quinta-feira, 13 de março de 2008

A Talha de Pedra



Na aldeia de Maceira, Pêro Pinheiro, Sintra, onde os meus pais viveram a maior parte da sua vida, (53 anos) á porta de uma casinha muito antiga, que por sinal é de um amigo meu, filho de uma das minhas mais queridas amigas e irmã em Cristo, já com Deus, está colocada uma talha de pedra lindíssima, muito, muito antiga… talvez do inicio do século 20, a qual eu aprecio muito e para a qual não me canso de olhar quando passo naquele local.
O meu amigo Custódio, assim se chama, disse-me que já vários antiquários lha quiseram comprar mas que ele nunca se quis desfazer dela, pois tem valor afectivo, uma vez que já vem do tempo do seu bisavô.
Desconheço se haverá mais alguma talha do género por ali, embora saiba que antigamente, era comum as famílias possuírem-nas, pois eram usadas para vários fins.
E, ao olhar para ela, fico a pensar... que seria tão bom se ela me pudesse contar as histórias e vivências daquele tempo que já lá vai.
Receio que um dia destes o meu amigo Custódio tenha a desagradável surpresa, de não a encontrar mais; desejo muito que tal não aconteça e desejo muito que entretanto, as gentes da terra, decidam finalmente criar um Museu, onde possam guardar, preservar, e passar para as gerações futuras, tantas e tão belas coisas que constituem a história daquela pequena mas “grande” aldeia do concelho de Sintra da qual eu gosto muito.

2 comentários:

José Leal disse...

Não diria um museu, mas as terras deviam conservar a sua história.

Ainda por cima uma terra feita por tantos imigrantes e ligada a ofícios específicos.

Isso e os moinhos, e seu modo de vida.

Viviana disse...

Sim, não teria de ser mesmo um museu; mas ter um local seguro, quem sabe, nas instalações da própria Sociedade Recreativa, por ex., onde guardar e preservar coisas como:
Os trajes antigos dos saloios, as mós e outras coisas dos moínhos de vento, os instrumentos de trabalhar a terra, como os arados, os instrumentos de trabalhar a pedra, etc. etc., os teares... pois foi inicialmente um povo tecelão...Infim uma variedade enorme de coisa que vão desaparecendo e é uma pena que assim aconteça.