quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Os meus filhos


Vivo neste belo bairro de Mira - Sintra faz 33 anos no próximo dia um de Março.Nessa altura o meu filho Pedro tinha sete anos, o Miguel tinha seis, o João tinha dois e o Zé chegaria oito anos mais tarde.Trabalhava na Amadora e era tambem na Amadora que ficava a Igreja onde o Jorge era pastor e que todos nós frequentávamos. Andávamos sempre de combóio na famosa "linha de Sintra"; ao domingo fazía-mos sempre 4 viagens: ir e vir demanhã e ire vir á tarde.Nos dias de semana para ir para o trabalho tambem fazia 4 viagens por dia, pois vinha almoçar a casa. O Fiat Punto azul metalizado só chegaria a nós, muitos, muitos anos mais tarde, em 1996, com o Pedro e o Miguel já casados (casaram ambos no ano de 1995). Foi até hoje o nosso único carro que ainda temos, e que se tem "portado" muito bem graças a Deus.

Isto tudo para vos dizer que viagei muito de combóio; e para vos contar que nessas viagens , com os meus filhos pequenos, sentávamo-nos todos nos dois bancos que ficavam um virado para o outro. Não imaginam como eu me sentia feliz e, "vaidosa", por ter aqueles filhos tão "lindos"!

Claro que as pessoas olhavam e sorriam; deviam achar graça, por certo. Entretanto eu observava nas outras famílias ou mães que viajavam conosco, algumas com filhos já adolescentes ou jovens... e eu apercebia-me que as mães não tinham um ar feliz como eu, bem pelo contrário... então lembro-me que eu pensava: Como é que pode? Uma mãe com filhos tão lindos como não vai a sorrir ou a mostrar contentamento?E pensava para comigo: Ah! se fossem meus filhos, eu não iria com aquela cara fechada e triste!

Claro que hoje entendo que possívelmente aquelas mães não tivessem motivos para sorrir...

mas para mim, só o facto de serem mães era motivo suficiente para ter "outra cara".

Hoje, com os meus 4 filhos homens...pais de família (excepto o Zé que é solteiro) ainda sorrio mais e mais "vaidosa" me sinto. E acima de tudo há dentro de mim uma enorme, uma profunda gratidão ao bom Deus, Senhor da vida e de todas as coisas. por ter sido tão bondoso para mim "empretando-me" estes queridos filhos.

Agora, "reformada" e só com o Zé em casa, sobra-me muito tempo para reflectir e meditar; e chego á conclusão de que mesmo que não tivesse feito mais nada... ( mas fiz, fiz muitas coisas das quais já nem le lembro, são os outros que me vêm lembrar que as fiz)na vida, já teria feito muito ao gerar, ter, cuidar, criar, amar, ensinar e sobretudo ter passado a Lei de Deus a estes 4 queridos filhos que são muito a minha razão de viver.

- Alegrem-se teu pai e tua mãe e regozije-se a que te gerou -

(Provérbios 23:25)

4 comentários:

Vilma disse...

Já fomos quase vizinhas então! :D
Que bom é na realidade sentir a benção de se ter filhos.
Também creio assim.

Por coincidência hoje também escrevi sobre a minha filhota!
Estamos com o coração cheio pelos visto hoje! E no mesmo espirito!
Um abraço Vivana!

:)

Pedro Leal disse...

Glup... Vem uma pessoa ler este blog com a maior boa-fé e entram-lhe pelo coração adentro.
O melhor é mudar de assunto.
Pois é, 33 anos de Mira-Sintra. Lembro-me muito bem dessa mudança. Não quero ser pretensioso, mas julgo que fui eu que estriei a casa-de-banho.:)

Tiago Cavaco disse...

Um post tão verdadeiro quanto belo.

Margarida disse...

Sei do que falas, também sinto uma alegria enorme pelos meus filhos e neta, foi a minha melhor obra.
mas eu também tinha de sair de casa todas as manhãs para ganhar o bendito pão de casa dia, e por vezes o cansaço é imenso para as mães que teem a seu cargo a educação dos filhos a sua alimentação e uma profissão para ganhar para tudo isso. Também há aquelas mães que de tão cansadas não conseguem sorrir.
guida