sábado, 31 de julho de 2010

Partiu o actor António Feio


O actor António Feio.

O actor António Feio que fazia teatro desde menino, partiu aos 55 anos, depois de lutar com um cancro do pâncreas durante cerca de doze meses.

Deixou-nos o seguinte recado:

-"Se há uma coisa que eu costumo dizer é: Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros; apreciem cada momento, agradeçam, e não deixem nada por dizer, nada por fazer."

Os seus amigos dizem que gostava muito de viver.

Entristeceu-me saber que não acreditava em Deus.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Tens que me contrariar!"


Imagem da net.

Já alguém lhe pediu para o contrariar?
Sou levada a crer que não.
Muito pelo contrário! É bem provável que já o tenham ameaçado:
"Olha que tu não me contraries!"

Pois bem, a minha irmã Teresa, mais nova do que eu, anteontem disse-me:
«Porque é que não me contrariáste? Tens que me contrariar!»

Eu explico:
Nas obras de reparação da casa da aldeia, decidimos também renovar o jardim e algumas plantas. Fomos ao viveiro e dirigimo-nos para o local onde estão os sacos de terra - composto orgânico - e a minha irmã perguntou-me quantos sacos de 50 quilos seriam necessários; eu, que sou muito boa em calculos, respondi-lhe: Uns quatro ou cinco. Ela, que é extremamente poupada e especialista em conseguir preços mais baixos (ao contrário de mim, que sou incapaz de discutir um preço) atalhou logo: «Ah! isso é muito! Eu acho que dois sacos chegam.» Eu, não a quis contrariar e disse que estava bem, que levássemos dois sacos.
Quando fomos colocar a terra no novo canteiro (alegrete) concluímos que era insuficiente. Ela virando-se para mim disse-me: «Tu é que estavas certa! Eram precisos mesmo uns quatro ou cinco.» E atalhou, quase como que implorando: «Porque é que não me contrariáste? Tens que me contrariar!»
Não é espantoso?
Bom, se eu já tinha muita consideração por ela...passei a ter ainda mais!
A sua atitude, para mim, revelou uma grande humildade..

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Um poema como presente


O sr. Helder serrando a nespereira.

Ás vezes, a forma como Deus actua para connosco, chega a ser engraçada, faz-nos sorrir. Gosto de pensar que Ele é um Deus bem disposto, sorridente e bem humorado.
Pude constatar isso num dia da semana passada.
Há alguns meses que pensámos fazer obras de reparação na casa da aldeia. Lá, há a tradição de pelo S. João (S. João Degolado) - S. João Baptista - toda a gente "caiar" - hoje, pintar...as casas, todos os muros e paredes que dão para a rua.
Se alguém não caiar...já é censurado.
Mas nós, não era tão somente para "na terra onde viveres faz como vires fazer", mas é por que havia a nítida necessidade de obras.
Eu fiquei encarregada de contactar o Sr. Coelho, o pedreiro que fez as últimas obras lá. Porém, por qualquer coisa estranha, eu esquecía-me sempre. O tempo foi passando, passando e nada, eu não falei com o sr. Coelho. Quando tentei telefonar ninguém atendia. Eu até já não me sentia muito bem perante os meus irmãos.
De salientar aqui, que o dito sr. Coelho, não era nada perfeito naquilo que fazia; deixava muito a desejar. Mas como já tinha feito as obras da outra vez...
Pois bem, na semana passada quando chegámos á casa da aldeia (vamos lá uma vez por semana) estava mesmo junto á nossa porta a pessoa que precisávamos!
Não o conhecía-mos, nunca o tínhamos visto, mas era mesmo a pessoa que Deus tinha escolhido para nos fazer as obras.
Era pedreiro e estava a concluir a reparação da casa pegada á nossa.
Despertou-nos a atenção a perfeição do trabalho. Estava impecável.
Enquanto eu estava lá atrás, no pátio, a minha irmã meteu conversa com ele pondo-lhe da hipótese de ele nos fazer as obras.
Em pouco tempo estava combinado.
Três dias depois já as estava a iniciar.
Trata-se do Sr. Helder. Um homem na casa dos quarenta anos, magrinho, estreitinho, carinha pequena, mas uma pessoa linda, excepcional mesmo.
Trabalhador até dizer "baste... aguenta o sol nos seus 39, 40 graus..."perfeito no que faz, com ideias, sugestões e pareceres muito interessantes. Simpático e honesto.
Disse-nos que quando fez a quarta classe queria muito continuar a estudar, mas como tantos...os seus pais precisaram dele para trabalhar. Desde os 11 anos que trabalha na construção cívil, muito tempo como empregado, há alguns anos por conta própria. Sábado passado, quando trabalhava, recebeu um telefonema da mãe que estava a sentir-se mal; parou tudo e correu com ela para o hospital, Felizmente não foi nada de grave, apenas por ter andado ao sol.
Anteontem, reparei que o nosso poeta da aldeia, o Chico da Carreira, que já aqui apresentei, foi ter com ele lá á minha casa, Vi que estiveram a conversar algum tempo e que o poeta lhe apresentava um papel escrito, grande, que ele ouviu ler com muita atenção.
Daí a pouco o sr. Helder disse-nos que teria de sair um pouco mais cedo pois teria que ir a Sintra, ultimar a prenda que o filho de seis anos - Mário - iria oferecer á avó, nesse dia em que se celebrava o dia dos avós.
Não é que o sr. Helder, pediu ao poeta para lhe compôr um poema dedicado á sua mãe, para o filho Mário oferecer á avó como prenda no dia dos avós?
Foi então a Sintra procurar uma moldura, um quadro, no seu dizer, para o poema.
Achei tão lindo!
O sr. Helder, pedreiro, trabalhador da construção cívil a vida toda...com esta fina sensibilidade de querer que o seu filho de seis anos oferecesse um poema á avó!
Felicitei-o e dei-lhe os meus parabéns.
No dia seguinte perguntei-lhe se a sua mãe tinha gostado da prenda; ele sorrindo feliz, disse que sim, que ela gostou muito.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Cruezas da vida das crianças


Imagem da net.

O menino de dez anos, estava no passeio junto da porta da casa de uma familiar, onde fora passar o fim de semana.
Reparou num carro estacionado do outro lado da rua. Olhou para o homem sentado ao volante e reconheceu-o. Hesitou por um breve momento e atravessou a rua em passos lentos, como o coração a bater mais apressadamente.
Ao chegar junto do carro esboçou um sorriso tímido e disse: «Olá!»
O homem, um tanto incomodado perguntou-lhe: " O que é que queres, puto?"
O menino, olhando-o nos olhos, disse; «Eu sou o teu filho ...e disse o nome.
O homem com a maior das cruezas respondeu-lhe: "Estás diferente. Já não te via há tanto tempo que não te conheci."
Nada de importante aconteceu. O menino com os olhos presos ao chão, atravessou lentamente a rua e entrou em casa.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O SONHO dela realizou-se


Imagem da net.

Ela tinha um SONHO.
O SONHO MAIOR!

Realizou-se como que por milagre.

«Estou feliz!» Disse-me ela há pouco ao telefone, no seu timbre cristalino de voz infantil.

Sugeri-lhe: Agradece! Agradece! Agradece!

Eu, por toda a vida, não me cansarei de o fazer.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cada um é para o que nasce...



Oiço dizer esta frase desde criança. Não faço ideia de quem a inventou e porque a inventou.
Quem quer que fosse...referia-se ao ser humano, creio eu.
Acho porém, que ela é aplicável também a outros seres vivos, como por exemplo a esta plantinha da família dos malmequeres, que dá estas lindas e graciosas florinhas bramcas.
Reparem bem onde ela foi nascer!
Num passeio de uma rua do Borel - Amadora.
Sòzinhita, entre duas pedras - britas... longe de todas as suas irmãs, das suas primas, e das suas amigas.
Trazida pelo vento, a sementinha casualmente ali caiu, ali germinou, ali cresceu, ali floriu, e ali está devagarinho... a secar, a amarelecer, a viver os seus últimos dias de verão.
Ah! mas vou estar atenta no próximo Outubro! Quando as primeiras chuvas caírem, sei que vai re-inicar-se o ciclo de vida e, quase que tenho a certeza que não nascerá apenas uma plantinha mas decerto muitas, que resultarão de todas aquelas sementinhas que a par- e -passo se vão desprendendo da flor e caindo na terra, nos intervalinhos de diversas pedras-britas.

domingo, 25 de julho de 2010

Porque hoje é Domingo (112)


Igreja Baptista das Boas Novas - Amadora -
Quinteto vocal Da Igreja Baptista da Marinha Grande
.

Eu, Paulo, sou servo de Jesus Cristo e fui chamado para ser apóstolo, escolhido para anunciar o evangelho de Deus.
Esta boa nova já Deus a tinha prometido na Sagrada Escritura por meio dos seus profetas. Ela diz respeito ao seu Filho, nosso senhor Jesus Cristo.
Pelo nascimento, ele era descendente de David, mas pelo Espírito que santifica foi manifestado como Filho de Deus com poder, pela ressurreição dos mortos. Foi por meio dele que recebi o privilégio de ser apóstolo, para levar as pessoas de todas as nações á obediência da fé, por amor do seu nome.
É no mundo dos que foram chamados a peretencer a Cristo que os irmãos também se encontram. A todos, pois, os que em Roma são amados de Deus e chamados a ser santos, que Deus nosso Pai e Jesus Cristo nosso Senhor vos dêem graça e paz.

Antes de mais, dou graças ao meu Deus por meio de Jesus Cristo. Dou graças por todos vós, porque em toda a parte se fala da vossa fé. Deus sabe como é verdade o que digo - aquele Deus a quem sirvo de todo o coração ao anunciar a boa nova a respeito de seu filho. Ele é testemunha de como sempre vos recordo nas minhas orações. Peço a Deus que, pela sua vontade, me dê um dia a oportunidade de ir até junto de vós. De facto tenho imenso desejo de vos ir visitar para vos transmitir algum dom espíritual, de modo que se tornem mais firmes na fé. Desejo que nos animemos uns aos outros: eu pela vossa fé e vós pela minha.
Meus irmãos, quero que fiquem a saber que muitas vezes fiz os meus planos para vos ir visitar, mas até agora não me foi possível. Desejava que isso também vos levasse algum proveito, tal como tem acontecido com outros povos. É meu dever ir até junto de todos, civilizados ou não-civilizados, sábios ou ignorantes. Daí, o meu grande desejo de anunciar o evangelho também a vós em Roma.
Não me envergonho do evangelho. Ele é o poder de Deus para salvar todos os que crêem, primeiro os judeus e também os não judeus. Nele se revela a justiça de Deus por meio da fé. Como está escrito: Aquele que é justo pela fé viverá.
(Ep. de S. Paulo aos Romanos cap.1 :1 a 17)

sábado, 24 de julho de 2010

Casa Velha - Um poema de Fernanda de Castro


Imagem da net.

Deixem a casa velha! Que os pedreiros
não lhe tirem as rugas nem as gelhas.
Que não limpem de urtigas os canteiros,
que lhe deixem ficar as velhas telhas.

Deixem a casa velha! Que a não sujem
com óleos e com tintas os pintores.
Que lhe deixem as nódoas de ferrugem,
os velhos musgos, as cansadas flores.

Que não fiquem debaixo do cimento
mais de cem anos de alegria e dor.
Não lhe pintem a chuva, o sol, o vento,
que a cor do tempo é assim: vaga e incolor.

Que tudo fique assim, parado e absorto,
no tempo sem limites, sempre igual.
Ah, não, por Deus! Como se faz a um morto,
não a sepultem sob terra e cal!

Não fechem as janelas mal fechadas,
ouçam da brisa o tímido lamento,
deixem que a vida e a morte, de mãos dadas,
vão com seu passo reflectido e lento.

Não endireitem as paredes tortas
nem desatem, da aranha, os finos laços.
Abram ao vento as desmanchadas portas,
ouçam do tempo os invisíveis passos.

Deixem que durma, quieta, ao sol do Outono,
velada pela flor, o vento, a asa.
Será talvez o derradeiro sono…
Que importa? Morra em paz a velha casa.

Fernanda de Castro, in «Asa no Espaço», 1955

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cancro do Estômago mata aos 18 anos.


O jovem Tiago Alves. Imagem do blogue.

Tínhamos acabado de chegar á praia, o Zé pegou no Diário de Notícias e estupefacto, disse-me: «Mãe, está aqui uma notícia de um jovem judoca de 18 anos que morreu com cancro do estômago. O funeral é hoje á tarde para o cemitério de Rio de Mouro.» (aqui pertinho).
Já em casa, li a notícia e fiquei impressionada.
O jovem Tiago Alves, assim se chamava, praticava Judo desde os 4 anos. O seu sonho era chegar longe na modalidade. Actualmente pertencia á Associação Académica de Coímbra.
Com 18 anos tinha a graduação de 1.º Dan. Campeão Nacional de Juventude e de esperanças, e era uma das maiores esperanças de Portugal para os jogos Olímpicos de 2012 em Londres.
Uma carreira prometedora que seria abruptamente interrompida quando lhe diagnosticaram cancro no estômago. "O dia 21 de junho de 2010 foi para mim o pior da minha vida. Foi o dia em que me tiraram a minha pessoa. A sério, neste momento eu sou uma pessoa totalmente diferente," recordava depois o estudante (12º anos) que integrava o Centro de Alto Rendimento.
Desde o dia em que foi diagnosticado o cancro, até á morte, decorreu apenas um mês. Havia metástases no intestino e no peritoneu, o que quer dizer que a doença já minava o Tiago há muito tempo sem que sequer disso se suspeitasse. Apenas sentia algumas dores abdominais as quais não valorizou.
O cancro do estômago tem esta terrível característica, de só se manifestar quando já é muitas vezes tarde demais. Assim foi com o meu querido pai e assim foi com o meu querido amigo Celso.
Claro que há felizmente casos em que quando diagnosticado a tempo, pode haver cura.
Estejamos atentos. Qualquer sinal, qualquer queixa, qualquer coisa que desconfiemos que não está bem, contactemos o nosso médico. E ainda, os familiares de pessoas que morreram com cancro do estômago, devem ter uma vigilância especial no seu médico, pois há uma tendência para passar para os descendentes.
Hoje, durante todo o dia, o Tiago não me saiu do pensamento.
Oro, para que o bom Deus console e conforte os pais, irmãos, demais família e amigos, deste lindo jovem que deixou a vida tão cedo.
Informo que o Tiago criou um blogue para falar sobre a sua doença. Já "estive lá" e verdadeiramente fiquei tocada.
Para quem quiser aceder, aqui fica o endereço:

http://ipponforlife-tiagoalves.blogspot.com/

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Vida e morte das nespereiras.





A nespereira "Messias" nasceu, cresceu, viveu e morreu, no jardim da casa da aldeia em Maceira - Pero Pinheiro.
Há uma história bonita acerca dela para contar.
Num belo dia, há mais de vinte anos, a "Nena," minha mãe, estava por ali á porta de casa, quando passou um jovem amigo dela chamado Messias, do Rebanque, que é uma pequena aldeia não muito distante dali.
O Messias era filho da "tia Gertrudes" que andava com uma burra por Maceira e arredores, a vender fruta que ela própria produzia nos seus pomares.
Nesse dia, quando passou á porta da Nena, o Messias ia a comer um punhado de nêsperas, que trouxera de casa. Ao ver a minha mãe, que era extremamente popular na aldeia e ali á volta, o Messias cumprimentou-a:«Bom dia senhora argentina! Como vai? Quer umas nêsperas que eu aqui tenho?»
A minha mãe respondeu á saudação e quanto ás nêsperas, disse-lhe: «Se você mas der! ...
Ele entrou no pátio e deu-lhe as nêsperas que ela comeu com enorme satisfação.
E como fazia com todos os caroços das frutas que comia, abriu um buraco no chão e deitou os caroços lá para dentro.
Quando vieram as primeiras chuvas fizeram germinar as sementes e logo apareceu uma pequenina nespereira que a mãe foi regando e cuidando, com carinho e paciência, até que começou a dar os primeiros frutos, que todos nós tanto apreciávamos.
Como todas as nêsperas oriundas de Portugal, eram saborosas mas um tanto ácidas. Eram óptimas para matar a sede e refrescar.
A nespereira cresceu tornando-se numa árvore grande que já ultrapassava o telhado da casa, de maneira que alguns troncos roçavam nas paredes da empena e de tanto bater, com o vento, que geralmente é forte por ali, abriu buracos na parede e começava também a levantar as telhas.
Todos os invernos eu lá ia podando alguns ramos e troncos de modo a evitar estragos. E a não incomodar as pessoas que passavam ali no caminho.
Entretanto a mãe partiu e nós, como sabíamos do seu carinho pela nespereira, sempre a estimámos e cuidámos o melhor que sabíamos.
Há uns três ou quatro anos a esta parte, os frutos foram atacados por uma praga, não sei qual...que definitivamente os destruia. Não se desenvolviam o suficiente e ficavam sem sumo, secos e pretos. Este ano bem andámos á volta dela, mas nem uma nêspera sequer provámos. Ficámos com imensa pena.

Já há algum tempo que a casa precisava de obras, e decidimos levá-las a cabo este ano. Estão agora a decorrer.
Para poder pintar a empena era preciso espaço; foi então que decidimos com bastante tristeza...cortar a nespereira "Messias".
Com ela, cortámos uma outra também doente, a que poderíamos chamar a nespereira "Viviana," pois fui eu que a semeei (o caroço é uma semente) a partir de umas nêsperas "estrangeiras", longas, doces e quase sem caroço, que eu comprei no Jumbo, em Alfragide.
Estava já quase tão grande como a outra que era mais velha.
Assim, de uma vez, lá se foram as nossas lindas e estimadas nespereiras...
Ah! mas eu e a minha irmã já decidimos que no próximo ano iremos semear outras, se Deus quiser.

A alegria de fazer cinco anos!


No rosto da Miriam está estampada a alegria de fazer cinco anos!
Foi hoje! Desceu as escadas e veio convidar-nos para a festa.
Ela é a irmã mais nova do meu neto Gil e da minha neta Sara.

Muitos parabéns Miriam!
Que sejas sempre assim, alegre e linda!
Que Deus te abençoe.

Tinha toda a razão o poeta:

"Grande é a bondade, a música e as danças, mas o melhor do mundo são as crianças!"
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Mas que tempos são estes? Como é que pode?


Imagem da net.

Por norma, e por uma questão de segurança, aqui em casa, não abrimos a porta da rua a pessoas desconhecidas. Quando tocam eu vou sempre discretamente á janela (vivo num terceiro andar) ver quem é.
Hoje á tarde tocaram a campaínha da porta de entrada, na escada. Abri, e estava diante de mim uma senhora africana na casa dos sessenta anos, que depois de me cumprimentar, começou de uma forma mecânica e rápida, a apresentar-me a publicidade a uma marca de telefones . Ela sabia cór o que a incumbiram de me dizer.
Ouvi-a com toda a atenção, e reparei enquanto falava, que na voz e no rosto havia um aspecto extremamente cansado.
Gentilmente, disse-lhe: Ó minha senhora! Eu agradeço-lhe reconhecida pela sua oferta, e aprecio e valorizo o seu trabalho, mas há pouco tempo instalámos uma outra marca e estamos satisfeitos com o serviço prestado.
A senhora respondeu-me: «Eu queria agradecer-lhe com um sorriso a forma como me atendeu, mas eu não consigo sorrir. Estou tão cansada! Desde manhã a subir e a descer escadas! Repare nos meus pés, como estão inchados! Estou completamente esgotada, sem forças...e triste, muito triste. Tenho que fazer este trabalho mesmo sem poder.»
Eu comovida, cheia de pena, disse-lhe que não era justo, que assim fosse.
Perguntei-lhe: A senhora crê em Deus? Ela respondeu: «Quanto! Mas quanto eu creio! Entre cada lance de escadas que subo e desço...eu suplico socorro!
Eu, com um nó na garganta, disse-lhe: Olhe, minha senhora! Neste mundo cruel e terrível onde vivemos...acho que só mesmo Ele a poderá ajudar.
Ela agradeceu muito a atenção que lhe dispensei e num grande esforço, continuou a subir as escadas que a levaram ao quarto andar, onde, eu sabia que ela não iria conseguir vender nada, porque um apartamento está fechado e a outra moradora é cliente doutra marca.
Pedi licença, desejei-lhe sorte e fechei a porta.
Uma vez cá dentro, não resisti ás lágrimas! Chorei, chorei! Revoltada por aquela mulher daquela idade e com uma saúde tão precária, ter de deitar mão áquele meio, para tentar sobreviver!
Vêm tantos! Mas são geralmente gente nova.Como ela nunca tinha vindo ninguém.
Que mundo é este? Que país é este? Onde os ricos cada vez são mais ricos! Onde só no ano de 2009 surgiram em Portugal, MAIS 600 MILIONÀRIOS!
Onde, segundo as notícias de há dois dias, o prédio mais caro de Portugal está todo vendido, mesmo sem estar acabado!
Depois de me revoltar, voltei-me para Deus, e com todo o meu fervor e a minha fé...supliquei que Ele, que é todo amor, tivesse misericórdia daquela senhora e lhe desse, lhe deparasse, uma forma mais suave de ganhar o seu pão.
Eu estou certa que Ele me ouviu e irá responder.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A riqueza da lingua portuguesa


Melão de Almeirim

Dada a minha dificuldade em andar e pegar em pesos, por causa da artrite, é o Jorge quem faz habitualmente as compras.
Ontem, pedi-lhe para comprar um bom melão, porque o último que ele comprou no "Manel," era mesmo uma delicia.
Ele chegou com as compras, colocou um melão em cima da mesa da cozinha e disse-me:

«Olha! Trouxe este melão verde, porque o branco ainda está verde.»

domingo, 18 de julho de 2010

Porque hoje é Domingo (111)


Imagem da net.

«Senhor que o teu nome glorioso seja louvado,
cuja grandeza está acima de toda a benção e louvor!

Tu és o Senhor e não há outro.
Foste tu quefizeste o céu
e o mais alto dos céus, com todas as estrelas,
fizeste a terra e tudo o que nela existe,
os mares e o que eles contêm.
És tu que dás a vida a todas as coisas.
Adoram-te as estrelas do céu.»

(Livro do profeta Neemias cap. 9 : 5 e 6)

sábado, 17 de julho de 2010

Ainda, a propósito do aborto.


Imagem da net.

Também no Diário de Notícias, de hoje, num artigo assinado pela jornalista Fernanda Câncio, encontrei estes dados:

Antes da entrada em vigor desta nova lei do aborto, ou seja, ao abrigo da lei anterior, datada de 1984, ocorriam em Portugal menos de 2.000 abortos por ano (devido a malformação, violação e perigo para a saúde e vida da mulher e sempre autorizado por critério médico).
Com esta nova lei que permite o aborto até ás dez semanas de gestação, contabilizaram-se em Portugal, no ano de 2009, 19.572 interrupções de gravidez.
Destas, cerca de 2.000 ter-se - ão devido ás causas contempladas pela lei de 1984.
Teremos pois cerca de 17.500 abortos de "livre arbítrio".
Diz ainda a jornalista que há quem veja na evolução deste número, causa de alarme e até de revisão da lei.
Serão, para alguns observadores, alguns médicos, "muitos abortos" e a "aumentar muito."

Diário de notícias

Fernanda Câncio

Nota: Segundo o Instituto Nacional de Estatística, no ano de 2009 nasceram em Portugal menos de 100.000 crianças.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

"Temos a certeza de que a oração salvará alguns bebés"



No Diário de notícias de hoje, encontrei esta entrevista a Leonor Ribeiro e Castro, fundadora da "Missão Mãos Erguidas," que reza o terço á porta da Clínica dos Arcos, para evitar abortos e, como achei o tema interessante, decidi partilhá-lo aqui convosco.

«A lei que permite a interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas faz amanhã [hoje] três anos. Têm alguma acção de protesto programada?

"Em princípio vamos rezar junto à Clínica dos Arcos, em Lisboa, onde o grupo Mãos Erguidas reza todos os dias. Só fizemos um apelo para que haja um reforço do número de pessoas que irá rezar."

«Há hora marcada para a oração?»

"Não. O que vamos fazer à porta da clínica não é uma manifestação. Vamos estar lá como estamos todos os dias. As pessoas sabem que estamos durante todo o dia, porque a algumas dá mais jeito ir de manhã, outras só lá vão passar à tarde. Mas vamos implorar ao céu socorro e ajuda por este flagelo que é o aborto."

«Quantas mulheres já deixaram de fazer um aborto por causa da vossa intervenção?»

"Não podemos dizer, concretamente, porque muitas vezes nem falamos com as mulheres que desistem. Ainda na semana passada me ligou uma senhora de França a contar que, por nos ter visto à porta da clínica, decidiu não abortar e até deu o meu nome à filha. Eu nem sei quem ela é. Mas já conhecemos alguns bebés que salvámos. Como o caso de uma avó que nos liga a agradecer pela neta ter nascido e nos vai dando notícias do seu crescimento. Assim, em concreto temos conhecimento de 17 bebés que nasceram depois das mães terem desistido de abortar. Mas não sabemos de outros casos. É claro que temos muito orgulho nos nossos bebés."

«Rezam todos os dias em frente à Clínica dos Arcos. Como é que se sente depois de sair de lá?»

"Quando saímos, vimos um bocadinho com a sensação de que demos o nosso melhor e temos a certeza que a oração que fazemos não é em vão. É a Nossa Senhora que nos pede para rezar um terço dos não nascidos. Sabemos que cada oração rezada com muito amor salvará crianças no ventre da mãe. Esta é uma missão que o céu nos pediu."

«Mas também têm sido muito criticadas por parte de algumas pessoas. Como é que lida com essas situações?»

"Como mulher, mãe e amiga custa-me muito estar ali à porta da clínica. É muito complicado ficar e ouvir comentários negativos. Há muitas pessoas que não aguentam. Por isso é que digo que somos acima de tudo missionárias e não voluntárias. Quando estamos a rezar à porta da clínica estamos na boca do inferno, e quando rezamos estamos também a agradecer a força que nos Deus dá. O que nos mantém a cumprir esta missão é muito a oração. Temos uma noite por semana em que rezamos todos juntos e isso ajuda-nos. É uma luta espiritual nossa, não é contra ninguém."

Ana Bela Ferreira

Diário de Notícias

Coisas de netas


A Inês e o Nuno.

Ontem: (eu)

Meninas! Lavar as mãos e vir para a mesa! O almoço está pronto!
Por favor chamem o tio Zé.

As meninas:

« Zé! (tem 28 anos)

Lavar as mãos e vir para a mesa! O almoço está pronto!»

E o Zé lavou as mãos e veio para a mesa, obedientemente.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Até logo, Alberto


Para o Alberto

Estive com ele a última vez a vinte e três de Maio deste ano, quando na nossa Igreja celebrávamos o Tradicional Dia da Família e do Lar, no qual eu fui convidada para apresentar a Mensagem da Palavra de Deus, sobre o tema em questão.
Reparei que ele esteve sempre muito atento, e, quando o Culto terminou, depois de ouvir-mos o nosso organista tocar um esplêndido Poslúdio, ele veio cumprimentar-me, agradecer-me -me e e felicitar-me, com palavras repassadas de amor cristão e simpatia. Fez questão de salientar que técnicamente a apresentação tinha sido perfeita, e que o conteúdo tinha sido muito bom, tendo ele, segundo disse, aprendido aspectos que considerava importantes e de valor para a sua vida diária.
Fiquei agradávelmente surpreendida por esta sua atitude, e claro, agradeci-lhe a gentileza.
Despedimo-nos depois, cordialmente, com um "até um dia destes,"pois ele informou-me que iria tirar umas semanas de férias.
Hoje, era meio-dia e um quarto, quando tocou o telemóvel do Jorge, era a esposa a comunicar que o Alberto faleceu com um ataque cardíaco fulminante.
E assim, sem mais, o Alberto partiu para a eternidade para junto do Deus que ele amava, e nós ficámos por aqui, meios incrédulos, a sentir já imensas saudades do nosso amigo de há tantos anos.
Até logo Alberto Velosa! A gente encontra-se.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Quem és, deixa marca



Encontrei no blogue do meu amigo Manuel - http://arrozcomtodos.blogspot.com/ -
este desafio, que decidi aceitar e partilhar convosco:

«Recebi uma mensagem maravilhosa,do blog Tecendo idéias(http://baliar.blogspot.com) que pensei em compartilhar com vocês propondo a ação! O texto já explica como fazer, e, depois que ler, você decide se quer participar. Caso também tenha alguém pra quem queira entregar a faixa azul, pegue a imagem e o texto e leve com você. Imagine o efeito multiplicador desta ação entre amigos!!»

Uma professora de Nova York decidiu honrar cada um de seus alunos que estavam por se graduar no colégio, falando-lhes da marca que cada um deles havia deixado. Chamou cada um dos estudantes à frente da classe, um a um. Primeiro, contou a cada um como haviam deixado marca na vida dela e na da turma. Logo presenteou cada um, com uma faixa azul, impressa com letras douradas, na qual se lia: “Quem sou deixa marca.”

Por fim, a mestra decidiu fazer um projeto de aula para ver o impacto que o reconhecimento teria na comunidade. Deu a cada aluno mais três faixas azuis e lhes pediu que levassem adiante esta cerimônia de reconhecimento. E que deveriam acompanhar os resultados, ver quem premiou quem, e informar à turma no final de uma semana.

Um dos alunos foi ver um jovem executivo de uma indústria próxima e o premiou por tê-lo ajudado com o planejamento de sua carreira. Deu-lhe uma faixa azul, e colou-a em sua camisa. Em seguida deu-lhe as duas faixas extras e lhe disse: “Estamos fazendo em aula um projeto de... ‘reconhecimento’, e gostaríamos que você encontrasse alguém a quem premiar e lhe desse uma faixa azul.”

Mais tarde, nesse mesmo dia, o jovem executivo foi ver seu chefe que tinha reputação de ser uma pessoa amargurada, e lhe disse que o admirava profundamente por ser um gênio criativo. O chefe pareceu ficar muito surpreso. Então o jovem executivo lhe perguntou se ele aceitaria o presente da faixa azul e se lhe dava permissão de colocá-la em sua camisa. O chefe disse: “Bem…claro!” Então o jovem executivo pegou uma das faixas azuis e a colocou no casaco do chefe, bem sobre seu coração, e, oferecendo-lhe a última faixa, perguntou: “Poderia pegar esta faixa extra e passá-la a alguém mais a quem queira premiar? O estudante que me deu estas faixas está fazendo um projeto de aula, e queremos continuar esta cerimônia de reconhecimento para ver como vai afetar as pessoas.”

Nessa noite, o chefe chegou em casa, sentou- se com seu filho de 14 anos, e lhe disse: “Hoje me aconteceu algo incrível Estava no meu escritório e um de meus empregados veio e me disse que me admirava; então me deu uma faixa azul por me considerar um gênio criativo. Imagina! Ele pensa que eu sou um gênio criativo! Logo me pôs uma faixa azul que diz: “Quem sou deixa marca". Deu-me uma faixa extra e me pediu que encontrasse alguém mais a quem premiar. Quando eu estava dirigindo para casa esta noite, comecei a pensar a quem poderia premiar com esta faixa, e pensei em ti. Quero premiar a ti. Meus dias são muito agitados e quando venho para casa, não te dou muita atenção; grito contigo por não tirar boas notas e pela desordem em teu quarto. Por isso, esta noite, só quero sentar-me aqui e… bem… te dizer que és muito importante para mim. Tu e tua mãe são as pessoas mais importantes em minha vida. És um grande garoto e te amo muito!”

O garoto surpreendido começou a soluçar e a chorar, e não conseguia parar. Todo o seu corpo tremia. Olhou para seu pai e entre lágrimas lhe disse: “Papai, momentos atrás me sentei em meu quarto e escrevi uma carta para ti e para mamãe, explicando porque tinha tirado minha vida, e lhes pedia que me perdoassem. Ia me suicidar esta noite depois de vocês terem dormido. Eu pensava que vocês não se importavam comigo. A carta está lá em cima, mas não creio que eu vá precisar dela, depois de tudo o que conversamos.”

Seu pai subiu ao segundo piso e encontrou a carta, sincera e cheia de angústia e dor. No dia seguinte, o chefe regressou ao trabalho totalmente modificado. Já não estava amargurado, e se empenhou em fazer todos os seus empregados saberem que cada um deles faz a diferença. Por outro lado, o jovem executivo ajudou muitos outros jovens a planejarem suas carreiras, inclusive o filho do chefe, e nunca se esqueceu de recordar-lhes que eles deixavam marcas em sua vida. Ainda mais, o jovem e seus companheiros de classe aprenderam uma lição muito valiosa. “Quem és, deixa marca.”

Bem, eu estou passando a faixa azul para você, que passou a fazer parte do meu cotidiano. A você que enfeita meus dias com tua presença, me emociona com as mensagens, me ensina com tua sabedoria, me alegra com tua amizade, me encanta com teu carinho. Receba tua faixa azul, pela importância que já tens na minha vida. Porque...

"Quem és, deixa marca!!"

E aí, quer participar???

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Um pensamento de Santo Agostinho


Discurso - Imagem da net

-"O dom da fala foi concedido aos homens não para que eles enganassem uns aos outros, mas sim para que expressassem os seus pensamentos uns aos outros." -
(Santo Agostinho)

Desde criança que oiço dizer: "Anda meio mundo a enganar o outro meio."

Porém, prestando um pouco de atenção ao que se passa á minha volta...fico com a nítida sensação que não é "meio," mas bem, bem á vontade, uns bons dois terços.

domingo, 11 de julho de 2010

Porque hoje é Domingo (110)


Imagem da net.

« Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem.

Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho.

Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê.

Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho das suas oferendas, e por meio dela depois de morto, ainda fala.

Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte; e não foi achado, porque Deus o trasladara; pois antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus.

Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.

Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, sendo temente a Deus, preparou uma arca para o salvamento da sua família; e por esta fé condenou o mundo, e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé.

Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.

Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa;

porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus.

Pela fé, até a própria Sara recebeu a virtude de conceber um filho, mesmo fora da idade, porquanto teve por fiel aquele que lho havia prometido.

Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar.

Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.

Ora, os que tais coisas dizem, mostram que estão buscando uma pátria.

E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de voltar.

Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.

Pela fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigênito aquele que recebera as promessas,

e a quem se havia dito: Em Isaque será chamada a tua descendência,

julgando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar; e daí também em figura o recobrou.

Pela fé Isaque abençoou Jacó e a Esaú, no tocante às coisas futuras.

Pela fé Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou, inclinado sobre a extremidade do seu bordão.

Pela fé José, estando próximo o seu fim, fez menção da saída dos filhos de Israel, e deu ordem acerca de seus ossos.

Pela fé Moisés, logo ao nascer, foi escondido por seus pais durante três meses, porque viram que o menino era formoso; e não temeram o decreto do rei.

Pela fé Moisés, sendo já homem, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,

escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que ter por algum tempo o gozo do pecado,

tendo por maiores riquezas o opróbrio de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.

Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como quem vê aquele que é invisível.

Pela fé celebrou a páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos primogênitos não lhes tocasse.

Pela fé os israelitas atravessaram o Mar Vermelho, como por terra seca; e tentando isso os egípcios, foram afogados.

Pela fé caíram os muros de Jericó, depois de rodeados por sete dias.

Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os desobedientes, tendo acolhido em paz os espias.

E que mais direi? Pois me faltará o tempo, se eu contar de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de samuel e dos profetas;

os quais por meio da fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões,

apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças, tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros.

As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressu e outros experimentaram escárnios e açoites, e ainda cadeias e prisões.

Foram apedrejados e tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados

(dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra.

E todos estes, embora tendo recebido bom testemunho pela fé, contudo não alcançaram a promessa

visto que Deus provera alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.»

(Ep. aos Hebreus cap. 11 : 1 a 40))

sábado, 10 de julho de 2010

O Teco é um gato excepcional


O Gil e o Teco dormindo.

Ontem, o meu neto Nuno de 6 anos entalou o dedo mais pequenino da mão direita numa porta. Ouvi-o gritar com dores e corremos com ele para a casa de banho para colocar o dedo debaixo de água fria corrente. Levei-o depois para o meu quarto e sentei-o ao meu lado na beira da cama, enquanto o Zé trazia o frasco de Betadine e algodão para desinfectar a feridinha.
Num ápice, o Teco, que áquela hora estaria a dormir a sua sesta num qualquer canto da casa, apareceu a correr com um ar muito aflito, quando ouviu o menino a gritar e, saltando para cima da cama, pôs-se ao lado do Nuno, apoiou a cabeça no ombro dele e dava-lhe marradinhas na cara como que a consolá-lo e a acarinhá-lo. Deu depois a volta e foi cheirar a mãozinha onde estava o ferimento. Eu pergunto: Como é que ele percebeu que o problema era na mão?
Deitei o Nuno ao meu lado em cima da cama e coloquei a mão no gelo, para aliviar a dôr e não inchar ou ficar negro. Então não é que o Teco se foi deitar, atravessado, em cima dos pés do Nuno como que a protegê-lo, a tomar conta dele?
Ele nunca tinha feito isso antes ao Nuno.
O menino parou de chorar e ficou quietinho ali deitado, feliz, por o Teco estar deitado em cima dos pés dele. A sorrir disse: «O pior é o peso! Ele pesa muito!» E pesa...tem cerca de oito quilos.
Ficámos surpreendidos com a atitude do gato. Se fosse um cão...a gente não se admirava! Agora um gato...não esperáva-mos.
Como não haveremos nós de querer muito bem e mimar um gato tão especial?
Só uma nota: O dedinho melhorou e nem sequer lhe dói mais. Quando o pai chegou ao fim do dia já nem se notava praticamente nada.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Temos o dever de denunciar a injustiça.


Shirin Ebadi

- "SE NÃO PODEIS ELIMINAR A INJUSTIÇA, PELO MENOS CONTAI-A A TODOS." -
(Shirin Ebadi)

Shirin Ebadi é uma advogada e activista dos direitos humanos.

Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 2003. Foi a promeira cidadã iraniana e a primeira mulher muçulmana a receber um Nobel.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Poesia Cabo - verdiana


Escritor Manuel Lopes

Ao ler as notícias sobre a visita de Sua Excelência o Senhor Presidente da República, Professor Doutor Anibal Cavaco Silva, á República de Cabo Verde, constatei que fizeram parte da programação textos e poemas da autoria do escritor Cabo- verdiano Manuel Lopes, que não conhecia.
Lancei-me á descoberta e foi um grande prazer conhecer um pouco da sua obra.
Dele publico este interessante poema:

A Garrafa

Que importa o caminho
da garrafa que atirei ao mar?
Que importa o gesto que a colheu?
Que importa a mão que a tocou
- se foi a criança
ou o ladrão
ou filósofo
quem libertou a sua mensagem?
e a leu para si ou para os outros?

Que se destrua contra os recifes
ou role no areal infindável
ou volte ás minhas mãos
na mesma praia erma donde a lancei
ou jamais seja vista por olhos humanos
que importa?
... se só de atirá-la ás ondas vagabundas
libertei meu destino
da sua prisão?...

(Manuel Lopes)
1907 - 2005

terça-feira, 6 de julho de 2010

Tempo para ver os filhos e os netos.



Nas últimas semanas tenho tido a benção de ter os meus quatro filhos mais por perto. Ora um, ora outro, eles têm estado por aqui, com os filhos ... os meus netos.
Isso altera o ritmo da vida e torna o dia bem diferente do habitual.
Daí, eu não visitar os meus amigos nos seus blogues, nem responder aos simpáticos comentários que alguns aqui deixam e não publicar diariamente um post. Também tenho falhado no envio diário da minha palavra amiga, via e-mail, aos meus queridos amigos e familiares.
Quero porém que saibam que esse facto não altera, nem interfere absolutamente nada, na minha grande amizade e estima por pessoas tão especiais, como vós sois.
Se Deus quiser será assim por mais algumas semanas.

Ontem, falando sobre isto com a minha maninha Esperança, que acabou de regressar da Madeira, onde esteve algum tempo com a única filha e os dois únicos netos, ela disse-me:

«Afinal, temos é que aproveitar o melhor possível todas as oportunidades que tivermos para os ver-mos.Pois já nos resta pouco tempo para estarmos com eles. Dez anos? Quinze?Na melhor das hipóteses vinte?
O que é isso? É muito pouco.»
Quando desliguei o telefone fiquei a pensar nas sábias palavras da minha irmã mais velha, e acho que ela tem toda a razão!

Lembrei-me do célebre poema enjoadinho de Vinícius de Morais.

...Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Os "Enleios" da minha infância


Para mim, são Enleios."
Imagem da net.

Tive a benção de crescer no campo, primeiro na Argentina e depois em Portugal, na zona de Leiria.
Nas minhas andanças á procura da melhor erva para os coelhos, palmilhava toda a zona envolvente da nossa casa.
Principalmente no verão quando, motivado pela seca, escasseava a tão necessária ervinha, era na vala (ribeira) onde tínha mais probabilidade de encontrar boa e fresca erva.
Entrava na água limpida e cristalina, e ficava encantada com toda aquela verdura na beira das vala. A variedade de flores e cores, encantavam-me.
Recordo-me que havia uma trepadeira que dava umas flores brancas, tipo uns sininhos, que subiam pelas canas acima até lá bem alto, e ficavam sobre a água a baloiçar ao vento, que fazia as minhas delícias.
Não lhe conheço o nome, e após várias tentativas de pesquisa na net, não consegui descobrir. Apenas encontrei uma fotografia que é a que publico acima.
Se por acaso algum amigo souber o nome dela, e queira ter a gentileza de me informar, eu ficaria muito grata.
Obrigada.

domingo, 4 de julho de 2010

Porque hoje é Domingo (109)


A minha amiga, e irmã em Cristo, Maria da Luz.

«Não se enganem: com Deus não se brinca. Cada um há-de colher aquilo que semeou. Aquele que semeia o que agrada aos maus instintos terá uma collheita de perdição, mas quem semeia o que agrada ao Espírito terá uma colheita de vida eterna. Não nos cansemos de praticar o bem pois, se não desanimar-mos teremos a colheita no tempo devido. Portanto, enquanto é tempo, façamos o bem a todos, especialmente aos que pertencem á nossa família na fé.»
( Ep. de S. Paulo aos Gálatas cap. 5 : 7 a 11)

sábado, 3 de julho de 2010

Quem me dera...


Casa rural no Minho, perto do Gerês.

Quem me dera ter uma casa com uma janela igual a esta!
Se fosse minha, retirava as cortinas, abria a janela e, sentava-me ao entardecer, num daqueles bancos de pedra que acho lindíssimos, e ali ficaria até o dia declinar, ouvindo calmamente, serenamente, o cantar dos ralos e dos grilos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Teco tem hoje a sua oportunidade


O Teco na casa da aldeia.

Alguns amigos já conhecem, outros ainda não, o nosso lindo e fiel (?) gato Teco. Digo fiel, porque nestes quatro anos que com ele convivo, nunca houve motivo para não confiar nele. É um gato muito especial, que só quer bom trato, companhia e muito mimo e festinhas. Adotpou-me como uma espécie de mãe, pois gosta imenso de mim, mais do que a todos da casa...e só está onde eu estou. Ás vezes só reparo nele passado muito tempo, mas ele ali está fielmente a guardar-me e a tomar conta de mim.
O mais curioso é que o "bichinho" obedece-me.Uso uma meia dúzia de palavras sempre nas mesmas circunstâncias e ele entende-me muito bem. Digo: "Não, não pode!" Ele refila com um "miau" muito caracteristico... e vai andando, nem tenta uma segunda vez. Digo-lhe: "Sai!" E ele sai mesmo.
Digo-lhe : "Deita!" E ela deita-se. Quando não quer comer a comida que tem no prato e mia de um certo modo a pedir outra, ao mesmo tempo que tenta levar-me para junto da porta do armário onde está guardada a comida dele, digo-lhe olhando-o nos olhos (azuis lnmdíssimos): "Come!" Ele protesta mas come mesmo..
Quando está para fazer alguma, como por exemplo, saltar para cima da mesa da sala...eu digo-lhe: " Ai, ai ,ai! Não pode!" Ele barafusta e desiste da ideia.
Os netos, Nuno, Inês e Sara que estiveram aqui estes dias, tiveram oportunidade de assistir a estas cenas de obediência, e ficaram espantados.
Eu, marota...para ver a reacção deles, disse: Quer dizer, o meu gato é mais obediente que os meus netos! Eles não acharam muita piada! E, sobretudo a Inês que é uma menininha muito obediente e que procura agradar á avó Viviana, fez uma careta de nada satisfeita. Claro que eu depois disse-lhes que estava a brincar e eles entenderam.
Esta noite, contrariamente ao que é habitual...o gato Teco vai dormir comigo, pois estão cá a dormir a Margarida, a Carolina e a Beatriz, que geralmente precisam de ir á casa de banho durante a noite, e não querem de modo algum encontrar-se com o Teco no corredor.
Já sei que ele se vai portar bem. Vai aninhar-se em cima dos meus pés e aí dormir até lá para as seis da manhã.
Somos uns sortudos por nos ter calhado um gato tão especial.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Presentes bonitos











Obrigada querida Sandrinha, por a sua linda e doce amizade, e também por estes presentinhos bonitos. ( http://aotoquedoamor.blogspot.com)