sexta-feira, 21 de abril de 2017

A CASA SILENCIOSA - Um Poema de Edite Pereira

Uma casa silenciosa - Junto à praia do Magoito - Sintra. A foto é minha.

A CASA SILENCIOSA

«Entrei na casa vazia,
tão selenciosa e fria
e fiquei a recordar...
Olhei cada divisão,
os objectos no chão,
sentindo que ia chorar.

Eu bem procurei alguém,
Mas não estava minguém.
Só restos de duas vidas
que ali fizeram seu lar
longo tempo, até chegar
o dia das despedidas.

O jardim já não existe;
e até a terra está triste
porque as flores murcharam.
Passaram as estações,
primaveras e verões,
mas elas nunca voltaram.

No passado havia gente,
movimento permanente,
corrrerias, gargalhadas...
As vozes já se calaram,
os ruídos acabaram
e as portas estão fechadas.

Revejo um vulto curvado,
tão doente, tão cansado,
Ó paizinho! foste embora
e a mãezinha jã não mora,
na casa em que cresci.

(Edite C.C. Pereira - no livro - Lágrimas e Sorrisos - Outubro de 2005)

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