Encontrei este importante texto, no Blogue da Igreja Evangélica Baptista de Sete Rios - em Lisboa:
http://ieb-7rios.blogspot.pt/ - e achei-o muito oportuno para o tempo que estamos a viver. Daí, decidi trazê-lo, a fim de partilhá-lo aqui, com os amigos.
E O VERBO SE FEZ CARNE, E HABITOU ENTRE NÓS, E VIMOS A SUA GLÓRIA , COMO A GLÓRIA DO UNIGÉNITO DO PAI; CHEIO DE GRAÇA E DE VERDADE. ( EV. de S. João cap. 1:!4)
O Deus da Bíblia é o Deus que se revela, que se dá a conhecer às suas criaturas. Este facto é consistente com o ensino das Escrituras
que afirma que Deus não pode ser conhecido com exatidão.
A mente humana é limitada; o entendimento humano está circunscrito àquilo que funciona dentro da realidade do espaço e do tempo. Tudo o que vá além desta realidade coloca sérias dificuldades de compreensão em relação ao mundo que nos rodeia.
Afortunadamente, o Criador do universo, o Deus de Abraão, de Isaque, de Jacó e de todos quantos depositam fé Nele, diga-se, confiança na pessoa e na obra realizada pelo Senhor Jesus, na cruz do Calvário, é um Deus que tem prazer em dar-se a conhecer às suas criaturas.
Na própria criação, Ele deixou marcas relevantes da sua existência e do seu poder criador. Como diz o salmista “os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Salmo 19:1); Paulo acrescenta que, apesar do aparente silêncio de Deus, a verdade é que Ele “não se deixou a si mesmo sem testemunho...” (Atos 14:17a). Diz ainda Paulo: “o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas visíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem, pelas coisas que foram criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Romanos 1:19,20).
O autor aos Hebreus afirma que “havendo Deus antigamente falado muitas vezes e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas, a nós, nestes últimos dias, pelo Filho…” (Hebreus 1:1).
Todas estas afirmações nos asseguram que Deus sempre se propôs revelar a sua pessoa e o seu poder por meio das suas obras maravilhosas.
Ao afirmar “a nós, falou-nos, neste últimos dias, pelo Filho”, ou melhor, “no Filho”, o autor aos Hebreus introduz o tema da “encarnação” do Filho de Deus.
João começa a narrativa do seu evangelho mostrando-nos a verdadeira natureza do Verbo de Deus. Ele “estava com Deus” e “era Deus” (João 1:1). Esse mesmo Verbo estava, também, no mundo (João 1: 10). Como foi isso possível, João responde-nos com o versículo 14, numa afirmação enigmática e singular, que “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós”.
Dirá A. D. Carson “como homem, a auto-expressão encarnada de Deus tornou Deus conhecido”.
Em Jesus, Deus deu-se a conhecer de um modo singular e sem paralelo ao longo da história. Quer dizer que o Senhor Jesus apareceu no mundo como a revelação mais perfeita da pessoa e do caráter do próprio Deus. Em Jesus, Deus revelou o seu ser de forma mais exaltada e definitiva, mais sublime. Deste modo, Jesus tornou visível o Deus invisível.
O verbo usado por João (no v. 18) significa “contar uma história” ou “fazer uma narrativa” (como em Lucas 24:35; Atos 10:8; 15:12,14). Neste sentido, podemos dizer que a encarnação do Senhor Jesus é aquele que “conta a verdadeira história de Deus”.
João acrescenta que o Verbo “habitou entre nós”, quer dizer, “fez a sua habitação no nosso meio” ou, melhor ainda, “montou a sua tenda” no meio de nós (do greg. skenôo, do termo skene que significa tenda.
Na qualidade de testemunha fidedigna, João destaca o efeito desta cândida revelação quando afirma que, com a encarnação, e talvez com a transfiguração, ele (e os seus companheiros) viu a sua glória, o seu esplendor, o seu brilho, o seu peso divino. E essa glória era (e é) cheia de graça e de verdade, ou seja, de graciosidade que se revela pela verdade.
Assim como “a tenda de encontro” era o lugar onde o Senhor “falava com Moisés face a face, como quem fala com seu amigo” (Êxodo 33:1), assim também Jesus fez-se o ponto de encontro entre Deus e o homem, como aquele que confirma a promessa (e o desejo) de Deus de habitar no meio do seu povo (Ezequiel 37:27,28; Joel 3:17; Zacarias 2:10,14).
A verdade bíblica de que o Filho de Deus tenha deixado as suas mansões celestes, tornando-se “sem reputação” e não tirando vantagem daquilo que era, tendo tomado a forma de servo, para morrer numa cruz, deve comover os nossos corações quando comemoramos o “natal” (Filipenses 2:5-8).
Só um amor tão grande faria com que o maravilhoso Conselheiro, o Deus forte, o Pai da eternidade e o Príncipe da paz viesse a este mundo, e habitasse entre nós, num ambiente de real convívio, fazendo-se semelhante a nós.
O nosso Deus é, de facto, maravilhoso. A Sua graça é incompreensivelmente maravilhosa. O seu nome é Emanuel; o Deus que monta o seu tabernáculo no meio de nós e se acampa connosco. Louvemos o seu Santo e bendito Nome!
Soli Deo Gloria!
Pr. Samuel Quimputo