quarta-feira, 3 de março de 2010

Humildade - Um poema de Cora Coralina


Imagem da net

"Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”
(Cora Coralina)

2 comentários:

Margarida Fernandes disse...

Passei para lhe deixar um beijinho e desejar-lhe um bom fim-de-semana.

Viviana disse...

Querida Margarida,

Olá!

Obrigada.

Também para si, um excelente fim de semana.

Um grande abraço

viviana