quarta-feira, 8 de maio de 2013

O Bálsamo do Canto do Rouxinol


                                                               Rouxinol cantando.

Entardecia. O sol manteve-se esondido praticamente o dia todo. O ar estava abafado, não corria sequer uma leve brisa.
Fomos os últimos a sair do cemitério de Montelavar, onde fomos despedir-nos de um  velho amigo- o senhor Isídoro, nascido e criado na nossa aldeia de Maceira.
Ele disse sempre que queria que fosse o "Serafim", a fazer-lhe o funeral, e a família respeitou esse seu desejo e convidou o meu irmão - Pastor Regueiras para dirigir o serviço fúnebre. Ele acedeu prontamente. Uma multidão, a aldeia em peso, esteve presente. Ali,  ainda permanece o tradicional costume de o cortejo fúnebre seguir a pé até ao cemitério. O povo vai imediatamente atrás do carro funerário, primeiro as mulheres e a seguir os homens e depois os automóveis.
Viveram-se momentos muito especiais. O senhor Isídoro era um homem muito bom que marcou a vida da aldeia e que deixou uma linda e comovente recordação; uma doce memória.
O seu amigo Serafim, naturalmente, estava emocionado. Apresentou a Palavra Sagrada de uma forma tão bela e tão simples...mas ao mesmo tempo tão profunda...que creio que tocou aqueles corações doridos e tristes que a escutaram. Lá deixámos o corpo do senhor Isídoro a descansar...a aguardar o dia da Ressurreição.
Na calma de um cemitério, e na calma do dia que vai chegando ao fim, transpusemos os dois, o portão, e descemos a rampa ladeada de um lado e doutro por plátanos antigos. Foi então, que ouvi ali bem perto um suave e melodioso cântico de um passarinho.A princípio não o identifiquei, porém ao prestar um pouco de atenção, logo tive a certeza que era o canto de um rouxinol.Eu disse : é um rouxinol! e o meu irmão que conhece tão bem quanto eu aquele cântico...logo confirmou que assim era. Sentei-me então, no murinho e em silêncio, comovida, escutei o trinado belo e harmonioso do canto do rouxinol.
Ai! Há quanto tempo eu não tinha o previlégio de ouvir um rouxinol a cantar!
Estava do outro lado da rua no meio de uma mata, ali pertinho. Fiquei tão contente! Sorri e pensei: Como o Senhor sabia que o meu coração estava tristinho e o do meu irmão também, Ele decidiu oferecer-nos aquele presente inesperado, para acalmar e alegrar os nossos corações.Ah! como Deus é bom!
Ah! como Ele se preocupa e cuida de nós!

2 comentários:

esperança disse...

Boa tarde maninha linda, querida, e muito, muito especial. Ontem á noite falamos, tive o privilégio de ficar a saber, como tudo correu tão bem!!!... No funeral do Sr. Isidoro. Uma multidão assistiu em reverente silêncio á cerimónia fúnebre que o nosso querido irmão, sendo sensível como é, e estando emocionado, (fica sempre) tão bem apresentou… … …Eu posso imaginar…E o dia chegando ao fim, os dois super cansados, tu, pode dizer-se: de rastos, pois nem te podias mexer, tantas eram as dores, provocadas por a artrite, o teu (nosso) querido irmão amparou-te. Mesmo assim, ouviste o trinado do rouxinol, e sentadinha no muro, trocando impressões com o nosso irmão,( que tão bem assobia, é mesmo um espanto!!!...)a ouviram regalados, aquele belo presente da criação do nosso Deus. Como bem dizes: Ah! Como Deus é bom!...E eu diga: Tu e o nosso irmão, têm o dom de descortinar essas pequenas grandes coisas, que fazem tão bem á vida!!!...O canto do rouxinol, foi assim como um tónico.
Como Deus é infinitamente bom!!!...Ontem estavas de rastos, puseste os pés de molho em água e sal, a seguir gele, depois uma boa fricção por o corpo dorido, hoje pela manhã telefono-te, já estavas quase nova: Ah! Como Deus é bom!
Ah! Como Ele se preocupa e cuida de nós!
Tem, tenhamos todos, um bom resto de dia.


Viviana disse...

Minha linda e doce maninha Esperança

Tão bonitas as tuas palavras!

És muito pura...

O teu coração é bom!

Sim, o Nosso Deus é infinitamente bom!
Quantas vezes temos "contado" as bençãos...

Eu digo: A minha vida aqui não chega para tanta gratidão.
Continuarei na eternidade.

Um bom entardecer para ti e para o João Pedro
Um beijo
Viviana