sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Chegou a chuva de Outono


A chuva do Outono chegou finalmente a Mira-Sintra.
Há quanto tempo eu a esperava!
Foi caindo durante a noite por igual, batendo levemente nas vidraças da janela.
Olho e vejo, com imensa satisfação, o ar de saciação das plantas que estavam mortas de sede.
Parecem dizer: Que bom! Já bebi : Já me sinto outra!

Hoje, apeteceu-me oferecer-vos um poema sobre a chuva e parti á procura; foi então que encontrei este belíssimo texto, e ao lê-lo, achei-o tão lindo que não resisto a publicá-lo aqui como um presente para todos aqueles que por aqui passarem.


Canção da chuva


«Abre as janelas, Maria, que já começa a chuva... Desliga o rádio, a televisão, esquece o jornal com todas as previsões de sol para esta manhã, e vem ouvir a chuva que já escorre sua líquida canção por nossa soleira.

Olha as mangueiras como estão caladas, os cachorros que das varandas deitam olhares aquosos para a translúcida paisagem, a cabecinha silenciosa do bem-te-vi que se abrigou no bojo da luminária, o velho que na rede submerge a alma em suas melhores lembranças trazidas pela chuva abençoada.

Abre, Olívia, primeiro as janelas dos teus olhos, onde a luz clarividente antecipa a melodia de cada gota que virá ensopar nosso domingo. Deita aqui, tua preguiça em meu colo, despeja os cabelos sobre o vestido que escolhi para ver a grama lavada, a terra lavrada ao peso da água, da chuva que nos choverá em cada palavra, movimento, suspiro, olhar, em cada brando gesto de tua candura.

Não rodopies assim tua alegria, Júlia, que a chuva se espanta! Não ria do anjo de penas ouriçadas que se debruça à janela à espera do sol. Deixa que ele esconda devagarzinho a cabeça entre as asas e se renda à mansa composição que o embalará para o sono.

Serena teus gestos, estende teus braços meninos, sobe nas pontas de tua sapatilha de bailarina e colhe na palma uma gota para mim.

Vem, Maria, em passinhos miúdos ver as folhas secas que já cobriram a varanda, as ardósias afagadas pela enxurrada, que tudo isso é parte da canção. Levanta aos joelhos teu vestido, espicha assim as pernas e teu delicado sopro de vida ao meu lado, deixa molhar na chuva as pontas dos dedos de teu pezinho, nos pingos que se derramam fluidos sobre a verdura.

Agora canta, Maria, com todos os teus cristais, esta canção com a chuva...»

(Lulih Rojanski)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

DIA DA MULHER ROSA


Como mulher que sou, não posso deixar de me associar e colaborar neste importante evento, promovido pela Associação de Mulheres Mastectomizadas "Viva e Ame a Vida ".

Tem feito um trabalho notável e importantíssimo, dando apoio e ajuda a um grande número de mulheres que, infelizmente, tiveram que enfrentar e lutar contra esta terrível doença.

Sugiro, que todas as mulheres que passem por aqui hoje, de qualquer nacionalidade, de qualquer lugar do mundo, possam, se assim o entenderem... juntar-se ás mulheres portuguesas vestindo-se em tons de rosa, e se um amigo ou alguem perguntar: Então hoje estás vestida de cor de rosa? responder: Hoje estou em sintonia e solidária com as mulheres portuguesas qu lutam contra o cancro da mama.
Desafio-as a fzer isso.
A seguir apresento o texto que foi espalhado pelo país inteiro pela Associação .

«Comemora-se no dia 30 de Outubro, o Dia Nacional da Prevenção do Cancro da Mama; assim a Associação de Mulheres Mastectomizadas " AME e VIVA a VIDA " vai promover neste dia uma acção de sensibilização, alertando as mulheres para prática do auto exame, realização de mamografias e consultas médicas periódicas e distribuindo nas 18 capitais de Distrito folhetos alusivos à doença

Para simbolizar esse alerta convidamos todas as mulheres a vestir no dia 30 uma peça cor de Rosa no seu vestuário- DIA da MULHER ROSA - Vamos colorir Portugal de Rosa!!!Esta acção vai ajudar as mulheres na luta contra o cancro da mama com dois lemas:

" Saiba o que lhe vai no peito""
"Vamos acabar com o tabu do Cancro"»

No dia 30 todas de côr de rosa por favor.
OBRIGADA.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A glória da amizade...


Imagem: musicaaolonge.blogger.com

-"A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia.È a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguem acredita e confia em você." -

(Ralph Waldo Emerson)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

10º Aniversário da Ordem dos Enfermeiros Portugueses


Concluí o Curso Geral de Enfermagem no ano de 1964.
Aposentei-me no ano de 2001.
Trabalhei portanto 37 anos como enfermeira.

Exerci a minha profissão numa entrega total, de alma e coração, e fi-lo sempre com uma imensa alegria, e ao aposentar-me senti que a tarefa estava cumprida e que me tinha realizado na profissão para a qual Deus me escolheu.
Hoje, encontrei casualmente na net, a notícia do décimo aniversário da Ordem dos Enfermeiros, pela qual tanto lutei, e me esforcei, e rejubilei... quando ela foi criada... que não resisti a publicar um pequeno post sobre o acontecimento.
Os Enfermeiros Portugueses nunca esquecerão, e serão eternamente gratos, á então Ministra da Saúde, Drª Maria de Belém Roseira, por ter tido a coragem de, ao chegar ao governo imediatamente dar andamento aos Documentos sobre a Criação da Ordem dos Enfermeiros, que se encontravam fechados e esquecidos, numa gaveta em S. Bento, há cerca de dez anos, ou seja, durante o tempo que o agora Presidente da República Prof. Cavaco Silva, era Priimeiro Ministro.
Havia tanta pressão dos "Lobbies"para que os Enfermeiros não tivessem uma Ordem, que fez com que o assunto estivesse parado durante todo esse tempo.
Recordo portanto, a minha enorme alegria no dia em que saiu no Diário da República a Publicação do Estatuto da Ordem dos Enfermeiros Portugueses.
Foi uma enorme vitória para os Enfermeiros.
Celebrámos com imensa alegria.
È por tudo isto, que eu não resisi a publicar este post sobre os 10 anos da Ordem dos Enfermeiros Portugueses.

«10º Aniversário da Ordem dos Enfermeiros
1998-2008
10 anos percorridos

O ano de 2008 deverá ser tempo e espaço de alegria e, também, uma oportunidade para reforçar o compromisso da profissão para com a sociedade.

Comemorar os 10 anos de existência da Ordem dos Enfermeiros significa enraizar o nosso presente no legado construído por milhares de enfermeiros ao longo de décadas, revisitando a nossa história; significa reconhecer que se abriu caminho para que os enfermeiros assumam a auto-regulação como instrumento de promoção da qualidade dos cuidados de Enfermagem aos cidadãos e de desenvolvimento da profissão; significa reforçar a confiança no futuro, com o que no presente somos capazes de construir.

Não pouparemos esforços para continuar trilhando o caminho de afirmação da mais-valia que os cuidados de Enfermagem representam no global dos cuidados de saúde e, consequentemente, da importância que daí releva para a participação dos enfermeiros em todos os níveis do sistema de saúde e no desenvolvimento da formação e da investigação.

Convictos de que, não há melhor saúde sem melhor Enfermagem, queremos que 2008, pela participação de todos, seja o ano «Pela qualidade da saúde».
Todos somos convidados a participar. Façamos do nosso tempo, tempo de mudança, e das pedras do caminho, o nosso castelo!»

Maria Augusta de Sousa
Bastonária da Ordem dos Enfermeiros

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Os meus Hinos queridos (3)


Para ler, clique por favor em cima da imagem.

Tradicionmalnmente, o canto, faz parte integrante do Culto de adoração e louvor nas Igrejas Evangélicas.
A maioria dos Hinos que cantamos são de autores estrangeiros; há no entanto autores portugueses inspirados, que contribuiram para o enriquecimento da nossa Hinologia.

Entre eles saliento o Pastor Guido Valdemar de Oliveira, da Igreja Evangélica das Amoreiras em Lisboa, do qual publico hoje aqui, com muito gosto, este cântico da Colectânea "Cânticos do Coração" publicada por ele há 55 anos.

Este è um dos meus hinos queridos cuja mensagem me toca e sensibiliza.

domingo, 26 de outubro de 2008

Porque hoje é Domingo (28)


Lepomier.net/may/image

No princípio criou Deus os céus e a terra.

E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.

E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.

E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.

E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi.

E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi.

E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.

E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi.

E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.

E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.

E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.

E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi.

E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.

E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra,

E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.
E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.

E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus.

E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.

E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra.

E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.

E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi.

E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.

E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.

E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.

E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.

(Livro de Génises 1:1 a 31)

sábado, 25 de outubro de 2008

Pastoral, de Miguel Torga


Foto - acassiacleta.weblog.com.pt

Não há, não,
duas folhas iguais em toda a criação.

Ou nervura a menos, ou célula a mais,
não há de certeza, duas folhas iguais.

Limbo todas têm,
que é próprio das folhas;
pecíolo algumas;
bainha nem todas.
Umas são fendidas,
crenadas, lobadas,
inteiras, partidas,
singelas, dobradas,

Outras acerosas,
redondas, agudas,
macias, viscosas,
fibrosas, carnudas.
Nas formas presentes,
nos actos distantes,
mesmo semelhantes
são sempre diferentes.
Umas vão e caem no charco cinzento,
e lançam apelos nas ondas que fazem;
outras vão e jazem
sem mais movimento.
Mas outras não jazem,
nem caem, nem gritam,
apenas volitam
nas dobras do vento.
É dessas que eu sou .

MIGUEL TORGA

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

As conchas do mar


Imagem retirada de imag.olhares.com//

Desde pequena que me lembro de apanhar conchas na praia.
Elas atraem-me e encantam-me, embora eu não saiba dizer bem porquê.
Deve ser pelo facto de eu saber que elas "viveram" no mar,que por lá andaram embaladas pelas ondas, guardaram dentro de si bem protegido um ser vivo, que a certa altura morreu, e então elas trazidas pelo mar, vieram dar á praia vezes sem conta, até que um dia eu estava lá, corri para elas, antes que o mar mas roubasse, e muito contente apanhei-as, lavei-as das areias e trouxe-as comigo.
Nesse aspecto de gostar de conchas saio á minha mãe, pois ela tambem guardava lá em casa uma quantidade delas.
Além das conchas, tanto ela como eu apanhámos junto ao mar muitas daquelas pedrinhas muito lisinhas e muito polidas, de formas e cores diferentes, tão diferentes! Mas onde sem dúvida predomina o branco, branco alvo, lindo.
Sempre que eu vou á praia venho carregada com conchas e pedrinhas que vou guardando e colecionando.
Eu e a minha irmã mais nova, um dia, trouxemos todas as nossas conchas e pedrinhas e colocámo-las todas bem espalhadinhas sobre a campa onde repousa o corpo da nossa mãe.
Digamos que é como que uma homenagem a ela.
O cemitério é grande, enorme, mas garanto-vos que a ornamentação da campa da nossa mãe, é única, não há lá outra igual! Aliás, nunca vi sequer uma concha ou pedrinha em qualquer outra campa.

Como se formam as conchas

«As conchas são basicamente carapaças protectoras dos moluscos marinhos, animais de corpo mole.
Quando eles nascem, forma-se ao seu redor uma concha provisória, chamada protoconcha. Quando o molusco cresce e atinge a idade jovem, começa a constituir-se a concha definitiva, substituindo a primeira.

É o chamado manto - tecido parecido com a pele, envolvendo as partes vitais do animal - que segrega as substâncias formadoras das quatro camadas da concha.
O principal componente é o carbonato de cálcio, extraído da água do oceano.
Há também elementos orgânicos, como proteínas, produzidos pelo próprio animal. "À medida que o molusco cresce, o manto elimina mais carbonato e proteínas, e a concha também aumenta de tamanho", diz a oceanógrafa Ceci Pereira Moreira de Souza, da Universidade de São Paulo. Além das conchas formadas por duas partes (conhecidas como sistema bivalve), existem também as estruturas em forma de cone produzidas pelos moluscos da classe conhecida como gastrópodes.»
(texto extraído da internet)

Se eu puder...


«Se eu puder,ajudar alguém a seguir adiante, alegrar alguém com uma canção, mostrar o caminho certo, cumprir meu dever como cristão, que é divulgar a mensagem que Cristo deixou, então a minha vida não terá sido em vão.»

Frase de uns dos
últimos discursos
de Martin Luther king

Nota: Faço minhas as suas palavras.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O aipo ou salsão


O aipo (Apium graveolens) ou salsão, é uma planta aromática alimentícia da família das apiáceas e a sua origem é européia.
Era usado pelos Romanos como planta decorativa. Só na renascença é que os Europeus começaram a cultivá-lo.
Possui algumas variedades, com aromas e sabores muito característicos; destacam-se o aipo-branco, o aipo-tronchudo o aipo - rábano, o aipo - gigante e o aipo-de-cabeça.

O aipo contém vitamina C, cálcio, potássio, ferro, fósforo e magnésio. É rico em fibras e ajuda no controle da taxa de colesterol do sangue.
Exatamente pela sua pequena quantidade de calorias é um alimento muito recomendado nas dietas de emagrecimento.
O aipo também possui muitas propriedades medicinais: age como antioxidante, evitando a destruição de células, e é usado como um alimento que ajuda na digestão, além de ter um efeito refrescante.

O aipo pode ser comprado inteiro ou em talos soltos.
Se as folhas estão abertas, com uma cor verde forte e brilhante, firmes e com os talos íntegros é fresco (nada de talos amarelados, moles e com flores).

Praticamente todas as partes do aipo podem ser utilizadas na culinária.
Os talos, de textura crocante, podem ser servidos crus em saladas ou canapés, ou então cozidos.
As pontas mais firmes e as folhas podem ser usadas no preparo de sopas e caldos. Basta cortar a base, separar os talos, aparar as pontas, retirar as fibras duras e enxágüar.

Há três maneiras de cortar o aipo:
rodelas: lave os talos, segure-os firmemente, corte-os em rodelas e deixe-os escorrer numa peneira.

Lâminas: corte um talo de cada vez no sentido diagonal em formato de lâminas.

Tiras: corte os talos em tiras finas no sentido do comprimento e recorte as tiras para ficarem finas. Em seguida, coloque-as numa tigela com água gelada durante 1 hora ou mais. Com esse procedimento, as tiras ficarão viçosas, ligeiramente enroladas e ótimas numa salada.

Nota final:

A "inspiração" para escrever este texto, veio-me depois de saborear hoje ao jantar um prato de uma excelente sopa de aipo.

Um poema de João de Deus



Dia de anos

Com que então caiu na asneira
De fazer na quinta-feira
Vinte e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse...
Mas fazê-los não parece
De quem tem muito miolo!

Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado...
Agora, o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo. Coitado!

Não faça tal, porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho.
Faça outra coisa, que, em suma,
Não fazer coisa nenhuma
Também lhe não aconselho.

Mas anos... Não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los queira ou não queira!


JOÃO DE DEUS Campo de Flores

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Recordações do Tear




No tempo em que eu cresci, ou seja, nos idos quarenta... exceptuando os filhos dos remediados e os ricos, as crianças eram introduzidas muito cedo no mundo do trabalho e eu não fui excepção.
Um dia talvez vos conte qual foi o meu primeiro trabalho e o segundo, porém hoje vou falar-vos do terceiro.
Mas antes, e para situar o acontecimento, é preciso dizer que no período de tempo que vivi na Argentina, ou seja, nos meus primeiros quatro anos de vida, tínhamos uma vida farta e bonita ao ponto de a minha mãe me dar banho em leite para a pele ficar mais linda.
Foi depois,em 1944, quando o meu pai decidiu que era altura de vir a Portugal visitar os neus avós, que apanhámos o período da guerra e quando quisemos regressar á nossa chácara não o podemos fazer.

Aí então as coisas complicaram-se e de uma situação de fartura entrámos num tempo de dificuldades que se prolongou demasiado.
Eu era boa aluna na escola primária. Tenho ali o meu diploma que diz que acabei o ensino primário com 16 valores - Muito Bom.
Eu queria mesmo era continuar a estudar mas dadas as circunstâncias de vida não o pude fazer e aí, entrei imdiatamente no mundo do trabalho dos adultos.
Fui para o meu terceiro trabalho - o Tear - aos aos doze anos.
O Tear situava-se na estação de Leiria bem perto da minha escola primária.Pertencia ao senhor Manuel e á menina Angelina, um casal na casa dos quarenta,extremamente católicos que eram de perto de Fátima; ele do Juncal e ela da Castanheira.
O Juncal e a Castanheira eram as zonas originárias deste tipo de Teares, até aos dias de hoje,segundo pesquisei na nete. Tanto quanto sei estas alcofas não são feitos em qualquer outro sítio do País.

Para alem da profissão de alfaiates, eles tiham um Tear onde se faziam alcofas e carpetes de junco.(plantas que crescem em lugares húmidos)
O meu trabalho constava do seguinte:
Escolher o junco, o que correspondia a passar pelas mãos um a um, rejeitando os que não estavam em condições de serem usados.
Depois, atar os juncos em molhos pequenos e ir colocá-los a corar no tonel do enxofre, para ficar bem amarelinho.Ficava lá cerca de 24 horas fechado colocado á volta do tonel que tinha no fundo, bem no meio, um prato com enxofre a arder. Era o fumo do enxofre que o fazia amarelinho.
Conhecem o cheiro do enxofre a arder? Eu conheço muito bem! Dizem que é esse o cheiro do inferno! Claro que se trata de uma superstição apenas.O cheiro do inferno ninguem o conhece,
Só sei que quando tirava a tampa do tonel para tirar o junco... eu tinha que colocar a cabeça de lado e nem pensar em respirar aquele cheiro, pois seria "tosse de meia - noite" como se costuma dizer.

O passo seguinte era urdir o Tear, ou seja, colocar todos aqueles fios nos sítios certos, ficando assim pronto a funcionar. Uma vez urdido era hora de começar a tecer as alcofas cujos desenhos e cores variavam muito. Logo no começo do dia era-nos dito qual o desenho que deveria ser feito.

O sr. Manuel é que se encarregava de tingir o junco nas várias cores.
Para tecer, usávamos os dois primeiros dedos da "mão esquerda"... que teciam,entrando e saindo rápidamente entre os fios, fazendo um ruído característico que ainda hoje tão bem recordo. A mão direita segurava um molhnho de juncos.
Era preciso tecer rápido, muito rápido, para conseguir completar um Tear num dia de trabalho, que correspondia a um período das 8 ás 18 horas, com uma hora para ir almoçar a casa.

Éramos uma cinco ou seis tecedeiras, raparigas novas que ocupávamos o tempo a cantar cantigas populares e a falar de namorados...

Como eu era a única crente Evangélica Baptista - "protestante" - para eles," o que era uma coisa horrível, "coisas do diabo"... as colegas e os patrões levavam o tempo a "atazanar-me a cabeça" e a procurarem deixar-me ficar mal, rindo e "gozando" e até iam ao ponto de inventar coisas, como por exemplo: que na minha Igreja se tinha que entrar e sair "às arrecuas" e que estava escrito nas nossas Bíblias que Jesus não tinha ressuscitado, imaginem! Quando para nós a Ressurreição é o acntecimento mais importante da Escritura.
Porém, era interessante que eu já na altura lhe citava as escrituras que lia e estudava diariamente, deixando-os muitas vezes desarmados. Mas penei bastante com isso.Que Deus lhes perdoe o mal que me fizeram.
Naquele tempo, da euforia de Fátima que era recente, os evangélicos eram bastante maltratados pelos católicos que eram a maioria como até hoje. Recordo-me que eu era olhada como um bicho raro e era marginalizada até certo ponto,porém a minha fé em Cristo já era firme e Ele ajudavsa-me a enfrentar a situação.
Recordo-me que no percurso de casa até lá, eu ia sempre orando, falando com Deus, pedindo-lhe sabedoria para responder com mansidão e paciência ás provocações que iria enfrentar.

Bom, mas voltemos ao Tear.
Uma vez tecidas as sete alcofas, era altura de cortar o Tear separando individualmente as cestas, e depois atar muito bem atados todos aqueles fios.
Muitas vezes, enquanto eu escolhia o junco para o dia seguinte, era o meu irmão de 9 anos que me ia lá ajudar a atar os fios.
Os "cantos" eram feitos geralmente pelo sr. Manuel.
Era tambem ele e os filhos - o Quim e o João Manuel - que coziam os cantos e depois finalmente o sr. Manuel colocava as pégas feitas em vime retorcido, nas asas,e estava pronta a alcofa para ser levada para o mercado e ser vendida.

Falta só dizer quanto é que eu ganhava por cada Tear de sete alcofas, e por tudo o resto que fazia em 9 horas de trabalho e ainda o trabalho do meu irmão... Tanto como sete escudos, ou seja um escudo por cada alcofa, que depois era vendida, não sei bem por quanto... mas por muito mais do que isso.
Trabalhei lá uns dois anos e depois fui para outro trabalho muito diferente.

Há umas semanas atrás fomos passar o dia a Torres Vedras e quando passava na rua e olhava as montras vi á venda alcofas iguais ás que eu fiz, ainda os mesmos desenhos, as mesmas cores, tudo tudo igualzinho. Não resisti, entrei e comprei uma pequenina para usar quando vou á rua e preciso de levar apenas poucas coisas como o telemovel, as chaves e coisas assim
Não imagimam o sucesso que tem feito a minha alcofinha! Toda a gente quer ter uma igual.

domingo, 19 de outubro de 2008

Porque hoje é Domingo (27)


E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus.
E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas.
E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.
Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.
E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes.
Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.
E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram.
E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo.
E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.
Jesus principiou assim os seus milagres em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram Nele.
(Ev.de S. João cap.2:1 a 10)

sábado, 18 de outubro de 2008

Uma rosa junto ao retrato


junto ao retrato

era vermelha a rosa
que a minha mulher cortou para pôr junto ao retrato
de minha mãe, que fazia anos ontem.
era de um fulgor surdo e recatado,
a implodir tantas coisas já sem nome
para o interior macio das pétalas.

"pus uma rosa do jardim junto ao retrato
da tua mãe", disse ela então ao telefone,
"uma rosa vermelha muito bonita", acrescentou
com uma leve sombra na voz e era sombria
a rosa, mesmo ao telefone, por ser o dia
dos seus anos. e era sombrio recordá-la.

uma flor pode ser de uma obscura incandescência
junto de alguém. prende-se a delicados filamentos da memória
como a cabelos enredados. era sombria a rosa
sobre a cabeça branca, o olhar bondoso, as feições plácidas,
o que de minha mãe não se desfigorou
e a rosa iluminava devagar,
junto ao retrato.



in poemas com pessoas de Vasco Graça Moura.
Quetzal Editores, Lisboa, 1999.

Nota: Temos sempre uma flor junto ao retrato da nossa mãe.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Orem, por favor


Uma jovem mãe, na casa dos trinta,foi surpreendida por uma doença grave.
Vai fazer hoje uma difícil cirúrgia.
Para manter a sua privacidade, vamos chamar-lhe - Flor - (ela é uma flor)
Ela é uma grande, e muito querida amiga e irmã em Cristo.
Uma pessoa linda, alegre, dinâmica, cheia de entusiasmo, e muito fiel ao seu Senhor.
Peço o favor, a todos que por aqui passarem e que crêm no Amor de Deus e no poder da oração, que se umam a nós, intercedendo junto do Pai para que possa exercer o seu poder e curar esta sua filhinha.

Obrigada, de todo o coração.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A benção de ver os patos passar


Pato voando

Esta é a terceira vez neste blogue que eu escrevo sobre patos.

A primeira foi no dia 12/12/07:"O dia em que levámos os patos a tomar banho," e a segunda foi no dia 16/06/08: "O dia em que o pato caiu no poço."

Hoje o tema será: "A benção de ver os patos passar ".

È admissível, que quem aqui vier, estranhe esta persistência em eu falar dessas criaturinhas, que muito provávelmente, passam despercebidas na vida da maioria das pessoas, a não ser quando são apresentados num saboroso prato á mesa!
Isto evidencia um facto: Os patos, até certo ponto, fazem parte da minha história como pessoa, caso contrário não escreveria sobre eles.

O primeiro registe sobre patos, remonta á minha infância, quando era ainda bem pequena.
Lembro-me de os ver vivendo livremente no Rio Lis em Leiria, a esvoaçar no meio dos salgueirais e a banharem- se nas águas ainda límpidas daquele rio.Não sei explicar o porquê, mas já nessa altura dava-me uma alegria imensa vê-los.
Porém um acontecimento triste, ficou registado tambem; é que a pouco e pouco, aqueles belíssimos patos foram sendo "caçados" um a um, por o ti - Ananás, que tinha um táxi de côr verde, na estação de Leiria, e assim todos desapareceram.

O segundo registe vem de pouco depois, quando os meus pais decidiram criar patos, juntamente com as galinhas.

O terceiro registe é porque os patos são aves, e eu tenho uma enorme paixão pelas aves.
Está explicado.Entremos no tema de hoje.

A benção de ver os patos passar

Pela bondade de Deus, moro num sítio previlegiado, pois além de tudo mais de bom que tenho por aqui... e é muita coisa! tenho uma vista fantástica aqui desta janela da sala de onde escrevo.
Daqui vejo por exemplo a serra de Sintra com o seu lindo Palácio lá no alto, envolto por todo o deslumbrante verde.
Vejo o magnífico pôr do sol sobre o mar, que é já ali adiante.
Vejo os combóios passar, tanto os da linha de Sintra como os da linha do Oeste.
Vejo o céu estrelado e a lua em toda a sua beleza, como hoje por exemplo, que está absolutamente cheia e luminosa.

Gosto muito de assomar á janela quando está a anoitecer, bem assim como quando o dia está nascer.Há tanta beleza, tanta paz, tanta serenidade! Faz-me tão bem!

Pois bem, a propósito disto, há umas semanas atrás, quando assomei á janela ao escurecer, vejo passar por sobre a minha cabeça, um bando de aves voando, aves essas que tinham uma grande envergadura de asas, e voavam de uma forma diferente das gaivotas, das pombas, e de outras aves que passam habitualmente por aqui.
Olhei com mais atenção e então pude ver nitidamente que aquelas aves eram patos. Os patos são fáceis de identificar no vôo, por causa do rabo curto em relação ás outras aves.E ainda por outro pormenor curioso, que é o facto de quando em grupo, voam em forma de V.
Nesse dia passou um bando e depois passou outro mais pequeno e depois ainda um outro mais pequeno.
Vinham do lado esquerdo da linha se Sintra, no sentido Lisboa - Sintra e voavam em direcção de Caneças - Loures.
Não faço a mais pequena ideia de onde eles vinham e para onde se dirigiam...
Não imaginam o meu contentamento ao vê-los passar! Fiquei olhando, olhando, seguindo-os com os olhos até deixar de os ver.

Era extremamente belo o recorte do seu corpo no céu, voando.No meio da serenidade e da calma do anoitecer... era lindo!
Agora, todos os dias á mesma hora, deixo tudo e vou para a janela vê-los passar!
Passam todos os dias á mesma hora, precisamente quando a noite está a cair.
Já faz parte do meu dia - dia, ao anoitecer, ver os patos passar...
È assim como que um refrigério para o espírito, um presente de Deus para mim, no fim do dia.
E eu estou-lhe tão grata, mas tão grata... por me permitir ver os patos passar...que O louvo e o engradeço, e lhe agradeço... por esta pequenina - grande - prenda que Ele se lembrou de oferecer ultimamente.

Eu sei, estão a pensar que eu sou tonta, mas podem pensar á vontade, eu não me importo, eu não levo a mal, não.
Mas olhem bem, eu não sou tonta não!
Eu estou é atenta "ás pequenas coisas"... que a vida tem para nos oferecer, porque é nas pequenas coisas, nas que parecem insignificantes, que está a verdadeira alegria de viver, e de ser feliz.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Uma Ordem de despejo


Os nossos filhos cresceram juntos, num tempo em que a rua dava para jogar á bola, jogar “á macaca”, andar de bicicleta, jogar ás escondidas, correr, saltar, etc. etc., e não estava cheia de carros estacionados como hoje acontece.

Lembro-me, principalmente, do filho mais novo – o Rui - na altura com cinco ou seis anos, de pele muito branca e uma farta cabeleira loura, com o cabelo caído sobre os ombros e uma franja muito certinha a tocar as sobrancelhas. Era mesmo lindo o rapaz.
A família vivia no r/ch direito do prédio que fica mesmo aqui ao lado do meu.
Aparentemente, viviam com algumas dificuldades, mas lá se iam arranjando, até que um certo dia, ao regressarmos do funeral do meu vizinho do r/ch. direito, que morreu de repente, o pai do Rui sentiu-se mal e morreu de repente também... no mesmo dia.

No dia seguinte fui ao funeral dele com uma imensa tristeza, pois pensava: como é que a Dª Rita, que nem emprego tem... – estava em casa a tomar conta dos quatro filhos - iria conseguir viver daí em diante.

Logo, logo, deixaram deixaram de pagar a prestação da casa, que como a minha, era do Fundo de Fomento da Habitação e que segundo o contrato ao fim de vinte e cinco anos, estaria paga e passaria para a posse dos arrendatários.

Entretanto, não sei bem como… a Dª. Rita e o filho mais velho, o Carlos, começaram a trazer para casa, de uma firma, calças de homem para cozer; portanto passaram a fazer trabalho de alfaiate.

Fizeram isso durante muito tempo, e eu lembro-me de ver o Carlos apanhar o autocarro comigo, com um monte de calças prontas a entregar, muito direitinhas dobradas no braço esquerdo tapadas com uma toalha branca.

Entretanto a Fernanda, a filha de 14 anos, namorava um rapazito da rua de trás…e ficou grávida; nasceu o Márinho, que a avó criou.
Passado algum tempo a Fernanda teve outro menino - o Tiago – e depois nasceu o Fábio e depois nasceu a Sara, cada um de um pai diferente.
E todos foram criados pela avó Rita que continuava a cuidar daquela gente toda e a costurar montes de calças, para sobreviver.

Um dia, um triste dia… o Carlos, o filho mais velho, ficou muito doente e morreu. Tinha apenas vinte e poucos anos.
E a Dª Rita continuou sózinha a coser calças, muitas calças, suportando e aguentando tudo isto, firme.
Entretanto, o Rui, o menino lindo da franja sobre os olhos, começou a andar com más companhias e começou a fazer roubos. Foi preso, foi muitas vezes preso.
O outro filho a seguir ao Rui, perdeu-se de amores por a jovem filha do proprietário de um carroussel, que andava de terra em terra pelas feiras. A mãe perdeu-lhe a pista, desapareceu. Não faço ideia se alguma vez voltou.Eu nunca mais o vi até hoje.

O neto Tiago, que tem menos dois anos que o meu Zé, foi desde bem pequenino visita da nossa casa; comia muitas vezes á nossa mesa e participava das orações de acção de graças. Foi tambem com o Zé a acampamentos Evangélicos e ao culto; e com o meu Zé jogou futebol das "Escolinhas"; quantas vezes eu os fui ver jogar nos vários campos aqui á volta de Sintra. O Tiagão (era assim que lhe chamavam)era muito bom a jogar futebol. Bem pequenito,quando ele levava a bola nos pés toda a gente gritava: Vai Tiagão, força, leva-a para a baliza! Eu própria gritei muitas vezes. Depois das "Escolinhas" ele ainda foi jogar nos Infantís de Mira - Sintra e depois já mais crescido no Estrela da Amadora. Depois, creio que deixou de jogar e foi pena, porque ele tinha muitas chances de vir a ser um bom jogador de futebol.
Eu afeiçoei-me de tal maneira ao miudo que se criou uma linda amizade entre nós e quando ele vem a Mira - Sintra, aí uma vez por ano, eu tenho imensa alegrir em falar com ele e abraçá-lo.

Há uns anos a esta parte, os filhos e os netos,da Dª Rita, já crescidos, começaram a ir um a um, trabalhar para Inglaterra. Foram todos. A Fernanda foi a última a ir.
A mãe, ficou cá sózinha, cansada e doente… muito, muito doente.
Estava constantemente a ser levada de urgência para o Hospital com falta de ar e problemas renais. Frágil muito frágil, mal conseguia caminhar.

Depois, deixei de a ver e reparei que a casa estava sempre fechada.
Então alguém me disse que ela tinha ido ter com os filhos e os netos á Inglaterra porque não tinha condições para viver aqui sózinha, pois por várias vezes provocou pequenos incêndios na cozinha,que assustaram bastante todos os moradores do prèdio.
Mas ela foi com a condição de voltar, ela queria voltar para a sua casa e acabar os seus dias por aqui.

E eu, a passar todos os dias por a casa dela; tenho que passar, é ao lado... e sempre a pensar a mesma coisa:

Como é que estará a Dª Rita; quando é que eu a vou voltar a ver… dava-me uma tamanha tristeza ver sempre tudo fechado... depois de tantos, tantos anos de vida a fervilhar por ali, com a casa cheia de gente.
Como eu gostava de voltar a ver a Dª Rita ali á Janela estender a roupa ou a chamar por os netos como antigamente.

Pois bem, hoje de manhã acordei muito feliz, alegre, a cantar um hino de louvor a Deus.
Como faço sempre quando acordo, abri a janela, olhei para o céu azul e sorrindo, saudei o meu Deus e Senhor, e agradeci-lhe a noite de descanso, o novo dia que me deu… e supliquei que ficasse comigo todo o dia e acompanhasse e protegesse os meus filhos e netos e, família, e irmãos em Cristo e amigos, e dei-lhe muitas graças por o seu Filho Jesus, ter morrido em meu lugar na cruz do Calvário.

Desviei os olhos do céu, olhei para a rua onde ouvi pessoas a falar, e vejo á porta do prédio do lado, dois carros da polícia, vários agentes, da Polícia de Segurança Pública e da Polícia Municipal, reparo que vão chegando carros, vários carros da Câmara de Sintra, e fiquei preocupada, pois pensei que tinha acontecido alguma desgraça.

Estava entretanto á espera da minha irmã, para irmos a Maceira cuidar do Jardim e da casa da mãe.
Quando ela chegou eu desci e fui espreitar á porta do prédio do lado para saber o que estava a acontecer por lá. È então que estupefacta e incrédula… me apercebo que está a ter lugar uma ordem de despejo da casa da Dª Rita.
Vejo arrombar a porta e entrarem os polícias e aquela gente toda lá para dentro, abrir as janelas e começar a carregar duas camionetas com tudo o que havia na casa da Dª Rita.

Eu não queria acreditar mas era verdade.
Como há tantos anos não pagavam a renda e já tinham vindo ali bater á porta dezenas de vezes e nunca estava ninguem... não havia outra alternativa, a casa da Dª Rita estava a ser despejada.
Olho e reconheço os móveis da sala. e as coisas pessoais dela,…os seus bibelots , etc. Levaram tudo: roupa que estava nas gavetas, móveis, louças, tachos e panelas, até o oleo de fritar que acabaram entornando nas escadas e no passeio,fotografias antigas e todas as recordações de uma vida.
Tudo quanto ela tinha se foi. E ela lá tão longe na Inglaterra sem poder reclamar , sem poder fazer nada.
Tudo foi levado para um depósito da Câmara Municipal de Sintra.

Entretanto quando eu ia entrar no carro, um jovem chama-me e pergunta-me o que está a acontecer. Era o Nuno, um jovem do prédio em frente, que também ele cresceu e brincou com o Rui, os irmãos e os meus filhos.
Quando se apercebe da realidade, diz-me: “Vou ligar para o Márinho (neto da D.ª Rita) para Inglaterra, para o informar do que está a acontecer. Eu disse: liga, Nuno, liga.
Já ia no carro quando me lembrei que deveria ter dito ao Nuno para dizer ao Márinho, que poupasse a avó e nãolhe dissesse nada do ocorrido, pois poderá ser-lhe fatal a notícia.

Soube depois, mais tarde, por uma vizinha da Dª Rita, que ela está tão doente que o médico lhe disse que ela não tem condições para aguentar a viagem de avião até Portugal.
Que triste fiquei! Quer isso dizer que “as coisas da Dª Rita", de toda uma vida…ficarão para sempre longe do seu alcance.
Possivelmente, ninguém as virá resgatar e serão provavelmente deitadas no lixo, ao fim de um certo tempo de armazenamento.

Todo o dia andei a pensar nisto e apoderou-se-me de mim uma tristeza imensa da qual ainda não recuperei.

Triste, muito triste, esta historia de vida de uma mulher, mãe de família,que tanto lutou e trabalhou e ao fim e ao cabo só teve dissabores e sofrimemto, tanto sofrimento!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Até logo, querida irmã Manuela Oliveira


O Senhor da vida, na sua imensa sabedoria,decidiu chamar para junto de si a querida irmã Manuela Oliveira da primeira Igreja Baptista de Lisboa.

Era uma pessoa extremamente alegre e bem disposta, e com uma energia e um entusiasmo
contagiantes.
Amava muito o seu Senhor e demonstrava-o de muitas maneiras.Foi uma grande colaboradora do seu Pastor e serviu a Igreja com muito carinho e dedicação.
Teve tambem um papel muito activo no trabalho da Sociedade de Senhoras da Igreja.

Sempre amou a poesia.
Deus deu-lhe o dom não só para a amar, mas tambem para a escever.Assim, em 1987, editou o livro entitulado - "louvores a Ti", do qual escolhemos uma das suas poesias para publicar aqui.
O Culto Fúnebre teve lugar esta noite pelas vinte horas, na Primeira Igreja e contou com a presença de muitos, muitos irmãos e amigos.
Amanhã de manhã o seu corpo seguirá para Torres Vedras onde será sepultado no cemitério local.
Louvamos a Deus por a sua vida e pelo seu testemunho cristão.
Descansou dos seus trabalhos, das suas dores, e sofrimentos.Vive agora junto do Pai e já recebeu a sua corôa de Glória pela sua fidelidade ao Senhor.
Que o Senhor console e encorage o seu marido e a sua filha.

Música

Quando ouço um riacho
correndo contente
Na sua corrente
Direitinho ao mar,
Eu fico a pensar.
Para mim é música no seu sussurrar!!
Será que algum dia,
Alguém que te ouvia,
Bela melodia,
Em ti se inspirou,
E escreveu…e tocou…

Quando ouço o vento,
Mais forte ou mais lento,
Dançando, dançando,
E rodopiando
Sem nunca parar
E sem se cansar,
Parece até querer-nos dizer
Pra não o deter…
Para mim, é música o que eu estou a ver!
Será que algum dia,
Alguém que te ouvia,
Bela sinfonia em ti ele viu
E escreveu o que sentiu?...

Quando ouço os pássaros
A janela abrindo,
O sol já sorrindo,
Seu canto anuncia
Princípio do dia.
Dia tão brilhante
Tela fascinante ,
Que no seu cantar
Tenta despertar.
Para mim é música…o seu gorgear!!
Será que algum dia
Alguém que os ouvia
Sons e harmonia em si despertou?
E escreveu … e tocou…

Quando ouço o mar
Bater sem cessar
Nas praias, nas rochas,
Transportando conchas,
A espuma que salta,
No ar fica envolta,
E o cadenciar quasi sempre certo,
Faz-nos lembrar um lindo concerto,
Para mim… é música o seu movimento!
Será que algum dia
Alguém que te ouvia,
Ficou encantado, por ti inspirado,
E tocou…e tocou…

Quando ouço a chuva a cair
E o frio se faz sentir,
Por entre a vidraça
Olhando quem passa,
Eu ouço os seus ais
Suaves, reais,
E cai na calçada
Queda desastrada,
Chora, canta, ri,
Cai aqui…ali…
A chuva também, faz música em mim!!
Será que algum dia
Alguém que a ouvia,
Bela fantasia… em ti ele achou?
Seu sentir…tocou…

Quando ouço as crianças,
Cheias de esperanças
Seu sorrio traz,
Desejo de Paz.
Com simplicidade,
Cheia de verdade,
Pedindo ao homem
Que a sério as tomem;
Sua sinceridade nos faz encantar!
Para mim… é música seu tagarelar!!
Será que algum dia
Alguém que as ouvia,
Cheio de alegria,
Pensou em cantar?
Nelas se deleitou e tocou… tocou!!
Cantatas… duetos,
Alegres sonetos,
E lindos concertos!!!!

Música é…movimento.
È vida … é alento.
Deleite para nossa alma
Nos encanta e nos acalma…

Mas na verdade Senhor,
É pra Ti todo o louvor!!!
Grandes obras, grandes mestres,
A quem belos dons Tu deste,
Deixaram-nos obras tais
Que cremos, são imortais…

A vida corre…
O homem morre…
Sempre actual,
Quasi imortal,
E sempre rica,
A obra fica…
Para mim… é música toda a natureza!!
Orquestra imponente, de som excelente,
De rara beleza!!!!

Manuela Oliveira

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Carlos Paredes - para mim, o maior guitarrista Português


O guitarrista Português Carlos Paredes

Hoje, pretendo apresentar-vos aquele que foi, para mim, o maior guitarrista Português - Carlos Paredes.

A sua pessoa e a sua música conquistaram-me totalmete, logo da primeira vez que o ouvi tocar.
E quanto mais o ouvia mais maravilhada ficava, até que me tornei uma apaixonada por ele como pessoa humana e pela sua extraordinária forma de tocar.
Nunca esquecerei aquela vez - a única - que assisti a um concerto seu na Damaia, perto da Amadora.
A sua música tocou-me tanto que quando dei por mim as lágrimas rolavam pela minha face.
Quando terminou o concerto, coloquei-me junto á porta por onde ele iria sair, e ali fiquei á espera dele para o cumprimentar.
Quando ele apareceu pude reparar como ele era um homem tão simples, tanto na sua maneira de vestir como na seu trato com as pessoas.
Então, olhei para ele, sorri, e disse-lhe o quanto tinha apreciado a sua música e como tinha sido tocada por ela, que tinha sido a melhor coisa que me aconteceu naquele dia. Aí, ele fixou-me , fez-me como que uma vénia e disse-me: " Muito obrigado minha senhora", e lá atravessou a rua para ir apanhar o auto-cartro, pois tenho ideia que ele tinha uma vida tão simples que nem um automóvel tinha.

«Carls Paredes é sem dúvida um artista impar na história da música portuguesa. Vamos conhecer um pouco mais da vida deste guitarrista que, apesar da sua inegável genialidade musical, trabalhou toda a vida como funcionário do Ministério da Saúde, arquivista de radiografias no Hospital de São José.
Nasceu em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925. Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur, Gonçalo Paredes e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano, frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música.
Em 1934, muda-se para Lisboa com a família, e abandona o violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: “Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai, do meu avô, bisavô e tetravô”.

Carlos Paredes inicia em 1939 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Em 1943 faz exame de admissão ao Curso Industrial do Instituto Superior Técnico, que não chegou a concluir e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se em 1949 funcionário administrativo do Hospital de S. José.
Em 1957 grava o seu primeiro disco, a que chamou simplesmente “Carlos Paredes”.
Em 1958, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, de que era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco – de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!».
Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.
Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP “Guitarra Portuguesa”.
Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».
Uma doença do sistema nervoso central (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu em 23 de Julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional»

domingo, 12 de outubro de 2008

Porque hoje é Domingo (26)


Sala de culto da Igreja Baptista das Boas Novas na Amadora

"O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa.

Abundantemente florescerá, e também jubilará de alegria e cantará; a glória do Líbano se lhe deu, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do SENHOR, o esplendor do nosso Deus.

Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes.
Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.

Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão.
Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.
E a terra seca se tornará em lagos, e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos.

E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão.

Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele; porém só os remidos andarão por ele.

E os resgatados do SENHOR voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido. "
(Livro do Profeta Isaías Cap.35)

sábado, 11 de outubro de 2008

Primeiro aniversário deste blogue


De onde vêm as visitas

Foi há três dias – oito de Outubro – que se completou o primeiro aniversário da existência deste blogue.
Quando no dia oito de Outubro de dois mil e sete publicávamos o primeiro post, não fazíamos a mais pequena ideia de como as coisas iriam correr por aqui, mas também não estávamos preocupadas com isso.
Começámos e, continuamos… de uma forma bem simples, sem qualquer pretensiosismo ou desejo de dar nas vistas; apenas e tão somente, porque queríamos partilhar algumas ideias e factos que estavam na nossa cabeça.
Pela graça de Deus tudo correu muito bem até hoje e ultrapassou de longe, as nossas expectativas
Podemos dizer com muita satisfação e alegria, que tem sido uma experiência muito positiva e enriquecedora e por isso achamos que valeu a pena.
Quantas e quantas pessoas lindas temos “conhecido” por aqui,
Quantas e quantas amizades fizemos!
Quantas coisas belas e importantes pudemos aprender!

Agradecemos de todo o coração, aos muitos amigos que nos têm visitado e incentivado a continuar, tanto aos que passam em silêncio como aos que habitualmente gostam de deixar-nos um comentário.
A todos pois, o nosso muito e muito obrigada.

Temos sido visitadas por pessoas de muitas partes do mundo.
A maioria talvez do Brasil, mas também muitas de Portugal, um pouco de toda a Europa, Estados Unidos, Ásia, Oceânia, Continente Africano, etc, etc.
Neste ano passaram por aqui mais de dezoito mil pessoas.
Porém as visitas no seu total, com todas as entradas, incluindo aquelas pessoas que vêm mais que uma vez por dia, contabilizam mais de vinte e cinco mil.

Até logo, Irmão Paulo Maurício


O Irmão Paulo Mingot Maurício, era filho do meu primeiro Pastor - Dr. António Maurício - na Igreja Baptista de Leiria, quando eu era criança.

Na altura, eu tinha sete anos e o Paulo vinte e oito.

Quando eu deixei a cidade de Leiria e vim estudar Enfermagem em Lisboa , vim encontrá-lo na Terceira Igreja Evangélica Baptista de Lisboa, onde me congreguei e fiquei até casar.

Bem cedo, aprendi a respeitá-lo, a estimá-lo, a admirá-lo e a querer-lhe muito bem.

Há muitos, muitos anos que o não via, e dei por mim esta semana a pensar nele, e tive um desejo muito grande de o ver, de me encontrar com ele, pois sabia que deveria estar bem velhinho.

Nesse mesmo dia, tentei através da internet pesquisar alguma coisa sobre ele, e qual não é o meu espanto quando encontro um comunicado do seu pastor - António dos Santos - a participar o seu falecimento no passado dia trinta de Setembro deste ano, portanto, fazendo uma semana nesse dia.

Fiquei desolada.
Chorei tanto, tanto. Fiquei mesmo triste.
È que nem sequer soube do seu falecimento a tempo de ir ao seu funeral.Ainda estou a tentar recuperar desta dôr e desta tristeza.
Oiço a minha consciência a dizer-me constantemente:
"Viviana, tu fizeste muito mal em não ires saber dele há mais tempo."

Mas a gente nunca aprende. Faz sempre a mesma coisa. Depois sofre.

A fim de poderem conhecê-lo um pouco, decidi transcrever aqui o texto que o querido pastor António dos Santos , divulgou no dia do seu falecimento.
Contava oitenta e oito anos.

«Quinta-feira, 2 de Outubro de 2008

Paulo Mingot Maurício (1921 - 2008)

Transcrevemos, com o devido agradecimento, o seguinte texto da autoria do Rev. António dos Santos, pastor da Terceira Igreja Baptista de Lisboa, a propósito do falecimento recente de Paulo Mingot Maurício, conhecido dirigente evangélico e filho de um dos mais reputados fundadores da Obra Baptista em Portugal, Pastor António Maurício.

Nasceu em 5 de Fevereiro de 1921 na cidade do Porto. Terminou a sua abençoada carreira em 30 de Setembro deste ano de 2008.

O nosso saudoso irmão Paulo Maurício fez parte do pequenino grupo que deu origem à nossa igreja, reconhecida hoje como a Terceira Igreja Evangélica Baptista de Lisboa.

No dia 1 de Julho de 1956 ele estava presente para iniciar um abençoado testemunho que perdura até ao dia de hoje.

Agradecemos a Deus por ele e pelo seu incansável labor. Dirigiu as obras do nosso primeiro Templo, na altura reconhecido como um dos mais bonitos do país. Até hoje é mantido o logótipo que deu rosto à nossa Igreja.

Substituiu o Pastor na sua ausência. Dirigiu a administração financeira num tempo de recursos muito reduzidos, com despesas de aluguer quase incomportáveis.

Foi o nosso primeiro organista, preparado numa Escola da Alemanha, que atría muita gente só para o ouvir tocar. Dirigiu por largo tempo, com grande sucesso, a nossa Escola Bíblica Dominical. Na verdade, ele fez parte de toda a vida da nossa comunidade, interessando-se com grande dedicação e amor pelo seu testemunho e crescente desenvolvimento.

No meio evangélico, todos nos lembramos do seu entusiasmo pelo Orfeão da Juventude Evangélica Portuguesa, que foi um marco de excelência, num tempo de tremendas dificuldades para o povo das nossas Igrejas.

Na vida secular, foi gerente de sucesso numa grande empresa. Na família, foi marido carinhoso e amado, por 63 anos de matrimónio muito feliz.»
Louvo a Deus pela sua vida, e agradeço-lhe a benção de o ter conhecido e ter privado com ele.
Deixou um rasto lindo e perfumado que perpetuará a sua presença entre nós.
Lembrá-lo-ei com carinho e respeito.
Até logo, querido irmão e amigo Paulo Mauirício.
A gente encontra-se um dia destes do lado de lá, do rio.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Quando falares...


- "Quando falares, cuida para que as tuas palavras sejam melhores que o teu silêncio." -

( Provérbio indiano)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sete anos de pastor Jacob servia


W. Dyce - (1853)

Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida;

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: — Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida

(Luis Vaz de Camões)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

As Bromélias


Aekmea Fasciata Baker (ou Bromélia Rosa)

Apesar de estarmos no Outono o meu jardim continua florido.

O mês passado predominavam as Dálias brancas - que aqui vos mostrei - pois agora predominam as Bromélias Rosa.
Só num único vaso estão cinco flores! Podem imaginar a beleza!
Não vos sei dizer ao certo o tempo exacto de duração das flores, mas posso sim dizer-vos, que é um tempo muito longo, para mais de seis meses! Talvez muito perto de um ano.
Eu sei, porque tenho várias plantas... que durante todo o ano eu tenho Bromélias floridas... mas foi no mês de Setembro que nasceram em maior número.

Nome Científico: Aechmea fasciata Baker

Sinonímia: Bilbergia fasciata

Nome Popular: Aequimea, vaso-prateado, bromélia-aequimea

Família: Bromeliaceae

Divisão: Angiospermae

Origem: Brasil

Ciclo de Vida: Perene .

Herbácia, epítifa, rizomatosa, acaule, de folhagem e florescimento vistosos, de 30 a 40 cm de altura.Uma das bromélias mais vendidas, a Aequimea é normalmente comercializada em vasos. A inflorescência, muito durável, também é rígida, formada por brácteas cor-de-rosa, cheias de espinhos nas bordas, e flores roxas delicadas.

Os frutos são pequenos e arredondados. A floração ocorre quando a planta está madura e recebeu iluminação e nutrientes suficientes. Depois da floração saem brotações laterais e a planta morre. É indicada para a decoração de interiores, no período da floração. Depois disso, deve ser levada ao jardim para locais a meia-luz , frescos e úmidos.

Como cultivar: com substrato como casca e fibra de côco, areia, entre outros materiais, deixar sempre à meia-sombra, irrigadas regularmente. Multiplica-se por separação das mudas laterais, quando estas atingem 2/3 do tamanho da planta mãe.

Também pode ser multiplicada por sementes e meristema

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A ti Rosa (tia Rosa)


A ti Rosa, assim lhe chamam na aldeia, é uma mulher linda que eu conheci no verão passado, em Maceira, aldeia nos arredores de Sintra onde os meus pais viveram os últimos 55 anos da sua vida.

Eu fui lá passar esse verão e todos os dias de manhã cedo, ia fzer uma caminhada.
Foi numa dessas caminhadas que encontrei aquela mulher bastante idosa, com o rosto juncado de rugas profundas, e ao mesmo tempo tisnado e curtido pelo sol, de tal modo que que eu não conheço mais ninguem assim, nem mesmo os trabalhadores que passam o dia a trabalhar ao sol.

A ti Rosa deve ter muito perto dos noventa anos de idade. Ela já lhe perdeu o conto, não sabe quantos são.

È viuva há muitos, muitos anos e vive sózinha, numa casinha pequena mas muito arranjadinha.
Tem só uma filha que vive por ali perto e que de vez em quando vem ver como ela está e se precisa de alguma coisa.
A primeira vez que a encontrei andava ela a "passear" na Segueteira que é um local bucólico e muito antigo, lindíssimo, onde há uma fonte que continua a deitar abundante água desde o ano de 1788... sózinha lá andava ela, com o seu chapéuzinho de palha na cabeça e a sua bata de florinhas pretas e fundo cinzento. (roupa de viuva)
Parei, cumprimentei-a e logo vi que mulher linda ela era. Sorri sempre, tem uma maneira de falar pausada e uma voz cristalina como a de uma criança. Abençoou-me recitando uma oração linda que ela conhece há muito tempo.

A ti Rosa pouco pára em casa; ela gosta mesmo é de andar, andar, falar com as pessoas e quando já andou tudo... vai buscar uma cadeira e senta-se na rua a ver as pessoas passar e a dar dois dedos de conversa.

Gosta muito do jogo da bola e muitas vezes vai ver os "miudos" a jogar. Incentiva-os e grita quando algum faz uma boa jogada ou mete golo. Os garotos gostam muito dela.

Nunca a vi triste. Sempre alegre e sorridente.
Creio que por andar muito e ter cuidado, tem um aspecto saudável; com as costas bem direitinhas e nunca por nunca ser, a ouvi queixar de dores nos ossos ou coisa assim.
Todos os dias, bem cedo, ela vai a pé, ao cemitério de Montelavar, "conversar" um bocadinho com o marido e contar-lhe como as coisas vão.Leva sempre um raminho de flores ou uma verdura para colocar lá.Aqui há tempos encontrei-a lá no cemitério e logo ela me foi mostrar a campa do marido.

A ti Rosa é mesmo uma mulher especial. Gosto muito dela e dá-me uma alegria imensa encontrá-la, abraçá-la, e ficar parada conversando com ela.
Quando ela partir vou sentir muito a falta dela e tenho a certeza que ficarei com imensas saudades dela e lembrá-la -ei por muio tempo.

Sinto que Deus me abençou ao "apresentar-me" a ti Rosa.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Novos selos






A amiga Ana, do blogue - http://anamgs.blogspot.com/ - teve a gentileza de me ofertar estes dois selos.
Ofereço-os, com muito gosto, a todos os amigos cujos blogues constam dos meus links.
Podem fazer o favor de os levar, caso assim o desejem, para colocar nos vossos blogues.

A mansidão


Imagem retirada da internet

" Mansidão é dar uma resposta delicada a uma pergunda áspera."

(Walter B. knight)

domingo, 5 de outubro de 2008

Porque hoje é Domingo (25)


Imagem retirada da internet

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.
Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.
Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.
E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
Se me amais, guardai os meus mandamentos
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;
O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.
Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.
Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis.
Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.
Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.
Quem não me ama não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou.
Tenho-vos dito isto, estando con
Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

(Evan.de S. João cap.14: 1 a 27)

sábado, 4 de outubro de 2008

"Manhã" de Miguel Torga


Louro - http://www.enciclopédia.com.pt/

Fresca manhã da vida, recomeço
Doutros orvalhos onde o sol se molha.
Nova canção de amor e novo preço
Do ridente triunfo que nos olha.

Larga e límpida luz donde se vê
Tudo o que não dormiu e germinou;
Tudo o que até de noite luta e crê
Na força eterna que o semeou.

Um aceno de Paz em cada flor,
Um convite de guerra em cada espinho;
E os louros do perfeito vencedor
À espera de quem passa no caminho.

(Miguel Torga)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Isto é que é amor pelos animais!


A mitó com a Neca em férias

Estes dias encontrei na rua, quando ia "dar a minha volta," a minha amiga Mitó.

È muito curioso que vivemos pertinho uma da outra - ela vive duas ruas atrás da minha - durante muitos, muitos anos, sem nos conhecermos.
O que nos "juntou" foi uma cadela abandonada, por a qual eu e ela nos interessámos e a qual procurámos ajudar; ela acabou ficando com a cadela da qual cuidou muitíssimo bem e até hoje - já lá vão uns cinco anos - ela cuida e trata com um carinho extraordinário da Neca, assim se chama a cadela.
A Mitó é uma mulher protectora de animais; nunca encontrei ninguem que tanto deles gostasse como ela, è impressionante.
Aliás, o meu gato Teco veio parar a nossa casa através dela, quando a Neca o encontrou a morrer de fome, já nem sequer se conseguia levantar, no meio de uns arbustos.
Mas dizia eu que tinha encontrado a Mitó estes dias. Ela vinha a sair da farmácia onde tinha ido avaliar a tensão arterial, pois sentia-se esquesita com uma enorme dor de cabeça e tonturas.
Parámos, conversámos um pouco e quando lhe pergunto a causa da súbida brusca da tensão, ela a chorar, muito emocionada... diz-me que provávelmente será por estar a sofrer muito por causa de uma cadelinha abandonada que vive na rua junto da casa dela.
Passou-me então a contar o que tem feito e está a fazer para salvar o animal. desde limpá-la com toalhetes de papel, a tratar-lhe as enormes feridas que tem pelo corpo, (possívelmente sarna) a dar-lhe comida e água, etc.
Mas diz que o que mais lhe custa é ver a forma insensível desprezível como os transeuntes olham e tratam o animal, sempre a enxotá-la e quando ela tenta aproximar-se de alguem.

E a Mitó chorou, chorou, ao pé de mim na rua, condoída pela situação da cadelinha.
E ela pensa que será esta a causa da súbida brusca ta tensão arterial. Não encontra outro motivo.
Claro que como amiga, tentei fazer-lhe ver que ela teria de evitar envolver-se tanto pois a sua saúde corre riscos.
Ela olha para mim com os olhos rasos de água e diz-me:

"Ò Viviana eu sou mesmo assim quando vejo os animais sofrerem.Não consigo mudar!"

Abracei-a. beijei-a e ela lá foi naquele sofrimento.

Eu fui fazer a minha caminhada a pensar que não imaginaria que alguem corresse perigo de vida, com a tensão tão alta, por ver sofrer os animais.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Estou de volta amigos


E pronto, cá estou eu de volta.
E é muito bom estar de volta!
Que saudades eu tinha de poder fazer uma visitinha aos meus queridos amigos, saber como eles estão, e apropriarme... das coisas lindas que eles tão generosamente me vão oferecendo dia após dias!

E afinal...eras apenas um fio. Um fio telefónico que a certa altura do seu percurso, não imaginamos porquê... deixou de conduzir o sinal da net.
E nem sequer foi preciso vir cá o técnico, pois o Jorge e o Zé dectetaram o problema e, com 10 metros de fio novo e algum jeito... resolveram a questão.

Hoje é dia de ir cuidar do meu jardim - o jardim da mãe - e por isso passarei o dia fora; mas tão logo possa, irei bater á vossa porta para estar um bocadinho convosco. Combinado?

AMIZADE

"Amigos verdadeiros, são para sempre porque...
não importa a distância,
no coração estarão sempre perto.
não importam as diferenças,no coração sempre terão um ponto de acordo.
não importam as brigas,
no coração sempre haverá lugar para o perdão.
não importam circunstâncias,
sempre haverá um ombro para recostar,
mãos para ajudar,
olhos para enxergar e chorar de alegria e dor,
bocas para expressar as verdades e sorrir.
Amigos, verdadeiros são para sempre, porque
quando dois corações se unem, formando um só,
DEUS se manifesta ali, através do amor
e o amor é mais forte que a morte,
é benigno, paciente, tudo sofre, crê, supera.
não se ufana, nem se ensoberbece, apenas ...ama.
certamente, permanece."
(Alessandra S. L. Nascimento)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Prémio Butterfly Award



O meu amigo Maurício Abreu de Carvalho do blogue "Práxis Cristã", acabou de me destinguir com este prémio, que ele por sua vez recebeu do blogue "Amenidades da Cristandade"

As regras para receber esse mimo são:
1)Colocar este logo no seu blog;
2)Adicionar o link do blog que lhe ofereceu o prêmio;
3)Indicar no mínimo 7 outros blogs;
4)Adicionar no seu blog os links destes outros blogs que acabou de premiar;
5)Comunicar os premiados.
Pelos blogs legais e inspirativos os predestinados são:

1 - http://anseiosdaalma-etc.blogspot.com/

2 http://tsarphatah.blogspot.com/

3 - http://sonreglom.blogspot.com/

4 - http://maysentinela.blogspot.com/

5 - http://eopensamentovoa.blogspot.com/

6 - http://abrigodossabios-paulo.blogspot.com/

7 - http://deferiasnesteplaneta.blogspot.com/

Selo/Prémio



Esse selo foi atribuido pelo blog:(http://rafeiroperfumado.blogspot.com/)mas repassado para mim pelo blog: (http://anamgs.blogspot.com/, da minha amiga Ana. Vale a pena ver estes blogues.O nome do selo/prêmio é "Blog onde não se maltratam caes e nem gatos".E o regulamento é vcs premiarem quem quizerem, mas sem esqueceremo link do rafeiro.Eu passo esse selo para todos os amigos da minha lista de links. E qdo repassarem esse selo, acrescentar o meu link :( http//olhaioliriodocampo.blogspot.com)E o link da minha amiga tb: (http//anamgs.blogspot.com) E depois é só renomearem.

A alegria



«Para se alcançar a felicidade, é preciso segurança; mas a alegria pode brotar como uma flor, mesmo dos penhascos do desespero.»

(Anne M. Lindbergh)