quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A morte visitou a minha rua


A minha rua é larga, arejada e soalheira, mas é pequena; apenas tem três prédios de cada lado, com dez famílias cada um, o que perfaz um total de sessenta famílias.
Viemos todos para aqui viver ao mesmo tempo na década de setenta. Sessenta casais jovens com filhos pequenos.
Hoje, os filhos estão criados, e tirando três que ainda vivem na casa dos pais, todos “levantaram vôo” e partiram para outros lugares para cuidar das suas vidas.
Ficaram os pais que estão praticamente todos na casa dos sessenta, e que na sua função de avós, tomam conta dos netos. De manhã e á tarde é ver os carros a chegar, a trazer e a levar crianças.
Nestes trinta e tal anos que aqui vivemos, já partiram para Deus, catorze desses vizinhos. Treze homens e uma mulher. O último partiu anteontem. Há portanto mais uma vizinha viúva na minha rua.
A morte tem sido imparcial, pois tem visitado os seis prédios. Num deles, o primeiro do lado esquerdo, ela entrou mais vezes que nos outros, chegando a levar consigo um casal… mas não na mesma altura.
Pus - me a pensar nos vizinhos que já partiram e cheguei á seguinte conclusão:
A morte levou quatro do primeiro prédio do lado esquerdo, e dois de cada um dos outros, o que perfaz um total de catorze vizinhos, com quem já me não cruzo na minha rua e com quem já não posso conversar e trocar opiniões como eu gosto de fazer.
Tenho saudades deles!
A minha vizinha do lado, com quem me dou muito bem e em quem tenho uma grande amiga, cada vez que a morte visita a rua, ela diz: “A que porta virá ela a seguir bater”!?
Agora, bateu no prédio do meio em frente…será que quando voltar vai para o prédio do lado? Ou virá para o último do lado esquerdo? Não sabemos. Só se saberá na hora.
Mas uma coisa eu sei, e faço questão de a dizer sempre aos vizinhos: Temos que estar preparados para enfrentar a Eternidade e só estaremos preparados, quando Cristo, o Senhor; viver e reinar nos nossos corações e nas nossas vidas.
O tempo urge! Temos que ajudar os nossos vizinhos a encontrarem, e a receberem, o imenso Amor e a Salvação que Jesus tem para oferecer a cada um de nós.

4 comentários:

José Leal disse...

Um blog com um pensamento tão positivo com um post a agoirar?

Para além do mais, não se está a exigir trabalho demais à morte, afinal ainda a passada semana visitou a nossa rua.

Maria disse...

Bom, cheguei à conclusão que há feminismo até para a morte. Com que então as bravas mulheres dessa rua andam a despachar os maridos? 13 a 1 é obra.

Viviana disse...

Zé Leal...

Ceio que é desejável falar com a mesma naturalidade tanto da vida como da morte...

Afinal, ambas fazem parte da vida.

Viviana disse...

Olá Mimi!

Minha grande e querida amiga!

O 13 a 1, dá que pensar...

Falando hoje com a Teresinha sobre isto, chegámos á conclusão que estes números estão mesmo de acordo com a média!...

Como sabe,segundo as estatísticas, morrem muito mais homens que mulheres.

Agora saber porque é que a Natureza dá este bónus ás mulheres...seria muito interessante saber...

obrigada pelo comentário e um grande abraço
Viviana