Oliveira - Imagem da net.
A uma Oliveira
algo de ti se me tornou hoje perceptível;
algo que eu não conhecia e me fez parar
na ténue sombra que teces no caminho;
algo que é uma doce corola de contacto.
Já os passos da luz se afastam na colina
e um rumor de pérolas quebradas
desce, lentamente desce por toda a serrania.
Já as aves tuas amigas procuram na folhagem
a doçura acumulada nos favos da noite.
E também já são horas
de nós os homens, nós os que passamos,
suspendermos as cítaras do pensamento.
Entretanto, ó canção do crepúsculo, velha oliveira,
eu paro sob os longos cílios da tua ramagem.
Paro e, ao sentir nas mãos o teu enrugado tronco,
e, nos olhos, a serenidade das tuas folhas,
começo a entender uma bela mensagem:
a paz, ah a paz!, a rosa da paz.
É como se uma gota de azeite descesse,
brandamente descesse pelas coisas.
António Cabral
Castedo do Douro, 30 de Abril de 1931 - Vila Real, 23 de Outubro de 2007
Nota: Encontrei este poema no blogue da minha amiga Fernanda: http://laosdepoesia.blogspot.com "Trouxe-o" para partilhar com os amigos, pois achei-o muito belo.
12 comentários:
Bom dia Viviana. tambem gosto deste poema. eu entendo o seu amor pelas arvores. achei bonita a sua mensagem abaixo. Me atemoriza um pouco o poder de determinadas doencas, deixarem sem poder nenhum o ser humano, que vai perdendo as suas capacidades autonomas. lembrar aqui nos ajuda a nao esquecer o quanto ficam frageis essas pessoas e o carinho que devemos usar com elas.
bonito Viviana!
boa semana para si e todos os que ama
fernanda
Vivi:
lindo mesmo!!!
Acho que à medida em que nos tornamos mais experientes, passamo a ver tudo de uma outra forma, nos encantamos com pequeninas coisas, que se tornam enormes e belas...
bjs
Belíssimo,obrigada pela partilha.
Beijo.
Olhe Viviana, hoje o Sr Luis Gaspar dos Estudios Raposa me enviou uma historia sobre Sintra. esta' em Viver e Sentir. E como sempre, eu me lembrei de si.
Viviana!
Nada merece mais,entre as obras da criação,do que nossas irmãs árvores que se mantém impassíveis e só oferecem sombra ,galhos,frescor para os que necessitam...
Belo poema!
Um beijo e meu carinho!
Sonia Regina.
Eu tenho um poema a uma alfarrobeira...
É que há cá no sul...
Um dia destes vai para o blog.
Beijinhos
Olá Fernanda
Que bom que entende o meu amor pelas árvores...
Gosto muio dels, sim.
Quanto ás ddoenças nos atingirem...é verdade que nenhum de nós está livre que lhe aconteça.
Eu conto com o cuidado do meu Deus e Senhor e tenho a ideia que terei uma vida longa...assim como a minha mãe...91 anos.
Um grande abraço
viviana
Querida Carmen
É isso, amiga.
Amadurecemos e vemos o mundo á nossa volta de uma outra forma.
Valorizamos as coisas simples da vida.
Um abraço e uma boa noite
Viviana
Olá Manuel
Gostou do poema então?
Acho-o tão belo!
O autor devia ter um relacionamento muito especial com as oliveiras...
Um beijo
Uma boa noite
viviana
Amiga Fernanda
Obrigada pelo recadinho.
Já fui ler e apreciei muio.
Não conhecia.
Irei publicá-la aqui um dia destes se Deus quiser.
Um beijo
viviana
Querida Sónia
Tem razão, amiga.
Como são belas e tão prestáveis as árvores!
Tenho com elas um relacionamento muito especial.
Obrigada por as suas sempre amáveis palavras e o seu carinho
Uma boa noite
uum beijo
viviana
Olá poeta amigo
Também acho muito bonitas as alfarrobeiras!
E sabe que gosto de comer as alfarrobas?
Quando vou ao Algarve os meus ohos sempre procuram as alfarrobeiras...
Faça favor de a publicar no seu blogue para eu a ler...
Um grande abraço
viviana
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