sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Morrer de amor e saudade
O Horácio e a Laura casaram por amor.
Viveram um para o outro, numa entrega total, numa dádiva absoluta.
Um cuidava do outro, e um não podia viver sem o outro.
Nunca tiveram filhos, mas criaram uma sobrinha que bem pequenina, deixou o Gerês, no norte de Portugal, para vir tentar a sorte em Lisboa, como tantos faziam naquela altura.
O Horácio e a Laura receberam a Amélia como quem recebe o mais belo presente, e fizeram dela uma mulher preparando-a para enfrentar a dureza da vida, lutar e vencer.
A Amélia apaixonou-se pelo Zé Manel e casaram.
Tiveram três filhos que foram os netos muito amados e queridos do Horácio e da Laura, de quem cuidaram tambem, e que entretanto, cresceram e casaram, e os três tambem tiveram filhos, que foram os bisnetos preciosos do Horácio e da Laura,
Com o passar dos anos, as marcas do tempo foram desgastando e debilitando o Horácio e a Laura, que receberam da Amélia e do Zé Manel e dos netos, todo o cuidado, desvelo e ternura que podemos imaginar...
Há cerca de três meses a Laura teve um A.V.C. que a deixou sem fala e paralisada numa cama, o que trouxe um grande sofrimento e tristeza para o Horácio.
Há uma semana Deus entendeu por bem, chamar a Laura á sua presença.
A dor da separação foi indizível!
Na hora da despedida o Horácio suplicava á Laura:
"Minha querida, leva-me contigo!"
Passou uma semana, e a dor e a saudada do seu amor de mais de cinquenta anos, era tão grande e tão intensa, que ele não sabia como viver sem a Laura, e na madrugada de ante-ontem ás 4 e 30, sem que ninguem o esperasse, o seu coração parou em solidariedade com ele, porque não o podia ver sofrer tanto por o seu único e grande amor de toda uma vida.
O oficiante da cerimonia fúnebre disse a certa altura:
"O Horácio recebeu um presente. Ele está de novo junto da sua noiva".
Ontem á tarde, num dia de chuva, tal como com a Laura na outra semana, fomos acompanhá-lo e dizer-lhe um "até logo".
Lá ficou a descansar de tantas lutas e trabalhos em prol dos outros que tanto amava, quase ao lado da sua amada e querida Laura.
A neta Gabriela dizia-me no fim, com o coração destroçado:
"Viviana, que linda história de amor ! Dava para se fazer um filme."
Nota: A Amélia e o Zé Manuel são os meus queridos vizinhos do lado, há mais de trinta anos.
22 comentários:
Bom dia querida amiga que o seu dia seja iluminado como o sol...
Que linda história de amor.
Bom fim de semana.
Beijinhos
Fique bem. Fique com Deus.
Anita (amor fraternal)
Viviana, minha querida!
Você me emocionou logo cedo com esta história de amor tão bonita!
Todos nós queremos amar e ser amados desta forma, mas nem sempre as coisas saem assim...
Deus sabe o quanto lutei para manter meu casamento, mas já lá se vão 20 anos do divórcio...e o sonho de refazer a minha vida com alguém fica cada vez mais distante...só peço a Deus que sempre ilumine meus caminhos.
Amiga, obrigada por repartir conosco suas histórias e seu imenso carinho.Que Deus abençôe sempre a Viviana e este coração doce que a amiga tem!
beijo carinhoso,
neli
Viviana...
Você fez uma postagem outro dia, onde falava de um casal sem filhos que passava sempre de mãos dadas sob sua janela...é deles que fala?
Um amor assim é muito lindo...e qdo o amor é tão forte puro, a tristeza logo leva mesmo aquele que ficou...Assim aconteceu com meus avós paternos, depois de mais de 50 anos juntos...ela se foi , 1 mes depois meu avó tbém se foi, por não aguentar a tristeza de viver sem minha avó.
Um beijo,
Deus te abençoe.
Viviana,
estou emocionada ! que linda história !!
bjusssss
Olá Viviana
Ainda ontem postava com palavras de Chaplim, a importância de algumas pessoas na vida de cada um.
Como elas são importantes, como delas dependemos, como difícil e mesmo impossível a sua separação.
Falo aqui do exemplo dos meus pais, os dois na casa dos oitenta quase nunca se separam, onde um vai o outro está logo a trás, chegamos a brincar com eles sobre isso, embora sejam para nós "filhos" um exemplo a seguir.
Quanto a esses seus amigos, que Deus os tenha na Sua glória.
Viviana, desejo-lhe uma tarde feliz.
Abraços de amizade.
Querida Viviana, que Deus nos permita amar sempre assim.
Deus te abençoe!!!
Já ouvi histórias assim, de pessoas que não resistiram à perda de um ente querido e morreram também, um caso famoso que me lembro foi do poeta Carlos Drummond de Andrade, que não resistiu à morte de sua filha Julieta, e foi logo após dela.
Tenho uma amiga que perdeu o esposo há dez anos, mas ela chora ainda hoje como se o morto estivesse sendo velado na sala. São lindas histórias essas, para qual não existem consolo.
Lindas e tristes histórias...
Olá Anita querida,
Obrigada amiga linda.
Que o eu tambem o seja.
O meu grande abraço
Viviana
Querida Neli,
Eu gostava muito destas pessoas.
Daí ter decidido escrever algo sobre elas.
Amores assim, creio que serão poucos na imensidão de "amores menores"...que abundam por aí.
Minha boa amiga, veja só a quantidade de mulheres desiludidas e frustradas com o que julgavam ser "O amor da sua vida"...
Posso imaginar o quanto a Neli lutou para salvar o seu casamento!
Mas...as coisas são como são.
O que vale é que quando cremos e dependemos de Deus, sabemos que NEle poderemos esperar e repousar.
Tenha uma boa noitede descanso.
Um abraço
Viviana
Olá Lia linda,
Este não é casal de que falei outro dia.Esse é um casal na casa dos sessenta e estes de falo hoje estavam na casa dos 80 anos.
Éntão a Lia tem um caso parecido, com os seus avós!?
Eu acho que são muitas as situações idênticas a esta que acontecem um pouco por toda a parte.
Tenha uma boa noite minha boa amiga.
Um beijo
Viviana
Alice querida,
è sem dúvida uma bonita e triste, história de amor.
Um abraço.
Viviana
Olá querida Rosa,
Interessante a coincidência entre o post de ontem e os acontecimentos de hoje...
Então os seus pais tambem andam sempre juntos?
Interessante.
Tambem, há tantos anos juntos...
eu creio que eles não têm mesmo hipótese de ser de outra maneira...
Mas é lindo, muito lindo!
E diz bem!
São um exemplo para os filhos!
È mesmo.
Tenha uma boa noite de descanso.
um abraço
viviana
Olá querido Eduardo,
Exemplar, este amor.
Creio que é este o tipo de amor que Deus deseja que exista em todos os casamentos!
Infelizmente muitas vezes assim não é.
Mas é preciso perseguir e prosseguir neste estilo de amor grande!
Um abraço
Bençãoa de Deus.
Viviana
Olá Bete querida,
Não conhecia esse acontecimento com o poeta Carlos Drummond de Andrade.
Já agora sabe dizer-me que idade e com quê a filha faleceu?
Como esa sua amiga viuva de que fala, eu conheço alguns casos tambem...
A dor da perda é muito, muito grande.
Tenha uma noite tranquila, amiga linda.
Um abraço grande.
Viviana
Sorte teve a noiva eterna de ser alvo de um amor como este...
Deus os mantenha unidos em seu reino!
Um beijo com carinho,Sonia Regina.
Olá querida Sónia,
Acho qu eim, que teve sorte.
Tenha uma boa noite.
Um beijo
Viviana
minha amiga, a minha sogra adoeceu gravemente há 12 anos, ainda "viveu" de janº a setº... o meu sogro, sem estar doente, faleceu em fevº... com desgosto de ficar sem ela e de ficar sozinho...
as coisas da vida...
beijinhos grandes
Amiga, que bela história de amor.
Emocionei-me ao ler.
1000 beijinhos!
Olá Gaivota linda,
Sim, há imensas situações destas por esse mundo fora.
Dá que pensar...
Um beijo
Viviana
Olá querida Ana Maria,
È linda sim.
Já foi há três dias... e ainda não consegui deixar de pensar nisto.
De tal maneira o senti...
Um abraço, boa amiga.
Viviana
Jóia rara, hoje em dia!!!
Tive um casal de tios que foi mais ou menos assim...
À tardezinha, saiam a passear no jardim, onde tinham um banco para eles namorarem, de mãos dadas... uma graça...
bjs
Olá querida Carmen,
E é tão bonito quando vemos um casal de idosos assim amorosos um com o outro!!!
Um beijo amiga linda,
viviana
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