segunda-feira, 17 de agosto de 2009

As cortinas "esquecidas" nas casas abandonadas


Casa em Sintra - Foto de Gil lemos

Tenho reparado, cada vez com mais frequência, existirem casas abandonadas e degradadas, de onde os moradores saíram e as cortinas continuaram nas janelas.
Aos poucos, com o passar do tempo e com as intempéries, as janelas acabam por se abrir, e quem passa perto olha e vê as cortinas balouçando nas janelas, já rasgadas, e muitas vezes em farrapo
Conheço váras destas situações.
Mesmo aqui perto de onde eu moro, há uma casa nestas condições, e onde eu passo com muita frequência.
Não sei se acontecerá com os outros o mesmo que acontece comigo.

Tenho que confessar que a visão destas cortinas nas janelas, me causa uma sensação muito estranha.
Então penso
O que terá levado as pessoas a irem-se embora e a deixarem as cortinas nas janelas!?
Ponho-me então a conjecturar as várias probablidades:
Ou as pessoas mudaram para outra casa, e como as cortinas não davam para as janelas para onde foram, decidiram deixá-las ficar, embora eu considere que é uma pena deixá-las ali a apodrecer...
Ou então, imagino , e isto quase sempre, que naquelas casas viviam pessoas idosas que morreram, e as cortinas, tal como outras coisas por lá ficaram, por desinteresse dos familiares, ou simplesmente por não haver familiares... o que eu acho muito triste.
E ao olhá-las, posso imaginar o dia e hora em que elas foram ali colocadas, novas a estrear, a embelezar a janela e a casa, e a proteger do sol, e dos olhares indiscretos de quem passava, e talvez, até terem sido motivo de orgulho por serem consideradas mais bonitas e vistosas que as da vizinha do lado.

16 comentários:

Avozinha disse...

É algo que também sempre me fez pensar! Sobretudo, imaginar as pessoas que morreram e deixaram as suas preciosidades a quem não lhes deu nenhum valor...
Talvez o artista Gil possa começar uma bela série de fotos de "Cortinas Abandonadas"...

Rosa disse...

Olá Viviana
As cortinas esquecidas...
Eu diria que são sinais de vidas "transformadas".
Penso que faz sentido lembrar que, a vida é realmente uma passagem "grande ou pequena" e que aqui deixamos tudo aquilo com que um dia nos rodeamos.
Tudo aquilo que "pensamos" fazer a nossa felicidade... mas que nem sempre faz a dos outros.

Beijos Viviana
Parabéns ao Gil pela bonita foto.

renato disse...

Olá Viviana!

"As cortinas esquecidas nas casas abandonadas", podia ser um titulo de um livro ou de um filme, tal o mistério que algumas delas encerra!

Mas amiga Viviana, como sabe nas grandes cidades como Lisboa e Porto, para já não falar de outras, este mistério é um flagelo!

Temos aqui no Porto um Blog que se dedica às casas abandonadas e a degradarem-se, que nos permite ver a dimensão do problema.

Um abraço,

Renato

Jacira mavignier disse...

Oi, Viviana!

Não sei se entendi muito bem, mas pelo que escreveu, estas casas ficam literalmente abandonadas.

Se fosse aqui no Brasil, não ficariam por muito tempo assim. Logo estariam ocupadas, por pessoas que não tem onde morar.

Seu neto é um artista. Muito bonitas todas as fotos que dele vi.

Quanto às cortinas, elas me arremetem a uma certa saudade, melancolia, falta, ausência...mas, quem sabe, as pessoas que as deixaram, estejam agora em um lugar muito melhor, lindo, sem igual, ÚNICO!

Beijos

...EU VOU GRITAR PRA TODO MUNDO OUVIR... disse...

Minha amiga!

Adorei seu texto porque penso muito nessas coisas:o que fazer com os objetos quando seus donos já não os querem mais?

Aí chego a conclusão,apesar de ter muito apego a eles, que objetos por mais lindos que sejam para nós só por nós são valorizados...o que importa de verdade é o que possuímos na alma!

Um beijo carinhoso!

Sonia Regina.

Ana Maria disse...

Concordo com você, amiga.
Casas com cortinas, janelas abertas
e abandonadas, causam terror.
Beijinhos, amiga.

Gerly disse...

Eu nunca havia pensado nisso.

Beijokas!

:o)

Viviana disse...

Olá Eunice

Afinal vejo que não sou só eu a pensar nessas coisas...

Quanto ás fotos do gil, quando ele chegar de férias, vou passar-lhe a sua sugestão.
Um beijo

viviana

Viviana disse...

Querida Rosa

Tem razão, boa amiga.
Estas coisas são circunstâncias naturais da vida.

Um abraço

viviana

Viviana disse...

Olá Renato, meu bom amigo

Interessante a sua ideia!

Ser título de livro ou de filme...
Olhe, acho que como diz,o assunto daria pano paramangas...

Um abraço

viviana

Viviana disse...

Querida Jacira

Sim, estas casas ficam abandonadas até caírem...

A não ser que entretanto apareça um "Herdeiro" ou senhorío...que as deite abaixo para fazer uma nova construção.

Tambem acho que os antigos moradores poderão estr num lugar bem melhor e mais gradável.

Um abraço, boa amiga
Viviana

Viviana disse...

Querida Sónia

Muito interessante o seu raciocínio!

Só cada um em particular é que poderá valorizar mesmo as suas coisas, os seus objectos.

"o que importa de verdade, é o que pssuímos na alma".

è isso.

Um beijo amiga linda

Viviana

Viviana disse...

Olá Ana Maria

`Faz mesmo muita impressão!

Dá que pensar.

Um abraço

viviana

Viviana disse...

Olá Gerly

È como diz.

Há muita gente que não pensa nisso.

Naturalmente, não têm mesmo que pensar...

Um abraço

viviana

carmen disse...

Vivi:

É estranho ver você falar em casa abandonadas, e com cortinas então...
Aqui no Brasil, como a Jacira disse, estariam logo ocupadas pelos sem teto, sei lá.

Mas é mesmo estranho pensar no que uma casa "acalentou", nas histórias de família, nas ilusões, sonhos, poesias, dificuldades, desilusões...

É, dá para escrever muitas histórias, reais ou fictícias...

E fico pensando em como guardamos coisas que nos são muito caras e, quando morrermos, é bem capaz que os nossos herdeiros joguem fora, considerando um monte de bobagens... Muito estranho!

bjs

Viviana disse...

Querida Carmen

Por aqui vêm-se muitas casas abandonadas.
Algumas no inicio ainda estão bonitas e inteiras.

Mas acabam por cair aos bocados... sem que os herdeiros ou proprietários mexam um dedo para as prservar.

A mim isso impressiona-me imenso.

Há dias estive numa vivenda que ainda mantinha alguns móveis e objectos. como um saleiro.
Mas já nem telhado tinha...

Um abraço

viviana