usados na preparação de doces, geleias, sorvetes, bombons e em molhos de saladas e carnes.
São ricos em vitamina A, C, Fósforo e ferro alem de Alcalóides e flavonoides.
Purificam o sangue, fortalecem o sistema imunitário, aliviam dores de garganta e ajudam a baixar a taxa do colesterol.
Fotos de: 1ª de cima para baixo -Pedro Brasão Pires
2ª - Semska Kamenica
3ª de cima para baixo - Dragisa Savic
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Para que conste...
Por vontade de Deus, exerci a profissão de Enfermeira durante trinta e tal anos.
Tirei o meu Curso na Escola de Enfermagem do Hospital de Santa Maria, (hoje Escola de Enfermagem Callouste Gulbenkian).
Matriculei-me no ano lectivo de 1961, em plena vigência do regime de Salazar e do Cardeal Cerejeira.
Na minha ficha de inscrição, entre as várias coisas, constava a minha religião: Evangélíca Baptista. Mas vim a saber depois, que em todos os documentos da Escola, inclusive na minha Ficha de Curso que foi enviada para o Instituto Maternal, onde trabalhei muitos anos, eu constava como “Protestante”.
Na minha ficha de inscrição, entre as várias coisas, constava a minha religião: Evangélíca Baptista. Mas vim a saber depois, que em todos os documentos da Escola, inclusive na minha Ficha de Curso que foi enviada para o Instituto Maternal, onde trabalhei muitos anos, eu constava como “Protestante”.
Do currículo do curso faziam parte as aulas de Religião e Moral Católica.
Não sendo católica, achei por bem ir falar com a Monitora Chefe, Enfermeira Moniz Pereira, a fim de me isentar da frequência dessas aulas, naturalmente.
Para meu espanto foi-me dito que a frequência ás aulas de Religião e Moral Católicas, era OBRIGATÓRIA.
Não sendo católica, achei por bem ir falar com a Monitora Chefe, Enfermeira Moniz Pereira, a fim de me isentar da frequência dessas aulas, naturalmente.
Para meu espanto foi-me dito que a frequência ás aulas de Religião e Moral Católicas, era OBRIGATÓRIA.
Tentei explicar que não estava certo, porque eu não era católica, que era Evangélica Baptista, etc. etc., mas sem resultado.
Contrariada e revoltada… lá me sentei no meu lugar e assisti a todas as aulas.
Claro que a matéria das aulas não tinha nenhum interesse para mim, como poderão imaginar; mas como se isso não bastasse…ainda tinha que ouvir tudo quanto o professor – Padre Dr. Aguiar – Director do Colégio Universitário Pio Xll – se lembrava de dizer “contra os protestantes”.
Ainda tentei ripostar, mas fi-lo apenas uma ou duas vezes, porque fui tão desconsiderada e maltratada por ele, que achei que o melhor mesmo era ficar caladinha.
Um belo dia, quando ele falava da Sagrada Escritura, a minha colega do lado ,Teresa Gonzalez, uma grande amiga minha, perguntou-lhe porque é que “os protestantes liam a Bíblia e os católicos não (ela era católica).
Com um riso escarninho o Padre respondeu textualmente:
“Um protestante a ler a Bíblia, é precisamente a mesma coisa, que um burro a olhar para o Mosteiro dos Jerónimos, não percebe nada da arquitectura.”
Contrariada e revoltada… lá me sentei no meu lugar e assisti a todas as aulas.
Claro que a matéria das aulas não tinha nenhum interesse para mim, como poderão imaginar; mas como se isso não bastasse…ainda tinha que ouvir tudo quanto o professor – Padre Dr. Aguiar – Director do Colégio Universitário Pio Xll – se lembrava de dizer “contra os protestantes”.
Ainda tentei ripostar, mas fi-lo apenas uma ou duas vezes, porque fui tão desconsiderada e maltratada por ele, que achei que o melhor mesmo era ficar caladinha.
Um belo dia, quando ele falava da Sagrada Escritura, a minha colega do lado ,Teresa Gonzalez, uma grande amiga minha, perguntou-lhe porque é que “os protestantes liam a Bíblia e os católicos não (ela era católica).
Com um riso escarninho o Padre respondeu textualmente:
“Um protestante a ler a Bíblia, é precisamente a mesma coisa, que um burro a olhar para o Mosteiro dos Jerónimos, não percebe nada da arquitectura.”
terça-feira, 13 de maio de 2008
Cuidado para não julgar ou magoar os outros
Não por mérito meu claro, mas creio que muito pelo exemplo de vida dos meus pais, e também muito pelo facto de ter desde bem pequena e pela vida fora, ter tido a bênção de viver rodeada do ensino da Palavra de Deus, quer através do Culto Doméstico diário na nossa casa, quer pela frequência dos Cultos na Igreja, bem cedo aprendi, e estou muito grata a Deus por isso… que preciso de ter um cuidado extremo para não fazer duas coisas:
Julgar e magoar os outros.
È espantosa a facilidade e a frequência com que as pessoas julgam os outros.
Já aqui escrevi um poste sobre o assunto e por isso não vou aprofundar muito este tema, apenas lembrar duas ou três coisas: Não nos devemos precipitar e dar guarida ao pensamento de imediatamente ripostar, para “ficarmos por cima” e o outro ficar vencido. È imprescindível que sejamos moderados e consigamos ter “algum controle” sobre as palavras, a maior parte das vezes não muito agradáveis… que nos vêm á cabeça para dizer, pois quando não conseguimos controlar as nossas palavras, iremos decerto ser injustos e mauzinhos e por isso não escaparemos sem sofrermos as consequências disso.
Depois, antes de julgarmos quem quer que seja, será bom e necessário, que tenhamos a honestidade de olharmos e perscrutarmos dentro de nós, antes de abrir a boca antes de condenarmos os outros. Se formos honestos, verificaremos que tal como o outro, nós temos montes de defeitos e quiçá, talvez até sejamos “piorzinhos” que eles.
No que diz respeito ao magoar, ao ferir os outros, também somos pródigos nessa arte.
Nem sequer pensamos duas vezes e aí vai: Disparamos os nossos dardos inflamados direitinhos na direcção do outro, sem pestanejarmos sequer e sem ter a mínima consciência da gravidade do mal que estamos a fazer. Dum modo geral, abrem-se feridas, dão - se golpes profundos, que infelizmente vão demorar imenso tempo a cicatrizar, se é que alguma vez vão cicatrizar.
Poderão ficar abertos e a sangrar uma vida inteira, e ás tantas, arruma-se assim o caso para o lado, como qualquer coisa que não tem solução e não vale a pena pensar mais no assunto, ou na dita pessoa que magoámos. E aí deixamos de ter paz.
È desta forma, que se consegue chegar ao fim da vida, ou ao meio da vida…com uma série de gente com quem não nos damos nem falamos, com quem estamos zangados.
E o pior, é que muitas vezes as pessoas passam para o lado de lá da vida, sem resolverem estas situações, e isto faz com que na hora da partida não tenham um mínimo de sossego e paz para fazer essa viagem…
Por tudo isto que acabo de expor, o melhor mesmo é procurarmos ter cuidado, ter calma, ponderação e sabedoria, para não sermos apanhados, quando menos esperamos , nesta teia fatal
Julgar e magoar os outros.
È espantosa a facilidade e a frequência com que as pessoas julgam os outros.
Já aqui escrevi um poste sobre o assunto e por isso não vou aprofundar muito este tema, apenas lembrar duas ou três coisas: Não nos devemos precipitar e dar guarida ao pensamento de imediatamente ripostar, para “ficarmos por cima” e o outro ficar vencido. È imprescindível que sejamos moderados e consigamos ter “algum controle” sobre as palavras, a maior parte das vezes não muito agradáveis… que nos vêm á cabeça para dizer, pois quando não conseguimos controlar as nossas palavras, iremos decerto ser injustos e mauzinhos e por isso não escaparemos sem sofrermos as consequências disso.
Depois, antes de julgarmos quem quer que seja, será bom e necessário, que tenhamos a honestidade de olharmos e perscrutarmos dentro de nós, antes de abrir a boca antes de condenarmos os outros. Se formos honestos, verificaremos que tal como o outro, nós temos montes de defeitos e quiçá, talvez até sejamos “piorzinhos” que eles.
No que diz respeito ao magoar, ao ferir os outros, também somos pródigos nessa arte.
Nem sequer pensamos duas vezes e aí vai: Disparamos os nossos dardos inflamados direitinhos na direcção do outro, sem pestanejarmos sequer e sem ter a mínima consciência da gravidade do mal que estamos a fazer. Dum modo geral, abrem-se feridas, dão - se golpes profundos, que infelizmente vão demorar imenso tempo a cicatrizar, se é que alguma vez vão cicatrizar.
Poderão ficar abertos e a sangrar uma vida inteira, e ás tantas, arruma-se assim o caso para o lado, como qualquer coisa que não tem solução e não vale a pena pensar mais no assunto, ou na dita pessoa que magoámos. E aí deixamos de ter paz.
È desta forma, que se consegue chegar ao fim da vida, ou ao meio da vida…com uma série de gente com quem não nos damos nem falamos, com quem estamos zangados.
E o pior, é que muitas vezes as pessoas passam para o lado de lá da vida, sem resolverem estas situações, e isto faz com que na hora da partida não tenham um mínimo de sossego e paz para fazer essa viagem…
Por tudo isto que acabo de expor, o melhor mesmo é procurarmos ter cuidado, ter calma, ponderação e sabedoria, para não sermos apanhados, quando menos esperamos , nesta teia fatal
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Ontem foi o Dia das Mães
Anna Jarvis
Uma Mãe é uma árvore grande
Que te oferece todos os frutos…
E por mais que lhe peças
Encontrarás sempre algum.
Oferece-te os frutos, as flores, as folhas:
Por ti despoja-se de tudo
Até ficar sem ramos, se preciso for.
Uma mãe é como uma árvore grande…
Uma mãe é como o mar:
Não há tesouros,
Que ela não encerre;
A ternura dela é como as ondas
Que embalam e beijam, sem nunca parar.
Não há ferida, por mais profunda,
que possa fazê-la sangrar.
Uma mãe é como o mar.
Uma mãe é mistério:
Tudo compreende e perdoa,
Tudo sofre e tudo doa.
(F.Pastonchi)
Ontem em muitos países do mundo foi celebrado o Dia das Mães.
O dia das Mães teve inicio nos Estados Unidos da América, no Estado Ocidental da Virgínia, onde vivia uma jovem chamada Anna Jarvis, filha de Pastores Evangélicos, que muito cedo perdeu a sua mãe (1905) e com a imensa saudade e tristeza da sua partida, entrou numa grande depressão
As suas amigas juntaram-se para a apoiar e tiveram a ideia de perpetuar a memória da sua mãe com uma festa.
Anna quis que essa festa fosse extensiva a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todos os filhos se lembrassem e homenageassem as suas mães.
Anna lutou durante três anos para que este dia fosse instituído. Foi então que o Governador do Estado, introduziu a data de 26 de Abril como o dia das Mães.
A primeira celebração teve lugar na Igreja Metodista, a que Anna pertencia., no dia 26 de Abril de 1910.
A partir daqui, muitas outras Igrejas Evangélicas começaram a celebrar este dia..
.
Em 1914 o Presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, unificou a data da celebração em todos os Estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre, no 2º domingo de Maio.
A sugestão para a data foi dada pela própria Anna Jarvis.
Em pouco tempo, mais de quarenta países do mundo adoptaram esta data e esta comemoração.
Hoje em quase todo o mundo, este dia é lembrado.
.
Em Portugal, a Igreja Católica instituiu, primeiro a data de 8 de Dezembro (Dia da Senhora da Assumpção) como o dia da Mãe.
Tanto assim, que quando acabei o meu Curso de Enfermagem, no ano de 1964, e a Escola era a Escola de Enfermagem do Hospital de Santa Maria, a cerimónia da Entrega dos Diplomas, teve lugar no dia 8 de Dezembro de 1964, dia da Padroeira do Hospital e…dia da Mãe.
Há muito pouco tempo, a Igreja Católica, mudou o dia da Mãe – não das Mães – para o primeiro domingo de Maio, aproximando-se assim da data inicial desta comemoração
que é o segundo domingo de Maio.
Eu recordo-me, desde bem pequena, participar no Programa da festa do Dia das Mães na Igreja Baptista de Leiria onde vivi muitos anos.
Lembro-me que nesse dia todos os filhos, grandes e pequenos, levavam na lapela ou na mão uma flor. Os que ainda tinham as suas mães, levavam uma flor vermelha, os que já não a tinham, levavam uma flor branca.
Geralmente eram rosas ou cravos. Durante o programa, os filhos com as mães presentes, num dado momento dirigiam-se ás suas mães oferecendo-lhes a flor, com um beijo carinhoso.
Os filhos que tinham as flores brancas, entregavam a sua flor a alguém que com uma bandeja de prata as vinha recolher.
Estas flores brancas seriam colocadas na Campa da última mãe, pertencente aquela Igreja, que tivesse falecido.
O dia das Mães teve inicio nos Estados Unidos da América, no Estado Ocidental da Virgínia, onde vivia uma jovem chamada Anna Jarvis, filha de Pastores Evangélicos, que muito cedo perdeu a sua mãe (1905) e com a imensa saudade e tristeza da sua partida, entrou numa grande depressão
As suas amigas juntaram-se para a apoiar e tiveram a ideia de perpetuar a memória da sua mãe com uma festa.
Anna quis que essa festa fosse extensiva a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todos os filhos se lembrassem e homenageassem as suas mães.
Anna lutou durante três anos para que este dia fosse instituído. Foi então que o Governador do Estado, introduziu a data de 26 de Abril como o dia das Mães.
A primeira celebração teve lugar na Igreja Metodista, a que Anna pertencia., no dia 26 de Abril de 1910.
A partir daqui, muitas outras Igrejas Evangélicas começaram a celebrar este dia..
.
Em 1914 o Presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, unificou a data da celebração em todos os Estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre, no 2º domingo de Maio.
A sugestão para a data foi dada pela própria Anna Jarvis.
Em pouco tempo, mais de quarenta países do mundo adoptaram esta data e esta comemoração.
Hoje em quase todo o mundo, este dia é lembrado.
.
Em Portugal, a Igreja Católica instituiu, primeiro a data de 8 de Dezembro (Dia da Senhora da Assumpção) como o dia da Mãe.
Tanto assim, que quando acabei o meu Curso de Enfermagem, no ano de 1964, e a Escola era a Escola de Enfermagem do Hospital de Santa Maria, a cerimónia da Entrega dos Diplomas, teve lugar no dia 8 de Dezembro de 1964, dia da Padroeira do Hospital e…dia da Mãe.
Há muito pouco tempo, a Igreja Católica, mudou o dia da Mãe – não das Mães – para o primeiro domingo de Maio, aproximando-se assim da data inicial desta comemoração
que é o segundo domingo de Maio.
Eu recordo-me, desde bem pequena, participar no Programa da festa do Dia das Mães na Igreja Baptista de Leiria onde vivi muitos anos.
Lembro-me que nesse dia todos os filhos, grandes e pequenos, levavam na lapela ou na mão uma flor. Os que ainda tinham as suas mães, levavam uma flor vermelha, os que já não a tinham, levavam uma flor branca.
Geralmente eram rosas ou cravos. Durante o programa, os filhos com as mães presentes, num dado momento dirigiam-se ás suas mães oferecendo-lhes a flor, com um beijo carinhoso.
Os filhos que tinham as flores brancas, entregavam a sua flor a alguém que com uma bandeja de prata as vinha recolher.
Estas flores brancas seriam colocadas na Campa da última mãe, pertencente aquela Igreja, que tivesse falecido.
Uma Mãe é uma árvore grande
Que te oferece todos os frutos…
E por mais que lhe peças
Encontrarás sempre algum.
Oferece-te os frutos, as flores, as folhas:
Por ti despoja-se de tudo
Até ficar sem ramos, se preciso for.
Uma mãe é como uma árvore grande…
Uma mãe é como o mar:
Não há tesouros,
Que ela não encerre;
A ternura dela é como as ondas
Que embalam e beijam, sem nunca parar.
Não há ferida, por mais profunda,
que possa fazê-la sangrar.
Uma mãe é como o mar.
Uma mãe é mistério:
Tudo compreende e perdoa,
Tudo sofre e tudo doa.
(F.Pastonchi)
domingo, 11 de maio de 2008
No esplendor do Sol
No esplendor do Sol, ali está Deus!
Na formosa flor, ali está Deus!
No revolto mar, ali está Deus!
Ele está em todo o lugar!
Na suave brisa, ali está Deus!
Na nuvem que passa, ali está Deus!
Onde existe amor, ali está Deus!
Ele está em meu coração
(Desconheço o autor deste cântico)
Na formosa flor, ali está Deus!
No revolto mar, ali está Deus!
Ele está em todo o lugar!
Na suave brisa, ali está Deus!
Na nuvem que passa, ali está Deus!
Onde existe amor, ali está Deus!
Ele está em meu coração
(Desconheço o autor deste cântico)
sábado, 10 de maio de 2008
Destino
Quem disse á estrela o caminho
Que ela há-de seguir no céu?
A fabricar o seu ninho
Como é que ave aprendeu?
Quem diz á planta “Floresce!”
E ao mudo verme que tece
Sua mortalha de seda
Os fios quem lhos enreda?
Ensinou alguém á abelha
Que no prado anda a zumbir
Se á flor branca ou á vermelha
O seu mel há - de ir pedir?
Que eras tu meu ser, querida,
Teus olhos a minha vida,
Teu amor todo o meu bem…
Ai!, não disse ninguém.
Como a abelha corre ao prado,
Como no céu gira a estrela,
Como a todo o ente o seu fado
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino…
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer
(Almeida Garret)
Que ela há-de seguir no céu?
A fabricar o seu ninho
Como é que ave aprendeu?
Quem diz á planta “Floresce!”
E ao mudo verme que tece
Sua mortalha de seda
Os fios quem lhos enreda?
Ensinou alguém á abelha
Que no prado anda a zumbir
Se á flor branca ou á vermelha
O seu mel há - de ir pedir?
Que eras tu meu ser, querida,
Teus olhos a minha vida,
Teu amor todo o meu bem…
Ai!, não disse ninguém.
Como a abelha corre ao prado,
Como no céu gira a estrela,
Como a todo o ente o seu fado
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino…
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer
(Almeida Garret)
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Um encontro ao entardecer
Foi ontem ao entardecer.
Eu saí para caminhar um pouco como faço todos os dias, e quando caminhava tranquilamente, olhando cada planta cada flor, de repente oiço uma voz conhecida e quando olho, vejo vindo na minha direcção uma criança pequena pela mão da sua mãe.
Não tiro os olhos dela e ela quando me vê grita o meu nome: Viviana! E de imediato largando a mão da mãe. corre feliz ao meu encontro, eu abaixo-me e ela ao chegar junto de mim, agarra-se ao meu pescoço e abraça-me com um sorriso tão lindo que fazia resplandecer os seus olhos.
Naquele momento éramos duas crianças abraçadas!
Ela, a Miriam com três anos, e eu a Viviana com sessenta e sete!
Este encontro deu-me uma alegria imensa!
São momentos como este que contam, que dão sentido á vida e que nos fazem felizes.
Quando ela se foi, levantei os meus olhos para Deus e agradeci-lhe este encontro ao entardecer quando caminhava.
Eu saí para caminhar um pouco como faço todos os dias, e quando caminhava tranquilamente, olhando cada planta cada flor, de repente oiço uma voz conhecida e quando olho, vejo vindo na minha direcção uma criança pequena pela mão da sua mãe.
Não tiro os olhos dela e ela quando me vê grita o meu nome: Viviana! E de imediato largando a mão da mãe. corre feliz ao meu encontro, eu abaixo-me e ela ao chegar junto de mim, agarra-se ao meu pescoço e abraça-me com um sorriso tão lindo que fazia resplandecer os seus olhos.
Naquele momento éramos duas crianças abraçadas!
Ela, a Miriam com três anos, e eu a Viviana com sessenta e sete!
Este encontro deu-me uma alegria imensa!
São momentos como este que contam, que dão sentido á vida e que nos fazem felizes.
Quando ela se foi, levantei os meus olhos para Deus e agradeci-lhe este encontro ao entardecer quando caminhava.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
As Rosas
Maio é o mês das rosas.
Elas são belas e fascinantes.
Deixe-se atrair por elas!
São uma oferta de Deus, para alegrar a sua e a minha vida.
Elas são belas e fascinantes.
Deixe-se atrair por elas!
São uma oferta de Deus, para alegrar a sua e a minha vida.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Está na hora de sair por aí á procura deles
Conforme os anos vão passando e eu vou avançando na minha caminhada, sinto aumentar em mim a saudade e o desejo de rever pessoas que, que de alguma forma ou outra, tocaram a minha vida ou estiveram a mim ligadas por alguma circunstância qualquer.
Não sei se para isto não contribuirá também o facto de estar “reformada” ou, “aposentada,” no dizer dos nossos irmãos brasileiros, e ter assim mais tempo para pensar.
Seja como for, o certo é que há pessoas, algumas das quais não vejo desde criança… de quem me lembro com frequência, e de quem tenho saudades e um desejo grande de as voltar a ver, de estar com elas.
Não será que há algo em mim que me sussurra ao ouvido que, dada a distancia já percorrida, o tempo vai escasseando e, quem sabe, cada vez será menos provável tornar a vê-las e estar de novo com elas?
Mas eu quero tanto abraçá-las! Olhar o seu rosto! ouvir a sua voz! E saber o que a vida fez com elas, ou, o que elas fizeram com a vida…
Creio que está na hora de me organizar e arranjar tempo (a gente arranja sempre tempo para o que interessa) de sair por aí, á procura daqueles que eu gostaria muito de voltar a ver, pelo menos mais uma na vida.
Não sei se para isto não contribuirá também o facto de estar “reformada” ou, “aposentada,” no dizer dos nossos irmãos brasileiros, e ter assim mais tempo para pensar.
Seja como for, o certo é que há pessoas, algumas das quais não vejo desde criança… de quem me lembro com frequência, e de quem tenho saudades e um desejo grande de as voltar a ver, de estar com elas.
Não será que há algo em mim que me sussurra ao ouvido que, dada a distancia já percorrida, o tempo vai escasseando e, quem sabe, cada vez será menos provável tornar a vê-las e estar de novo com elas?
Mas eu quero tanto abraçá-las! Olhar o seu rosto! ouvir a sua voz! E saber o que a vida fez com elas, ou, o que elas fizeram com a vida…
Creio que está na hora de me organizar e arranjar tempo (a gente arranja sempre tempo para o que interessa) de sair por aí, á procura daqueles que eu gostaria muito de voltar a ver, pelo menos mais uma na vida.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Urgentemente
È urgente o amor.
È urgente um barco no mar.
È urgente destruir certas palavras,
Ódio, solidão e crueldade,
Alguns lamentos,
Muitas espadas.
È urgente inventar alegria,
Multiplicar os beijos, as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
Impura, até doer.
È urgente o amor, é urgente
Permanecer.
(Eugénio de Andrade)
È urgente um barco no mar.
È urgente destruir certas palavras,
Ódio, solidão e crueldade,
Alguns lamentos,
Muitas espadas.
È urgente inventar alegria,
Multiplicar os beijos, as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
Impura, até doer.
È urgente o amor, é urgente
Permanecer.
(Eugénio de Andrade)
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Ainda, e mais uma vez... a violência doméstica
O caso que vou apresentar ocorreu na 5ª feira passada no SO (Sala de Observações) da urgência do Hospital de Amadora – Sintra.
A Ana chegou sozinha, sem acompanhante, deitada numa maca, meia adormecida.
A maca foi colocada ao lado das muitas outras que ali estavam, á frente do lugar onde eu estava ao lado da maca do Jorge.
Passado algum tempo chegou um homem grande, musculado e com aspecto de “touro”, que assim que a viu, sorriu e avançou para ela e imediatamente a começou a tratar mal, falando muito alto e gritando com ela, dizendo-lhe palavras desagradáveis que toda a gente podia ouvir e entender perfeitamente.
Começou por dizer-lhe que ela fez mal de tomar todos aqueles comprimidos, ao que ela respondeu com uma voz muito sumida e sofrida, que os tinha tomado porque ele não tinha nada que lhe bater daquela maneira, que tinha a cabeça “cheia de altos” e o corpo todo dorido e magoado.
Ele a “rir” disse-lhe que lhe bateu porque ela merecia e que lhe bateria todas as vezes que fosse preciso.
A Ana chegou sozinha, sem acompanhante, deitada numa maca, meia adormecida.
A maca foi colocada ao lado das muitas outras que ali estavam, á frente do lugar onde eu estava ao lado da maca do Jorge.
Passado algum tempo chegou um homem grande, musculado e com aspecto de “touro”, que assim que a viu, sorriu e avançou para ela e imediatamente a começou a tratar mal, falando muito alto e gritando com ela, dizendo-lhe palavras desagradáveis que toda a gente podia ouvir e entender perfeitamente.
Começou por dizer-lhe que ela fez mal de tomar todos aqueles comprimidos, ao que ela respondeu com uma voz muito sumida e sofrida, que os tinha tomado porque ele não tinha nada que lhe bater daquela maneira, que tinha a cabeça “cheia de altos” e o corpo todo dorido e magoado.
Ele a “rir” disse-lhe que lhe bateu porque ela merecia e que lhe bateria todas as vezes que fosse preciso.
Todos estavam espantados e revoltados com aquela cena. Enquanto isto, ela só dizia, com uma voz muito sumida: “Deixa-me descansar que estou muito cansada”. Ele continuou insultando-a e disse-lhe: “ Eu não tenho medo de ninguém! Nem de ti, nem da tua mãe nem da polícia!” Ouviste!? E disse-lhe mais: “ Tu ficas aí sozinha, porque eu vou-me embora! Ela respondeu: “Olha que parece mal ires-te embora e deixares aqui a tua mulher sozinha!!” Olha que amanhã estou novamente internada!” Ele ficou furioso, arregalou-lhe os olhos e saiu, foi-se embora.
Eu aproximei-me dela, acariciei-lhe rosto e os cabelos e disse-lhe: Ele foi muito bruto consigo! Ele não tem o direito de fazer isto! Ela olhando-me nos olhos com o ar mais triste deste mundo… disse-me que ele lhe batera muito e pegando na minha mão levou-a á sua cabeça para eu palpar “os altos” que ele lhe tinha feito. Disse ainda que ele a maltratava muitas vezes. Contou-me que estava ali porque tinha tomado 15 comprimidos, porque queria morrer, que só tinha 30 anos mas que queira morrer; que estava muito cansada e farta de sofrer.
Eu aproximei-me dela, acariciei-lhe rosto e os cabelos e disse-lhe: Ele foi muito bruto consigo! Ele não tem o direito de fazer isto! Ela olhando-me nos olhos com o ar mais triste deste mundo… disse-me que ele lhe batera muito e pegando na minha mão levou-a á sua cabeça para eu palpar “os altos” que ele lhe tinha feito. Disse ainda que ele a maltratava muitas vezes. Contou-me que estava ali porque tinha tomado 15 comprimidos, porque queria morrer, que só tinha 30 anos mas que queira morrer; que estava muito cansada e farta de sofrer.
Eu respondi-lhe que ela não tinha nada que morrer, que era uma mulher muito linda e deveria ter esperança, que a situação podia mudar e ela ainda vir a ser feliz, que nenhum homem merece que uma mulher queira morrer por causa dele.
Disse-me que era de étnia cigana e ele não, e que tinha casado com ele há três anos mas que estava muito arrependida Perguntei-lhe se tinha filhos e ela disse que tinha um rapaz com 15 e uma menina de 13, de um outro casamento anterior.
Eu tentei fazê-la compreender que a vida dela não poderia continuar assim, que um dia destes ele acabaria por matá-la e que portanto ela tinha que sair de junto dele o mais rápido possível. Também lhe disse que um homem que bate numa mulher não merece ter mulher, deve ficar sozinho.
Instrui-a o melhor que eu pude, sobre como ela deveria fazer para se libertar dele, e ela disse-me que há muito tempo que o quer fazer mas tem medo.
Disse-me ainda que é doente do foro psiquiátrico, e que já esteve várias vezes internada no Hospital Psiquiátrico Miguel Bombarda. Disse que ia pedir ao médico que a atendesse ali na urgência para a mandar internar nesse Hospital, pois ali davam-lhe muito carinho e não queria ir para casa.
Entretanto o Jorge foi chamado para mostrar os exames e ela ali ficou. Quando voltei ela já lá não estava, tinham-na levado para fazer qualquer exame.
Tive pena de não me poder despedir dela e dar-lhe um terno e carinhoso beijo no rosto.
Fiquei arrasada! Toda a gente ali, doentes, acompanhantes, médicos, enfermeiros, auxiliares, e certamente os polícias que estão á entrada da urgência, todos confirmaram os maus tratos infligidos pelo marido àquela mulher! Mas, segundo a recente Lei acabada de sair, o malfeitor não poderá ser preso se não fôr apanhado em flagrante delito. que è o caso deste homem que fica a rir-se e á vontade para bater e maltratar a Ana sempre que quiser. Que raiva!!!
Disse-me que era de étnia cigana e ele não, e que tinha casado com ele há três anos mas que estava muito arrependida Perguntei-lhe se tinha filhos e ela disse que tinha um rapaz com 15 e uma menina de 13, de um outro casamento anterior.
Eu tentei fazê-la compreender que a vida dela não poderia continuar assim, que um dia destes ele acabaria por matá-la e que portanto ela tinha que sair de junto dele o mais rápido possível. Também lhe disse que um homem que bate numa mulher não merece ter mulher, deve ficar sozinho.
Instrui-a o melhor que eu pude, sobre como ela deveria fazer para se libertar dele, e ela disse-me que há muito tempo que o quer fazer mas tem medo.
Disse-me ainda que é doente do foro psiquiátrico, e que já esteve várias vezes internada no Hospital Psiquiátrico Miguel Bombarda. Disse que ia pedir ao médico que a atendesse ali na urgência para a mandar internar nesse Hospital, pois ali davam-lhe muito carinho e não queria ir para casa.
Entretanto o Jorge foi chamado para mostrar os exames e ela ali ficou. Quando voltei ela já lá não estava, tinham-na levado para fazer qualquer exame.
Tive pena de não me poder despedir dela e dar-lhe um terno e carinhoso beijo no rosto.
Fiquei arrasada! Toda a gente ali, doentes, acompanhantes, médicos, enfermeiros, auxiliares, e certamente os polícias que estão á entrada da urgência, todos confirmaram os maus tratos infligidos pelo marido àquela mulher! Mas, segundo a recente Lei acabada de sair, o malfeitor não poderá ser preso se não fôr apanhado em flagrante delito. que è o caso deste homem que fica a rir-se e á vontade para bater e maltratar a Ana sempre que quiser. Que raiva!!!
domingo, 4 de maio de 2008
Porque hoje é Domingo
Harpa
Bom é louvar ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo;
Para de manhã anunciar a tua benignidade, e todas as noites a tua fidelidade.
Sobre um instrumento de dez cordas, e sobre o saltério, sobre a harpa com som solene.
Pois tu, Senhor me alegraste com os teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos.
Quão grandes são, Senhor, as tuas obras! Mui profundos são os teus pensamentos.
O homem brutal nada sabe, e o louco não entende isto.
Brotam os ímpios como a erva, e florescem todos os que praticam a iniquidade, mas para serem destruídos para sempre.
Mas, tu, Senhor, és o Altíssimo para sempre.
Pois eis que os teus inimigos, Senhor, eis que os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniquidade.
Mas tu exaltarás o meu poder, como o do unicórnio; serei ungido com óleo fresco.
Os meus olhos verão cumprido o meu desejo sobre os meus inimigos, e os meus ouvidos dele se certificarão quanto aos malfeitores que se levantam contra mim.
O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano.
Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus.
Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes.
Para anunciarem que o Senhor é recto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.
(Salmo 92)
Para de manhã anunciar a tua benignidade, e todas as noites a tua fidelidade.
Sobre um instrumento de dez cordas, e sobre o saltério, sobre a harpa com som solene.
Pois tu, Senhor me alegraste com os teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos.
Quão grandes são, Senhor, as tuas obras! Mui profundos são os teus pensamentos.
O homem brutal nada sabe, e o louco não entende isto.
Brotam os ímpios como a erva, e florescem todos os que praticam a iniquidade, mas para serem destruídos para sempre.
Mas, tu, Senhor, és o Altíssimo para sempre.
Pois eis que os teus inimigos, Senhor, eis que os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniquidade.
Mas tu exaltarás o meu poder, como o do unicórnio; serei ungido com óleo fresco.
Os meus olhos verão cumprido o meu desejo sobre os meus inimigos, e os meus ouvidos dele se certificarão quanto aos malfeitores que se levantam contra mim.
O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano.
Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus.
Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes.
Para anunciarem que o Senhor é recto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.
(Salmo 92)
sábado, 3 de maio de 2008
Recordações da Primavera de 2008
Os raios do sol matinais, brilhavam e iluminavam tudo em volta. Uma suave e fresca brisa, acariciava-nos o rosto e brincava com os nossos cabelos, e nós as duas, avó e neta, ora de mão dada, ora saltando e correndo, uma atrás da outra, ria-mos muito e cantávamos as nossas canções preferidas.
Já havia algum tempo que a Sara me pedira para ir-mos passear para aquele lugar perto de Meleças, onde muitas vezes eu fora com ela, há tempos atrás, e onde nós as duas costumávamos fazer a nossa ginástica matinal, junto de um ribeiro que nos oferecia um belo acompanhamento musical para os nossos exercícios.
Uma vez chegadas lá, fomos espreitar a ver se víamos o pequeno lagostim que eu lá tinha deixado aqui há tempos. Bem olhámos, mas não o vimos.
Fizemos depois a nossa ginástica que nos deixou ainda mais bem dispostas, felizes e descontraídas.
Era o início da Primavera e havia uma imensa variedade de flores por ali. Começámos a colhê-las, e então a Sara sugeriu que cada uma de nós fizesse um ramo, composto por uma de cada flor que encontrássemos ali e no caminho até chegarmos a casa.
Claro que eu achei a ideia óptima e lançámo-nos a colher flores. Se acaso ela via uma que eu ainda não tinha, ela em vez de uma colhia duas e dava-me uma, e eu fazia a mesma coisa com ela.
Não sei se conseguem imaginar a beleza e ternura desta cena! Avó e neta colhendo flores no campo, e pelo caminho, cada uma mais feliz que a outra com o seu ramo colorido, grande e variado, na mão
Havia em nós as duas, um sentimento de felicidade e ternura. Creio que aquela cena e aqueles momentos, ficarão marcados nas nossas almas para sempre, e servirão para quando as coisas estiverem menos agradáveis no dia a dia das nossas vidas, recordarmos e revivermos, lembrando com alegria e saudade... o que aconteceu naquela manhã de primavera do ano de 2008.
Já havia algum tempo que a Sara me pedira para ir-mos passear para aquele lugar perto de Meleças, onde muitas vezes eu fora com ela, há tempos atrás, e onde nós as duas costumávamos fazer a nossa ginástica matinal, junto de um ribeiro que nos oferecia um belo acompanhamento musical para os nossos exercícios.
Uma vez chegadas lá, fomos espreitar a ver se víamos o pequeno lagostim que eu lá tinha deixado aqui há tempos. Bem olhámos, mas não o vimos.
Fizemos depois a nossa ginástica que nos deixou ainda mais bem dispostas, felizes e descontraídas.
Era o início da Primavera e havia uma imensa variedade de flores por ali. Começámos a colhê-las, e então a Sara sugeriu que cada uma de nós fizesse um ramo, composto por uma de cada flor que encontrássemos ali e no caminho até chegarmos a casa.
Claro que eu achei a ideia óptima e lançámo-nos a colher flores. Se acaso ela via uma que eu ainda não tinha, ela em vez de uma colhia duas e dava-me uma, e eu fazia a mesma coisa com ela.
Não sei se conseguem imaginar a beleza e ternura desta cena! Avó e neta colhendo flores no campo, e pelo caminho, cada uma mais feliz que a outra com o seu ramo colorido, grande e variado, na mão
Havia em nós as duas, um sentimento de felicidade e ternura. Creio que aquela cena e aqueles momentos, ficarão marcados nas nossas almas para sempre, e servirão para quando as coisas estiverem menos agradáveis no dia a dia das nossas vidas, recordarmos e revivermos, lembrando com alegria e saudade... o que aconteceu naquela manhã de primavera do ano de 2008.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Os Hospitais e a saúde que temos
Ontem o Jorge sentiu-se mal, com febre alta, vómitos, tremores intensos, micções constantes e ardor, e desorientação.
Telefonei ao INEM, que depois de me ouvir, me disse para o levar para o hospital de imediato numa ambulância dos Bombeiros.
Fomos para a Urgência do Hospital da Amadora – Sintra, onde ficámos desde as 15.30 ás 23.30. (8horas). Eu sempre em pé ao lado da maca.
Esperámos mais de 4 horas para ele ser atendido, por uma médica muito competente e afável que lhe mandou fazer análises e uma radiografia, que levaram ao diagnóstico de uma infecção urinária.
Quando me “queixei” de tanto tempo de espera, ela respondeu que era preciso estarem ali mais 10 médicos naquela hora a trabalhar. Disse que são poucos cada vez são menos e que um dia destes não sabe como é que a Urgência poderá funcionar.
Voltámos para a sala de observação onde esperámos mais outras quatro horas, entre o tempo de fazer os exames e os mostrar.
Os corredores e salas de observação, estavam a “abarrotar” de macas e cadeiras de rodas. Um calor imenso e um ar completamente viciado, com tectos muito baixos e espaços exíguos.
De repente, ao lado de onde eu estava, ouve-se um grande burburinho, com um homem e uma mulher a gritar e dar “urros”.O segurança vem a correr mas não consegue suster aqueles dois que se rebelavam pelo longo tempo de espera.
Chamam a polícia que está á entrada da urgência (2) que vem a correr e que também se sentem incapazes de acalmar a situação.
Tudo isto resultou numa enorme confusão, como podem imaginar. De repente, oiço os enfermeiros e auxiliares a dizer para abrirem todas as portas ao fundo dos corredores e as janelas de uma outra ala. Ao mesmo tempo eu começo a tossir, a tossir sem parar e com uma enorme impressão na garganta e nos olhos. Vejo então que toda a gente tosse está como eu. Apercebo-me que os enfermeiros e auxiliares correm, com as cadeiras de rodas e as macas dos doentes, por um corredor do outro lado. Eu não sabia o que se passava e perguntei ás enfermeiras, mas ninguém me respondeu. Foi quando já estávamos instalados noutra ala onde havia janelas e portas abertas, que uma jovem mulher que estava na maca ao lado do Jorge, me informou que “aquilo era gás - pimenta", que a polícia tinha usado para acalmar o tal homem e a mulher que estavam a ser violentos.
Imaginem agora a situação: Numa urgência de um Hospital com centenas de doentes por ali… a polícia lembra-se de usar”gás - pimenta!”
Continuámos a tossir e a sentir-nos mal, durante um bom bocado, passado o qual lá nos mandaram regressar ao local inicial.
Telefonei ao INEM, que depois de me ouvir, me disse para o levar para o hospital de imediato numa ambulância dos Bombeiros.
Fomos para a Urgência do Hospital da Amadora – Sintra, onde ficámos desde as 15.30 ás 23.30. (8horas). Eu sempre em pé ao lado da maca.
Esperámos mais de 4 horas para ele ser atendido, por uma médica muito competente e afável que lhe mandou fazer análises e uma radiografia, que levaram ao diagnóstico de uma infecção urinária.
Quando me “queixei” de tanto tempo de espera, ela respondeu que era preciso estarem ali mais 10 médicos naquela hora a trabalhar. Disse que são poucos cada vez são menos e que um dia destes não sabe como é que a Urgência poderá funcionar.
Voltámos para a sala de observação onde esperámos mais outras quatro horas, entre o tempo de fazer os exames e os mostrar.
Os corredores e salas de observação, estavam a “abarrotar” de macas e cadeiras de rodas. Um calor imenso e um ar completamente viciado, com tectos muito baixos e espaços exíguos.
De repente, ao lado de onde eu estava, ouve-se um grande burburinho, com um homem e uma mulher a gritar e dar “urros”.O segurança vem a correr mas não consegue suster aqueles dois que se rebelavam pelo longo tempo de espera.
Chamam a polícia que está á entrada da urgência (2) que vem a correr e que também se sentem incapazes de acalmar a situação.
Tudo isto resultou numa enorme confusão, como podem imaginar. De repente, oiço os enfermeiros e auxiliares a dizer para abrirem todas as portas ao fundo dos corredores e as janelas de uma outra ala. Ao mesmo tempo eu começo a tossir, a tossir sem parar e com uma enorme impressão na garganta e nos olhos. Vejo então que toda a gente tosse está como eu. Apercebo-me que os enfermeiros e auxiliares correm, com as cadeiras de rodas e as macas dos doentes, por um corredor do outro lado. Eu não sabia o que se passava e perguntei ás enfermeiras, mas ninguém me respondeu. Foi quando já estávamos instalados noutra ala onde havia janelas e portas abertas, que uma jovem mulher que estava na maca ao lado do Jorge, me informou que “aquilo era gás - pimenta", que a polícia tinha usado para acalmar o tal homem e a mulher que estavam a ser violentos.
Imaginem agora a situação: Numa urgência de um Hospital com centenas de doentes por ali… a polícia lembra-se de usar”gás - pimenta!”
Continuámos a tossir e a sentir-nos mal, durante um bom bocado, passado o qual lá nos mandaram regressar ao local inicial.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Como se a Mãe cá estivesse
Há cinco anos a esta parte, todas as quintas – feiras, logo de manhã cedo, eu e a minha irmã Teresinha vamos ao cemitério de Montelavar, nos arredores de Sintra, cuidar e colocar flores na campa da minha Mãe, a Nena.
Depois, vamos para a casa dela, onde a Teresinha abre as janelas, areja a casa, limpa e arruma, e onde eu, cuido do jardim e do pomar, pelos quais sou responsável desde que a mãe partiu. Dum maneira geral, por lá ficamos o dia todo ou quase.
È nesta altura do ano que o jardim e o pomar estão no seu auge. As figueiras já estão cobertas de folhas e já têm figuinhos, os pessegueiros já têm pesseguinhos, as nêsperas já estão maduras, a ameixoeira já tem ameixinhas, a abacateira (ou abacateiro?)está novamente toda a florir, e as peras abacates estão mesmo na altura de serem colhidas, e a lima – limão exala um perfume estonteante das suas pequenas flores brancas, e os frutos estão a amadurecer.
As rosas de Santa Teresinha trepam pelas árvores acima e até pelo telhado da casa, espalhando um perfume que inebria quem se aproxima; os “balõezinhos vermelhos”, tal com as rosas de Santa Teresinha, espraiam-se por todo o lado, espreitando aqui, espreitando ali, baloiçando ao sopro da mais leve brisa; os lilases já floriram também, tanto os brancos como os lilases; os cactos estão em flor, têm flores de uma beleza estonteante; as roseiras estão cheias de botões e já têm várias rosas abertas; as lágrimas de Mãe estão lindas, com as suas flores alvas; as astroméridas cintilam como estrelas no meio do verde; as sardinheiras e as verbenas com as suas cores em tom de rosa, dão uma grande alegria ao jardim; as coroas imperiais no seu vermelho – vivo encantam quem ali passa; as buganvílias enfeitam os cimos da porta de entrada e das janelas e os muitos arbustos estão cheios de folhas novas de um verde - claro, muito bonito.
È sobretudo nesta altura do ano, quando olho para o jardim e para o pomar, que me lembro do belo e impressionante poema da Sophia de Mello Breyner Andresen que diz:
Quando
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações á minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim á minha porta.
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Depois, vamos para a casa dela, onde a Teresinha abre as janelas, areja a casa, limpa e arruma, e onde eu, cuido do jardim e do pomar, pelos quais sou responsável desde que a mãe partiu. Dum maneira geral, por lá ficamos o dia todo ou quase.
È nesta altura do ano que o jardim e o pomar estão no seu auge. As figueiras já estão cobertas de folhas e já têm figuinhos, os pessegueiros já têm pesseguinhos, as nêsperas já estão maduras, a ameixoeira já tem ameixinhas, a abacateira (ou abacateiro?)está novamente toda a florir, e as peras abacates estão mesmo na altura de serem colhidas, e a lima – limão exala um perfume estonteante das suas pequenas flores brancas, e os frutos estão a amadurecer.
As rosas de Santa Teresinha trepam pelas árvores acima e até pelo telhado da casa, espalhando um perfume que inebria quem se aproxima; os “balõezinhos vermelhos”, tal com as rosas de Santa Teresinha, espraiam-se por todo o lado, espreitando aqui, espreitando ali, baloiçando ao sopro da mais leve brisa; os lilases já floriram também, tanto os brancos como os lilases; os cactos estão em flor, têm flores de uma beleza estonteante; as roseiras estão cheias de botões e já têm várias rosas abertas; as lágrimas de Mãe estão lindas, com as suas flores alvas; as astroméridas cintilam como estrelas no meio do verde; as sardinheiras e as verbenas com as suas cores em tom de rosa, dão uma grande alegria ao jardim; as coroas imperiais no seu vermelho – vivo encantam quem ali passa; as buganvílias enfeitam os cimos da porta de entrada e das janelas e os muitos arbustos estão cheios de folhas novas de um verde - claro, muito bonito.
È sobretudo nesta altura do ano, quando olho para o jardim e para o pomar, que me lembro do belo e impressionante poema da Sophia de Mello Breyner Andresen que diz:
Quando
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações á minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim á minha porta.
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)