sábado, 31 de maio de 2014

Recordando o actor António Feio


"Se há uma coisa que eu costumo dizer é:
Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros;
apreciem cada momento, agradeçam, 
e não deixem nada por dizer,
nada por fazer".

 (António Feio)
Faleceu em 30 de Julho de 2010, aos 55 anos

sexta-feira, 30 de maio de 2014

A propósito da Inauguração de um Monumento à Drª Maria José Nogueira Pinto

Este é o monumento dedicado à Drª Maria José Nogueira Pinto


A autarquia  de Lisboa decidiu encomendar ao arquitecto Rui Sanches a execução de um monumento para homenagear  com ele a  Drª Maria José Nogueira Pinto. Eis na imagem o que surgiu. O executor da obra diz que é"meia casa"; porém, a mim, que não tenho qualquer formação na área, parece-me mais uma paragem de autocarro em degradação. Creio que a senhora, por quem nutro uma elevada estima e consideração, merecia uma obra digna do seu nome e da sua obra..
Mas há mais:
O monumento foi inaugurado na última terça-feira de manhã, pelo presidente da Câmara de Lisboa - Dr. António Costa. Durante todo o dia tentei ver a reportagem da inauguração  nos vários canais de televisão, porém,  nunca vi. ..o que vi, e, vezes sem conta, foi as transmissão  das palavras do presidente de Lisboa sobre a situação interna do seu partido. Mostraram-no junto do monumento, com muitos convidados, porém, nem uma referência ao monumento, à homenageada ou , por exemplo, à família da homenageada.

Ao procurar na net, notícias sobre o acontecimento atrás referido, os meus olhos pousaram no texto que a seguir publico, o qual li com toda a atenção e interesse. Terminei de lê-lo com os olhos rasos- de -água.
Pois se eu já valorizava esta grande senhora, muito mais agora, depois de ler e reflectir sobre este testemunho, que a mim, mulher cristã, totalmente  comprometida com Cristo,  leva-me  a identificar,  em muitos aspectos com a Drª Maria José Nogueira Pinto, sendo  ela católica e  eu   baptista.

Eis o seu testemunho exarado na sua crónica que habitualmente publicava no Diário de Notícias: (pode ler mais aqui)

NADA ME FALTARÁ



Acho que descobri a política - como amor da cidade e do seu bem - em casa. Nasci numa família com convicções políticas, com sentido do amor e do serviço de Deus e da Pátria. O meu Avô, Eduardo Pinto da Cunha, adolescente, foi combatente monárquico e depois emigrado, com a família, por causa disso. O meu Pai, Luís, era um patriota que adorava a África portuguesa e aí passava as férias a visitar os filiados do LAG. A minha Mãe, Maria José, lia-nos a mim e às minhas irmãs a Mensagem de Pessoa, quando eu tinha sete anos. A minha Tia e madrinha, a Tia Mimi, quando a guerra de África começou, ofereceu-se para acompanhar pelos sítios mais recônditos de Angola, em teco-tecos, os jornalistas
estrangeiros. Aprendi, desde cedo, o dever de não ignorar o que via, ouvia e lia.
Aos dezassete anos, no primeiro ano da Faculdade, furei uma greve associativa. Fi-lo mais por rebeldia contra uma ordem imposta arbitrariamente (mesmo que alternativa) que por qualquer outra coisa. Foi por isso que conheci o Jaime e mudámos as nossas vidas, ficando sempre juntos. Fizemos desde então uma família, com os nossos filhos - o Eduardo, a Catarina, a Teresinha - e com os filhos deles. Há quase quarenta anos.
Procurei, procurámos, sempre viver de acordo com os princípios que tinham a ver com valores ditos tradicionais - Deus e a Pátria -, mas também com a justiça e com a solidariedade em que sempre acreditei e acredito. Tenho tentado deles dar testemunho na vida política e no serviço público. Sem transigências, sem abdicações, sem meter no bolso ideias e convicções
Convicções que partem de uma fé profunda no amor de Cristo, que sempre nos diz - como repetiu João Paulo II - "não tenhais medo". Graças a Deus nunca tive medo. Nem das fugas, nem dos exílios, nem da perseguição, nem da incerteza. Nem da vida, nem na morte. Suportei as rodas baixas da fortuna, partilhei a humilhação da diáspora dos portugueses de África, conheci o exílio no Brasil e em Espanha. Aprendi a levar a pátria na sola dos sapatos.
Como no salmo, o Senhor foi sempre o meu pastor e por isso nada me faltou -mesmo quando faltava tudo.
Regressada a Portugal, concluí o meu curso e iniciei uma actividade profissional em que procurei sempre servir o Estado e a comunidade com lealdade e com coerência.
Gostei de trabalhar no serviço público, quer em funções de aconselhamento ou assessoria quer como responsável de grandes organizações. Procurei fazer o melhor pelas instituições e pelos que nelas trabalhavam, cuidando dos que por elas eram assistidos. Nunca critérios do sectarismo político moveram ou influenciaram os meus juízos na escolha de colaboradores ou na sua avaliação.
Combatendo ideias e políticas que considerei erradas ou nocivas para o bem comum, sempre respeitei, como pessoas, os seus defensores por convicção, os meus adversários.
A política activa, partidária, também foi importante para mim. Vivi--a com racionalidade, mas também com emoção e até com paixão. Tentei subordiná-la a valores e crenças superiores. E seguir regras éticas também nos meios. Fui deputada, líder parlamentar e vereadora por Lisboa pelo CDS-PP, e depois eleita por duas vezes deputada independente nas listas do PSD
Também aqui servi o melhor que soube e pude. Bati- -me por causas cívicas, umas vitoriosas, outras derrotadas, desde a defesa da unidade do país contra regionalismos centrífugos, até à defesa da vida e dos mais fracos entre os fracos. Foi em nome deles e das causas em que acredito que, além do combate político directo na representação popular, intervim com regularidade na televisão, rádio, jornais, como aqui no DN.
Nas fraquezas e limites da condição humana, tentei travar esse bom combate de que fala o apóstolo Paulo. E guardei a Fé.
Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. Estou agora num combate mais pessoal, contra um inimigo subtil, silencioso, traiçoeiro. Neste combate conto com a ciência dos homens e com a graça de Deus, Pai de nós todos, para não ter medo. E também com a família e com os amigos. Esperando o pior, mas confiando no melhor.
Seja qual for o desfecho, como o Senhor é meu pastor, nada me faltará.
http://www.dn.pt/inicio/
Artigo Parcial


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Feliz aniversário, Susana


Hoje, 29 de Maio,  a minha linda  sobrinha Susana,  filha única da maninha Esperança, celebra o seu aniversário.
Vive na Suiça, onde integra o Conselho de Administração de uma famosa marca de relógios e  onde desempenha funções de elevada responsabilidade.
A Susana é uma lutadora destemida e determinada.
É casada com o Miguel, e tem dois filhos, muito lindos: A Maria de oito anos e o Alexandre de cinco.
"Volta que não volta", a avó Esperança e o avô João Pedro estão lá, a passara uns tempos com aquela gente bonita, que são o seu tesouro, naturalmente.

Muitos Parabéns, Susaninha! ( é assim que eu a trato)
Desejo que passes um lindo e alegre dia de aniversário.
Desde que nasceste - até antes - eu agradeço, e louvo ao Deus "dos nossos pais", como diz a tua mãe, pela tua vida e pela vida dos teus queridos.
Desejo muito que Ele te abençoe, te ajude e te guie, em todas as áreas da tua vida.
Que te conceda saúde,  alegria e paz.
Um grande e carinhoso abraço da tia viviana

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Muitos Parabéns, maninha Esperança



Rosas lindas, para uma maninha linda!
Ontem, dia 26 de Maio, cumpriram-se 76 anos sobre  a data de nascimento da minha linda maninha Esperança. É a mais velha dos quatro irmãos.
"O Senhor - Deus dos nossos pais", como ela costuma dizer, concedeu-nos a benção preciosa, de um encontro dos quatro irmãos, num local muito bonito, um restaurante típico,  em Sintra, onde, juntamente com o marido dela, o João Pedro, e o Jorge, meu marido  e o nosso Zé, filho mais novo, pudemos saborear um delicioso almoço e usufruir de um belo e inesquecível convívio familiar.
Estando em Sintra e, dispondo de tempo, não deixámos aquele local paradisíaco, sem nos embrenharmos na verde e luxuriante serra, com toda aquela magia e  mistério que a envolve.
Foram momentos preciosos, que encheram os nossos olhos e a nossa alma de muita paz e de muita beleza.

A maninha Esperança estava deveras feliz. Não só feliz, mas linda. Aliás, ela é sempre linda. Linda fisicamente, mas também interiormente. Ela tem uma alma bela.

Dou muitas graças ao nosso Paizinho, por a vida da maninha Esperança. Também por tanto amor, tanto carinho e respeito que existe entre nós os quatro. Todos nos tratamos por "maninho, ou maninha".
Creio que isso tem a ver com os pais muito especiais que tivemos.

Mais uma vez: Muitos Parabéns, querida maninha e que "O Senhor Deus dos nossos pais" te conceda muitos mais anos de vida, vividos como até agora: com saúde, muita alegria e paz.
Um grande e carinhoso abraço.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

MÃE - Um poema de Alfredo Brochado

   
O poeta e escritor Alfredo Brochado
   











MÃE

Dantes, quando a deixava, 
As férias já no fim, 
Ela vinha à janela 
Despedir-se de mim. 

Depois, quando na estrada, 
Olhava para trás, 
Deitava-me ainda a benção 
Para que eu fosse em paz. 

Dali não se movia, 
À vidraça encostada, 
Até que eu me perdia 
Já na curva da estrada. 

Hoje, se olho, calo-me 
E baixo os olhos meus! 
Já não vem à janela 
Para dizer-me adeus! 

Chove, e a chuva é fria. 
Noite! Nos montes distantes 
O Inverno principia. 
Um Inverno como dantes. 

Ao redor do lume aceso 
Todos ficamos a olhar... 
Todos não, não somos todos, 
Porque há vazio um lugar. 

Esse lugar era o dela, 
Que ninguém mais preencheu. 
Mesmo com vida, na terra, 
Era uma estrela no céu. 

(Alfredo Brochado, in "Bosque Sagrado")

Nota:


Eu faço como esta mãe fazia.


                Biografia


   «Alfredo Monteiro Brochado era filho do Dr. Alberto Vicente da Cunha Brochado e de D. Eulália da Conceição Monteiro Brochado, nasceu na freguesia de S. Gonçalo, Concelho de Amarante a 3 de Fevereiro de 1897. 
Obteve os seus estudos superiores, em Direito, pela Universidade de Coimbra. Desempenhou funções superioras no Tribunal da Relação de Lisboa. Na imprensa escrita, foi redactor da revista literária "Gazeta dos Caminhos de Ferro" e articulista no "O Primeiro de Janeiro", "Diário de Lisboa", "Diário Popular", "República", "Semana Portuguesa", "A Águia", "Ilustrações o Século Ilustrado" e na "Seara Nova". Como títulos literários refere-se, em 1921, "O Sangue de Heróis, uma Ode, que foi escrita propositadamente para a Sessão de Homenagem ao Herói Desconhecido, em Amarante, sendo recitada pelo próprio, em 10 de Abril de 1921. 
Participou na antologia "Poetas de Coimbra", uma edição do Salão dos Estudantes de Coimbra, na Casa das Beiras, no ano de 1939 e na outra obra de poesia, intitulada "Os Cem Melhores Sonetos", compilado pelo poeta de nacionalidade espanhola Fernando Maristany e no "In Memorian de Leonardo Coimbra". 
Em 1949 foi lançado um livro póstumo "Bosque Sagrado - Poemas" , com as suas criações poéticas distribuídas por 126 páginas, contendo um retrato de Alfredo Brochado, o prefácio de autoria de Teixeira de Pascoaes e uma notícia redigida por Manuel Mendes. 
Em 1952 foi editado uma outra obra literária denominado "Diálogo Antigo", uma edição de 500 exemplares. 
Faleceu em 16 de Maio de 1949, em Lisboa e ocupou por último o cargo de Chefe de Secretaria da Procuradoria-geral da República».


sábado, 24 de maio de 2014

Porque Hoje é Domingo (293)

Tão linda a Capelinha. Imagem da net.
A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS

Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério quotidiano.
E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.
Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timon, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.
E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.

(Livro dos Actos dos Apóstolos cap.:1 a 8)

Ah! quantas saudades do guarda-rios...

Mas que lindo é  o guarda-rios!

As fotografias são do Humberto Ramos,  do blogue - http://humbertophoto.com/

Muito obrigada, por as ter partilhado- e ter permitido que as usasse aqui, neste espaço.

Ando com uma imensa vontade de "encontrar um guarda-rios".
Via-os em criança, nas margens do rio Lis, em Leiria, e na vala, junto da casa onde vivia.
Mais tarde, jovem, contemplava-os nas margens do rio Mourão, em Maceira - Pero Pinheiro.
Por último, era frequente encontrá.los nas margens da minha linda e amada Ribeira das Jardas, aqui, perto de casa em Mira-Sintra.
Um dia, várias pessoas começaram a "fazer hortas" naquele espaço precioso e ainda tão preservado da mão do homem...Foi assim que a pouco e pouco, e muito...nos últimos anos, o meu querido guarda-rios desapareceu para nunca mais ser visto, por ali.
Hoje é tudo hortas, lonas, madeiras, latões e, quanta coisa mais, usados para dividir as hortas, destruiram  a beleza daquele espaço. Antes, ia lá com frequência, com os filhos e os sobrinhos pequenos, adolescentes e ainda...já jovens.
Hoje, não tenho prazer algum em ir lá .Está tudo estragado.

Porque será que onde o homem põe a mão, estraga e destroi?
Não deveria antes preservar e proteger a natureza e aquilo que um bem comum?
Ah! mas quantas saudades eu tenho do guarda-rios!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Do Grande Livro do Amor - O meu coração partiu


Fonte da imagem: http://ultradownloads.com.br/

O  MEU CORAÇÃO PARTIU

...estava  numa festa, sentindo grande timidez 
porque, à minha volta, havia muitas celebridades;
encontrava-me sentada num canto, sozinha, quando
um jovem se aproximou de mim e me ofereceu
 amendoins salgados dizendo: «Quem me dera
que fossem  esmeraldas», enquanto
me estendia os amendoins; e foi assim
que o meu coração partiu.
E nunca mais o tive de volta.

Helen Hayes
(1900 - 1993)
Sobre o primeiro encontro com o marido,
Charles MacArthur
No - Grande Livro do Amor

terça-feira, 20 de maio de 2014

Entre a vida e a morte, escolhe viver

A bela Silene rosada - protegida pela rocha.
Fonte da imagem: 
http://obotanicoaprendiznaterradosespantos.blogspot.pt/
Encontrei este texto e este vídeo, no blogue da minha amiga, e irmã em Cristo,  Vilma,  - http://coisasdemim.blogspot.pt/ - Não resisti a trazê-los, para os partilhar aqui, com os amigos.
Obrigada Vilma, por os ter publicado.

Entre a vida e a morte, escolhe viver


«Hoje pela manhã lia uma passagem na Bíblia, que gosto muito e que diz assim:



"Por isso nunca desanimamos. E ainda que o nosso corpo fisicamente envelheça, interiormente contudo ele renova-se, com novas forças, dia após dia. Estas tribulações por que passamos, no fim de contas relativamente leves e passageiras, resultam numa abundância de ricas bênçãos de Deus, agora aqui, e para toda a eternidade.  E assim não nos prendemos com as coisas do tempo em que vivemos, mas procuramos fixarmo-nos naquelas que ainda não vemos. Porque as coisas desta vida passarão um dia; mas as realidades de Deus permanecem eternamente." - 
2 Coríntios 4:16-18


Esta passagem faz-me sempre pensar em muitas coisas.


Uma delas é que eu sou uma alma e tenho um corpo!
E este corpo é o lugar onde a minha alma vive.
Nem sempre me sinto bem com o meu corpo, por causa de problemas de doença, mau estar e com o passar dos anos, com o natural envelhecimento dele.
Na verdade, o meu corpo caminha para ficar em ruínas!

Apesar de todos os esforços humanos para conseguir vencer o envelhecimento, não há nada que reverta o processo que nos conduzirá à morte. A Bíblia mesmo nos diz que a morte é o salário do nosso pecado! Não há como fugir dela!
E nesta época materialista, em que cada vez mais se levanta um culto ao corpo, à saúde, ao bem estar, etc., esquecemo-nos que aquilo que é real, a parte permanente e eterna em nós, é invisível! Não se vê!


Não é errado cuidar do corpo. O problema está em não cuidar da nossa saúde espiritual, da nossa alma, pois é ela que permanecerá, quer se creia ou não nisso.
Então, aquilo que observo, é que os consultórios médicos estão cheios, mas cada vez menos as pessoas procuram O médico da sua alma, pois  acredito que boa parte dos problemas físicos  e emocionais, têm a sua origem dentro de nós, na nossa alma.
Deus deu-nos o fôlego da vida e o homem foi feito alma vivente. Deu-nos inteligência, consciência e vontade própria. Essa vontade própria levou-nos a escolher viver longe Dele.
E podemos sentir e viver o que essa separação tem causado.
Mas temos esperança, pois o mesmo Deus que nos criou, também construiu a ponte que nos liga outra vez a Ele:  seu Filho Jesus Cristo!
E na ressurreição, aquilo que é mortal, se revestirá de imortalidade e seremos semelhantes a Ele e para sempre viver na Sua presença!
Por isso, quando sinto dores no corpo, e sofro com isso, sei que é por breve tempo.
Aquilo que me aguarda não tem comparação com aquilo que vivi aqui!

Já agora, assistam a este vídeo. Faz-nos reflectir sobre isto também. Parece macabro fazer uma reflexão num cemitério, mas é onde todos iremos parar um dia: velhos, novos, ricos, pobres .. todos! A reflexão é muito boa! São 7 minutos que valem a pena .. talvez faça diferença para o agora e na tua eternidade»!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Poema L - de Armindo Rodrigues

Como uma estrela que, súbita, se despega
do céu irremediável e logo se some
na obtusa noite sem limites,
que pensamento foi este que  esvoaçou
agora por mim?
Procuro exprimi-lo, reconstitui-lo, fixá-lo,
na minha consecutiva perplexidade,
mas só
o deslumbramento fugaz que me encheu
consigo rever-lhe,
oco, porém, e surdo, e inquietador, e inquieto.

(Armindo Rodrigues)
No livro - Prisão

domingo, 18 de maio de 2014

Porque Hoje é Domingo (292)


«Dai ao SENHOR, ó filhos dos poderosos, dai ao SENHOR glória e força.
Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade.
A voz do Senhor ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas.
A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade.
A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano.
Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois selvagens.
A voz do Senhor separa as labaredas do fogo.
A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.
A voz do Senhor faz parir as cervas, e descobre as brenhas; e no seu templo cada um fala da sua glória.
O Senhor se assentou sobre o dilúvio; o Senhor se assenta como Rei, perpétuamente.
O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz.»

Salmos 29:1-11

sábado, 17 de maio de 2014

VIVER, E AMAR VERDADEIRAMENTE


"QUEM VIVE A VERDADEIRA VIDA,  AMA VERDADEIRAMENTE".

(E.B. Browning)
No livro - A Alegria de Viver com a Natureza
     

sexta-feira, 16 de maio de 2014

CASA INABALÀVEL E CORPO PERFEITO


“Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo
se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não
feita por mãos, eterna nos céus”. (II Coríntios 5:1)

«Duas afirmativas se destacam neste versículo: a pessimista, expondo à nudez uma realidade que ninguém pode contestar: o corpo que se definha, deteriora e culmina com a morte - a casa terrestre e frágil-, e a optimista que aponta para um edifício inabalável cujo arquicteto é Deus.

O nosso corpo é descrito nesta passagem como uma tenda, ou na linguagem de hoje, uma barraca de campismo. Como vemos, é uma expressão que indica fragilidade, algo  que se monta e desmonta com rapidez. Assim é nosso corpo cujos anos podem se estender a setenta ou oitenta, e o que passar deles é enfado, ou ainda, semelhante a um conto ligeiro ou um breve pensamento de acordo com Moisés


Deus, na sua sabedoria e graça, sabendo que nosso corpo teria um desfecho vergonhoso, e que seria derrotado pela morte, providenciou um edifício que não sofre as implicações do tempo e que tampouco é temporário. É um edifício preparado por Deus, eterno nos céus.

“Na casa de meu Pai há muitas moradas”, foi a promessa feita por Jesus aos seus discípulos. Dentre eles, Tomé, o mais corajoso em declarar sua ignorância quanto ao caminho, desejou saber melhor os detalhes. E qual não foi sua surpresa em descobrir que o próprio Jesus era e é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Hoje, graças à coragem de Tomé conhecemos o caminho que nos leva às moradas eternas, aos edifícios reservados por Deus e preparados por Jesus a todos quantos desejarem segui-lo e crerem nele de coração.

Entretanto, há necessidade de convicção como o Apóstolo Paulo ao afirmar: “sabemos”. Mais tarde seu corpo seria desfeito na “Via Ignatia”, literalmente, segundo a tradição, decapitado. Mas ele sabia que havia um “edifício” da parte de Deus, nos céus, preparado para ele.

Você tem a mesma convicção? Faça como o sábio construtor que edificou sua casa sobre a Rocha. Quando a tempestade e as chuvas chegaram, ela permaneceu inabalável. (Mateus 7:24-27). Creia em Jesus Cristo e construa sua vida nele mesmo, a rocha inabalável. E tenha a mesma convicção de Paulo “Sei que se a minha casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, tenho da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna nos céus”.»
Que assim seja



Orlando Arraz Maz

No Blogue - http://arrazmaz.blogspot.pt/

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O ombro do neto Nuno para me apoiar



Uma   paisagem  linda à beira do caminho - à esquerda

Creio que dá para ampliar 

Naquela manhã, o dia amanheceu claro e bonito.Plena primavera - " Abril em Portugal".
Como os netos estavam cá em casa de férias,  na vespera, o sempre solícito Zé, convidou-nos para um passeio á Quinta do Pisão, que fica na serra de Sintra, já perto de Cascais. É um lugar bonito e pitoresco, que "descobrimos" há algum tempo atrás.Levámos o almoço e, num alegre convívio, saboreá -mo-lo  num lugar  próprio , com mesas e estruturas próprias.Um sítio mágico, no meio do verde.
Ah! mas como soube bem aquela comidinha  naquele lugar e, com aquelas pessoas tão especiais!
O Jorge, eu, o Zé, o Gil, a Sara, a Inês e o Nuno. 
Acabado o repasto, arrumámos as coisas no carro, que ali deixámos, e iniciámos um dos muitos percursos pedestres  sugeridos. Três quilómetros, um pouco mais...pois devido à minha  dificuldade  em andar, por causa  da  artrite, não nos podíamos  meter em grandes aventuras. Felizes, contentes, sorridentes,  lá fomos. Tantas coisas belas para ver! Tantas, tantas flores, das mais variadas cores, a azenha antiga, a represa da água, o antigo forno da cal, a bonita capela perto da ribeira, enfim, muito para apreciar e apreender.
Tivemos que subir bastante e, descer bastante, o que é o mais difícil para mim. O grupo ia andando, uns conversando com os outros e, outros mais sòzinhos, como eu, parando constantemente, para apreciar toda aquela beleza, mas, também porque tenho muita dificuldade em caminhar e isso, faz com que eu, que era sempre, até há uns  15 anos atrás, a mais ligeirinha, que ia sempre na frente a puxar pelos outros, agora, bom, agora, ando e paro, ando e paro. Quando já nos aproximávamos do local de chegada, que era o da partida, surgiu o meu esperado campo onde em tempos muito recuados deve ter sido uma seara de trigo pois nascem ali os chamados Lírios da Páscoa,ou, gladíolos do campo,  uma linda flor que no longínquo tempo da minha infância, abundava no meio dos trigais, lá na zona de Leiria, e que me encantava. Aqui, neste lugar, nascem poucos pés dessa linda flor. Havia um tufo com vários plantas  no meio da erva verde, Floridos, lindos, lindos, a bailar com a brisa.
Um lírio da Páscoa.
Parei um pouco e pedi ao Gil para o fotografar, Eu estava sem máquina.
Aquele momento foi muito tocante para mim...os olhos encheram-se-me de água. Volvi à minha infância.
O Gil, ficou ali comigo; os outros já iam longe. O caminho no local fazia uma curva e era bastante íngreme - o mais difícil para mim. Comecei a descer devagarinho, com muito cuidado para não cair ( Deus tem-me protegido das quedas) e, o Gil disse-me: "Olha Viviana, tenho que ir andando para ir buscar o carro, para tu não teres de ir até lá ao fundo". Sim, vai, disse eu. De repente, aparece o meu neto Nuno de 10 anos, que tinha dado por a minha falta lá à frente, e veio, preocupado, saber de mim.
Ao chegar perto perguntou-me: "Avó, estás muito cansada"? Eu respondi: Não, cansada não estou, tenho é muitas dores para caminhar. Doi-me tudo, desde as costas até aos pés, incluindo os joelhos. Tenho que ir devagarinho porque tenho medo de cair. Então,  o Nuno, olhando-me com um ar tão doce, tão doce, disse-me:
"Ó avó, se quiseres podes apoiar-te no meu ombro". O Nuno é um menino rijo que nem aço, mas magrinho e miudinho.Quando ele me ofereceu o seu ombro para eu me apoiar, eu  comovi-me e fiquei com o meu coração do tamanho de um coração de passarinho.
Respondi-lhe: Obrigada meu querido, a avó vai apoiar-se no teu ombro e vai caminhar com muito mais segurança, sem medo de cair. Então, ele colocou-se ao meu lado direito, juntinho a mim, e eu apoiei a minha mão direita no seu ombro direito. Foi assim que descemos aquele caminho íngreme, conversando um com o outro. Reparei numas violetas silvestres floridas, ai à beira do caminho e disse para o Nuno. Olha, filho, a avó tem que parar e apreciar esta maravilha da natureza, que me encanta. Ele ficou paradinho á minha espera enquanto eu, me dirigi para junto das pequenas flores. Voltei, coloquei novamente a minha mão direita no ombrinho dele...e caminhámos sempre conversando até ao fim, onde deveríamos esperar pelos carros que o Zé e o Gil tinham ido buscar. Com um beijo, na sua cabecinha loira agradeci-lhe muito por o seu cuidado com a avó.Fiz questão de contar aos outros a atitude linda  do Nuno para comigo.
Contei depois aos pais dele e à irmã. Agora, sempre que estou com o Nuno, como ontem,  lembro-me sensibilizada de como ele me ofereceu o seu pequeno ombro para eu me apoiar.Acho que lembrarei a vida inteira.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Um Poema de Armindo Rodrigues



Dedaleira - Fonte da imagem: http://fotosviseu.blogspot.pt
/


O que mais procuro na beleza
é procurá-la,
perscrutar-lhe os motivos porque o é,
descarná-la até ao mais íntimo dos sonhos,
para cada  vez a conceber tão clara
que, de novo,
de nela atento, mais me ofusque dela.

  (Armindo Rodrigues)
       no livro - Prisão

terça-feira, 13 de maio de 2014

Pão, presunto e queijo, no lixo - Rossio - Lisboa




Rossio - Lisboa

No blogue da minha amiga Fernanda - http://nanda-fernandarocmsncom.blogspot.pt/ - encontrei esta notícia, publicada pela Associação Cris Sacco - um grupo de voluntários que ajuda os sem- abrigo.
Publico , para que conste... e para que se responsabilize quem praticou este acto condenável.

«E este é o pais que temos ! A mentalidade que temos! A sensibilidade que temos ! Num pais onde a abundancia da miseria é cada vez maior, há cada vez mais a abundancia da ganancia, da falta de respeito para com os outros a falta de humanidade. Ontem deparamo nos com um cenario surreal. Rossio onde decorre um evento gastronomico das terrinhas portuguesas, nao sei organizado por quem e se querem saber nem me interessa. Fui abordada por um agente da Psp que indignado me disse que estava contente por termos chegado e vi que era sincero pois transparecia no olhar, pediu me para o acompanhar e ali estava o tal cenario surreal , kilos e kilos de pao, presunto e queijos tudo deitado nos contentores do lixo e espalhados pelo chao como se de lixo se tratasse, mesmo que o fosse nao deveria ser deixado no chao mas a minha revolta foi mesmo para o porque ??? porque??? expliquem me onde o ser humano anda com a cabeça ??? a 20 metros de dezenas de pessoas que passam fome estes mentores da treta nao tem o discernimento de olhar para o lado e fazer algo pelos outros. É tao bem mais fácil deixar de olhar, do que nos aproximarmos de gente suja, com piolhos, doentes e chatos nao é??? é assim que os veem é assim que os sentem, pois eu vejo as pessoas que abandonaram o pao desta forma, sem abrigo para mim sao os bons, estes sao a verdadeira ralé de uma sociedade que me repugna cada vez mais. Chamei alguns voluntarios, ficaram estupefactos com o grande espectaculo que ali se passava, ninguem queria acreditar mas era verdade. Bem nao me apetece escrever mais sobre o assunto,pois apetece me é gritar. Deixo vos as fotos para que voces desse lado tirem as vossas conclusoes, mas de uma vez por todas nao façam só likes, interiorizem o sentido de que o nosso pais está mal e mexam se».
 Cris
 (4 fotos)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Segundo Domingo de Maio - Dia das Mães

                                " A mãe e a  Sara admirando o bébé - Um pintura de Mary Cassatt

Ontem, segundo Domingo de Maio, milhões de pessoas,  por todo o mundo, celebraram o Dia das Mães. Desde a minha infância que lembro e celebro esse dia. 
Costumo dizer que Deus, ao criar a mulher, colocou muito do seu AMOR no coração dela.
Ele sabia... o quanto os filhos iriam precisar desse amor tão parecido com o Seu.

No blogue da minha querida amiga Ana - anamgs.blogspot.pt - encontrei este belo poema, que trouxe para partilhar aqui com os amigos.

   A MÃE

A mãe é a nuvem 
Que enche e despeja
A mãe é a luz 
Que está sempre acesa

A mãe é a vida
Que dá ao nascer
A mãe é o tempo
Que passa a correr

A mãe que eu tive
A mãe que eu sou
A mãe orgulhosa
Que seu filho gerou

A mãe é a fada
Que dá o condão
A mãe dá a vida
E reparte o pão


A mãe é a lua
Cercada de estrelas
A mãe é a água
Pura das ribeiras

A mãe é a flor
Que vamos cheirar
A mãe é a pérola
Que queremos guardar

Se tens tua mãe
Dá-lhe o teu carinho
Dá-lhe o teu amor
Dá-lhe mil beijinhos

(Amélia Bento).


Publicado  por  Ana

No blogue: - anamgs.blogspot.pt

domingo, 11 de maio de 2014

Porque Hoje é Domingo (291)


E os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha designado.
E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.
E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.

(Ev de S. Mateus cap.28:16 a 20)

sábado, 10 de maio de 2014

DEUS - O RENOVADOR DE CORAÇÕES

"O meu coração está dorido dentro de mim.
e temores  de morte sobre mim caíram".

Quantas vezes nos sentimos assim em face de algum perigo iminente, ou de uma grande decepção?

Assim se encontrava Davi diante da situação que envolvia Absalão, o usurpador do trono de seu pai, e Aiofel, o Judas do Antigo Testamento.

Davi, entretanto, busca refúgio na oração e pede que o Senhor não se esconda dele, a fim de não ouvir a sua súplica.

Nos primeiros oito versículos olhamos Davi com um coração realmente ferido, e com o desejo de sair dessa situação: “Ah! quem me dera asas como de pomba, voaria e estaria em descanso”.

Mas a partir do versículo 16 encontramos um homem de fé. Ele invoca a Deus na certeza de que será salvo desses problemas. E sua oração será contínua na certeza de que Deus ouvirá sua voz de tarde, de manhã e ao meio dia.

Quantas vezes gostaríamos de possuir asas para voar. Sair do lugar da aflição e pousar num lugar agradável, com uma relva macia, um lago tranquilo, uma rede para repousar, uma sombra  refrescante. Mas, sem dúvida, a aflição estaria presente.

O que fazer, então? O mesmo que fez Davi: “Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá: nunca permitira que o justo seja abalado”.

E com esta certeza no coração, encontrou o lugar de descanso. E o apóstolo Pedro também conhecia este segredo:

“... lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. (I Pedro 5:7)

Como está o teu coração? Dolorido? Magoado? Decepcionado? Ansioso?

Experimente o conselho destes dois homens usados por Deus, e “Lança o teu cuidado sobre o Senhor”

Só assim você se sentirá num verdadeiro paraíso envolto e acolhido nos braços carinhosos do Senhor.

Que assim seja

(Orlando Arraz Maz - no blogue: http://arrazmaz.blogspot.pt/)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

SENSIBILIDADE E DELICADEZA



«Complicamos mais a vida quando nos distraímos da nossa missão de amar aqueles que Deus mesmo nos ofereceu como um presente...

Aprender a estar atento aos pormenores mais humanos e simples da vida é uma arte que nunca nos ocupará demasiado a ensaiar. Cultivar a vigilância às minúcias da sensibilidade e da delicadeza é uma sabedoria que nos merece toda a dedicação.

A Vida muitas vezes pode ser a História das pequenas coisas tão importantes que deixámos ficar para trás... e esta perspectiva é assustadora, não é?»

Rui Santiago Cssr, em "Como um Diário...Também nos despedimos de 


Nota;

Encontrei "isto"...no blogue do meu amigo Paulo Costa - http://abrigodossabios-paulo.blogspot.pt/ -  e, como achei importante...trouxe comigo a fim de partilhar aqui com os amigos.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

MÃE (DESNECESSÀRIA) - Márcia Neder


Encontrei este texto, que considero de muito interesse e com o qual concordo, no blogue da minha amiga Fernanda Mesquita - http://nanda-fernandarocmsncom.blogspot.pt/.
Acho-o muito actual e necessário, daí, tê-lo trazido comigo a fim de o partilhar aqui, com os amigos.

Muito obrigada, Fernanda, por o ter publicado.

MÃE  (DESNECESSÁRIA)  -  Márcia Neder

A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo. Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha. 
Até agora. Agora, quando minha filha de quase 18 anos começa a dar vôos-solo.
Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara.
Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária. 
Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. 
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.

Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.

(Publicado por Fernanda Mesquita,  no blogue -   http://nanda-fernandarocmsncom.blogspot.pt/).

Nota:
Procurei, mas não consegui descobrir, o nome do  pintor do quadro acima apresentado.
Se alguém souber, por favor informe-me.
Obrigada,